Já podemos dizer e analisar: começou para valer a Copa de 2010. Dos 52 países da Europa, estão aí os 14 melhores. Da América do Sul, beneficiada por terem 5 vagas para 10 participantes. Nos outros continentes, também nenhuma ressalva. Vejamos individualmente.
África do Sul: anfitriã, não passará da primeira fase. O ego colossal de Parreira crescerá, tentará “emplacar” 2014 pelo Brasil.
Portugal: a grande sensação quase no abismo. Precisava vencer 4 jogos para ir à repescagem, fez o surpreendente dever de casa.
Coréia do Sul e do Norte: dos primeiros a se classificarem, vão à África do Sul, com a idéia de “derrubarem o muro” que as separa. Mas fora do campo. Dentro dele, nenhuma esperança.
Espanha: ainda não ganhou nenhuma Copa, nem mesmo a que realizou em casa, em 1982. Agora, enormes chances.
Argélia: pode ser considerada uma surpresa, da mesma forma como conquistou a Independência e a Liberdade nos tempos de De Gaulle. Morrerá na chave, não terá o prazer do mata-mata.
França: único título em 1998, com uma boa seleção e as convulsões do Fenômeno. Ficou só nesse título. E vai para a África do Sul, diante do que exibiu, pode considerar uma “mão” na roda. Do Henry, que venceu em 1998.
EUA: gostam de futebol, mas não de jogos que dão o título a campeões que só fazem 1 gol. Sediou a Copa de 94, não fez nada, como não fará. Seu futebol feminino é melhor.
Itália: sempre surpreendente. Ganhou em 1982 e 2006, quando ninguém esperava. E em 1934 e 38, ninguém se lembra.
Honduras: devia ter como técnico o aventureiro Zelaya. E essa vaga ficaria muito melhor com a Costa Rica, único país da América Central, que vale a referência.
Austrália: disputava num continente que na repescagem enfrentava sempre um país da América do Sul. Mudou de continente, foi o segundo a se classificar. Para quê? Para nada.
Brasil: sempre favorito, devia ter ganho em 1978, 1982 (principalmente), 1986, 1998. Agora, tudo pode acontecer, até mesmo perder.
Suécia: sempre coadjuvante, pelo menos superou a Noruega. Não passará disso.
Argentina: chegou à primeira final em 1930, ganhou com a ditadura em 1978, e com Maradona sozinho em 1986, mesmo com “a mão de Deus”. Agora com o mesmo Maradona e o sofrimento, não pode ser descartada ou desprezada.
Chile: sempre esteve como o quarto ou o quinto da América do Sul. Dependendo da chave, pode não chegar ao mata-mata.
Costa do Marfim e Camarões: são os melhores da África, têm garra e até uma dose razoável de competência. Não esquecer deles.
Dinamarca: a Europa tem mais de 20 países “inexistentes” e quase o mesmo de “coadjuvantes”. Estão na segunda citação.
Gana: deram trabalho e ganharam citação na Copa de 2006. Não estão na mesma boa fase, darão trabalho na chave, mas não passarão.
Suíça: foi uma sorte, “honraram” a sede da Fifa. Eram conhecidos por não participarem das duas Guerras Mundiais, (não beligerantes), mais citados pelas contas numeradas. Ficarão na chave, não precisarão prestar contas a ninguém.
Alemanha: é sempre concorrente forte, embora ganhe pouco. Beckembauer confessou: “Precisávamos ganhar a Copa de 1954 (na Suíça), para nos reabilitarmos com o mundo”. Ganharam e repetiram em 2006, em casa. Agora? É esperar.
Eslovênia e Eslováquia: é o excelente que durante a ditadura soviética, se chamava o “Pacto de Varsóvia”. Dependendo, podem fugir da chave, passar às “oitavas”.
Grécia: surpreendeu ganhando a Copa de Seleções da Uefa, nova surpresa na classificação. É uma das incógnitas, depende do momento. Não para o título, mas para o primeiro jogo do mata-mata.
Inglaterra: só tem um título, conquistado em casa, em 1966. Com 1 gol que até hoje se discute e poucos aceitam. Incluindo o repórter, que estava em Wembley. Pode chegar ás oitavas, depende do terceiro e quarto da chave.
Japão: outro coadjuvante esforçado mas não realizado. Um bom mercado de trabalho.
México: está jogando um futebol razoável. Sediou duas Copas, 1970 e 86 e não chegou nem às semifinais. Mas melhorou, não há duvida.
Nova Zelândia: a satisfação é a de todos: “Ir à Copa”. Está indo, voltará para casa rápido.
Paraguai: tem ido à Copa regularmente. Em 1994 se destacou. Quando atua em casa no Estádio Defensores Del Chaco, é um grande adversário, não esquece a estranha Guerra do Paraguai.
Nigéria: o país de maior índice de corrupção da África, (Berlusconi devia ser seu Primeiro Ministro) não tem a menor chance de nada. Estão achando petróleo no meio da rua, sem precisar prospectar. Nada a ver com futebol.
Sérvia: jogo de futebol de espetáculo, mas o resultado não conforta. Ter se classificado, pelo menos, satisfação.
Holanda: é sempre um prazer. O auge do seu futebol foi 1974 e 1978, nas duas finais enfrentou os donos da casa. Primeiro na Alemanha, e depois a seleção (armada) da Argentina.
***
PS- Faltam 6 ou 7 meses. É difícil, quase impossível, indicar os finalistas, pelo menos os que têm possibilidades de títulos. Não acredito que surja um novo país vencedor que ainda tenha triunfado.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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