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quarta-feira, maio 06, 2009

Pelegrino quer maior combate ao crime

Fernanda Chagas
Em uma cerimônia bastante concorrida, o petista Nelson Pelegrino foi empossado ontem o mais novo integrante do governo Jaques Wagner. No lugar de Marília Muricy, ele assumiu a secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e em seu primeiro discurso à frente do cargo, destacou dentre as principais metas o combate ao crime organizado, que segundo ele, "infelizmente" trata-se de um fenômeno nacional. "Mas que tem que ser combatido pelo Estado". Questionado sobre os motivos que o teria levado a deixar a Câmara Federal, onde era vice-líder do PT, enfatizou que "o convite do governador Jaques Wagner, pelo trabalho que vem realizando na Bahia, é sempre para ser examinado e jamais recusado. Ou seja, não poderia me furtar de participar deste trabalho histórico, em especial como seu colaborador direto".
Pelegrino pontuou ainda que pretende, além de cumprir a missão institucional da pasta, dar continuidade a todos os projetos públicos vitoriosos. "O pontapé inicial foi dado com a publicação hoje (ontem) no Diário Oficial do decreto que permitirá a abertura dos arquivos do período de ditadura militar no Estado".
Ainda segundo o recém-empossado secretário, a realização de concursos públicos, a construção de novas unidades prisionais, assim como uma atenção especial ao Pronasci também estão entre as prioridades. "Ou seja, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, com o Ministério Público e o Judiciário baiano, pretendo realizar um trabalho permanente para que nossas cadeias sejam instrumentos de socialização e não uma escola de crimes".
Sobre a possibilidade de abrir mão de uma futura candidatura em 2010 (para isso ele teria que licenciar-se seis meses antes), para caminhar os 18 meses restantes da administração de Wagner, ao lado do "companheiro", que busca a reeleição, Pelegrino afirmou que "existe essa possibilidade. Afinal, o pedido dele sempre será avaliado com muito carinho", concluiu.
Concretizando a sua quarta mudança administrativa, o governador Jaques Wagner, após admitir a felicidade em empossar Pelegrino como seu mais novo colaborador, reiterou que continuará afirmando o de sempre: "Cargo de secretário você tem o direito de convidar e desconvidar e para isso sempre avalio o desempenho administrativo de cada um, assim como a necessidade de se fazer composições políticas, o que, consequentemente, pode implicar em outras alterações", afirmou.
Contudo, segundo ele, no caso de Pelegrino, tratou-se da única mudança que não se enquadra em nenhum dos dois fatores. "Se deu pela saída voluntária de Marília (Muricy), onde com bastante tranquilidade elegi o seu nome pelos seus valores pessoais, experiência política e defesa dos Direitos Humanos", afirmou.
Sobre os rumores de uma próxima modificação estaria por fim na máquina pública que seria a saída da presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano (Con-der), a também petista Maria Del Carmen, o governador, embora não tenha afirmado, também não negou. "Não necessariamente. Quando tomar alguma decisão vocês da imprensa serão comunicados. Confesso que administro muito sozinho e não existe nenhum nexo causal". Em relação à decisão de reabrir os arquivos da ditadura militar ele fez questão de afirmar que nada tem a ver com retaliação, mas com a busca da verdade e de dignidade para as famílias daqueles que morreram injustamente. Destacou ainda como fator preponderante para a escolha do nome de Pelegrino, a possibilidade de Emiliano José (eleito suplente de Pelegrino), ter oportunidade de retornar à vida política. Para a Procuradoria Geral do Município (PGE), que ficaria a cargo de Emiliano, Wagner declarou que um nome à altura já foi escolhido. No entanto, pelo menos por enquanto, não pode ser divulgado.
Por fim, Wagner elogiou o trabalho realizado durante dois anos e quatro meses por Marília Muricy e fez questão de enfatizar que a convidou para o posto não apenas pela sua visibilidade, mas também pelo fato de ser uma mulher. "Não é novidade que sou torcedor de uma candidata do sexo feminino para a presidência do nosso País. Pois, nada como inovar para fortalecer a esperança. Esperança esta, capaz de dar continuidade ao projeto do Brasil e também da Bahia", declarou numa clara alusão à candidatura virtual da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff como sucessora do presidente Lula.
Fonte: Tribuna da Bahia

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