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quinta-feira, maio 14, 2009

Sapeaçu mostra a história do beiju para o Brasil

Lilian Machado
Uma história de luta pela sobrevivência a partir de um elemento da rica culinária da Bahia. Sapeaçu, município a 160 Km da capital é o palco dessa trajetória, que revela a fabricação e a venda do beiju de coco, alimento gerado da mandioca, que ajuda na sustentação de milhares de famílias em várias cidades do interior baiano. O relato contado pelo sapeaçuense, Edson Silva, ex-vendedor de coco foi o escolhido entre cerca de 700 histórias de pessoas simples de todo o Brasil para virar uma produção audiovisual, financiada pelo Minc e a Petrobras. Além disso, o documentário "A força de um grito" foi selecionado entre 40 produções para lançar a terceira edição do Revelando os Brasis, projeto do Minc que ajuda a tirar da exclusão social centenas de pessoas no País. A cerimônia de lançamento que será na próxima quinta-feira, com a presença do ministro da Cultura, Juca Ferreira, autoridades, artistas e cineastas nacionais já movimenta a pequena cidade do Recôncavo Baiano.
Tudo começou quando, o ex-vendedor de beiju, que foi criado na zona rural da cidade e hoje é um dos conselheiros tutelares do município soube através de um amigo que mora em São Paulo, do projeto do Minc - dirigido a moradores de municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Ao pensar sobre a cultura e o modo de vida do lugar onde mora, Edson Silva, 28 anos, casado e pai de uma filha de 10 meses olhou para si próprio, que conseguiu obter renda durante três anos com a venda do beiju de coco em Sapé, nome como o município é mais conhecido e em cidades vizinhas. Ele enviou uma carta ao projeto e depois de seis meses seu relato e mais 39 foram selecionados entre 700 de todo o país para serem reproduzidos em documentário.
O ex-vendedor de beiju foi chamado a receber um curso financiado pelo governo de direção e roteiro de documentário no Rio de Janeiro. Uma equipe de diretores de produções renomadas, a exemplo de Cidade de Deus e Guerra de Canudos mostrou as técnicas de produção audiovisual durante 15 dias e o liberou para voltar ao município e montar o trabalho.
Uma produtora de filmes da capital fez a captação e a edição das imagens dirigidas por ele. No filme de 15 minutos é mostrado o ritual, que se inicia às 4 horas da manhã com a preparação da massa da mandioca até a comercialização do produto nas residências, praças, mercados, entroncamentos e rodoviárias das cidades próximas, a exemplo de Cruz das Almas, Governador Mangabeira e Cachoeira.
O documentário apresenta personagens como dona Nenzinha, 80 anos – uma das responsáveis por ensinar como se faz o beiju de coco. "Trata-se de uma prática que vem ao longo da história mudando gerações de forma saborosa e nutritiva", destaca Edson Silva ao falar da fabricação e comercialização do beiju.
Silva que atualmente está no 2º semestre do curso de Pedagogia, em uma faculdade no município exalta a revolução que o projeto promoveu em sua vida. "O que me deu mais prazer foi ver que a história de pessoas como a minha pode ser compartilhada com todo o Brasil", afirma, destacando que participação no projeto lhe deu muito conhecimento.
Segundo ele, o documentário criou também um sentimento de valorização nos vendedores de beiju da região. "Hoje eles me param na rua e me falam dessa satisfação e dizem: eu sabia que um dia nossa história ia longe", conta, entre risos. Ao caracterizar os vendedores de beiju, Silva exalta que a criatividade é a grande saída para superar situações de desemprego e de falta de oportunidade em uma cidade, onde a maioria da renda é gerada pelo funcionalismo público e pelos aposentados.
O objetivo geral do Revelando os Brasis é incluir e promover a formação audiovisual através do estímulo à produção de vídeos digitais. O projeto nasceu na Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, em 2004, e faz parte de um conjunto de ações para democratizar o acesso aos meios de produção audiovisual, permitindo aos moradores das pequenas cidades o contato com as novas tecnologias e a possibilidade de contar as suas próprias histórias, promovendo a criação de obras que retratem o seu universo simbólico.
Fonte: Tribuna da Bahia

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