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quarta-feira, maio 06, 2009

Estudo prevê que Brasil perderá participação no comércio mundial

Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em São Paulo

Perfil das exportações será cada vez mais de produtos básicos, diz estudo
O Brasil deve perder participação nas exportações mundiais nos próximos anos, especialmente no setor de manufaturados, indica um estudo com projeções até 2030 divulgado nesta terça-feira pela FGV Projetos e pela consultoria Ernst & Young.
Segundo as projeções apresentadas no documento Brasil Sustentável - Horizontes da Competitividade Industrial, até 2030 as exportações brasileiras de manufaturados deverão crescer a uma média de 1,8% ao ano, enquanto as importações mundiais devem crescer 3,7% ao ano.
O cenário projetado no estudo prevê crescimento econômico de 4% ao ano e aumento de 3,8% ao ano no consumo das famílias. Os analistas traçam ainda um segundo cenário, mais positivo, com crescimento de 4,6% ao ano e aumento de 4% no consumo. Mesmo assim, as exportações manufatureiras cresceriam apenas 2,7% ao ano, ritmo ainda abaixo do aumento das importações mundiais.
"Ainda assim seria insuficiente para reverter a tendência de deterioração do saldo comercial", disse um dos autores do estudo, Fernando Garcia, professor da FGV Projetos.
De acordo com os autores do estudo, o aumento insuficiente da competitividade fará com que o perfil das exportações brasileiras seja cada vez mais de produtos básicos.
Essa falta de competitividade é atribuída a fatores como custo crescente de energia, gargalos em infra-estrutura, um sistema tributário que encarece o preço final dos bens e investimentos insuficientes em pesquisa e desenvolvimento.
As projeções indicam que até 2030 as importações de produtos manufaturados deverão crescer a uma taxa de 5,6% ao ano no Brasil.
O estudo prevê que em 2030 as importações mundiais de manufaturas totalizem US$ 19,67 trilhões. Nesse cenário, o Brasil teria uma participação de apenas 0,9%, com exportações de US$ 182,67 bilhões. Hoje a participação brasileira é de 1,1%, segundo os autores do documento.
Mercado interno
Segundo os autores do estudo, há uma certa despreocupação em relação a esse cenário porque a previsão é de um grande crescimento na demanda doméstica até 2030.
"A dinâmica interna está puxando esses produtos para o mercado doméstico", disse Garcia. "Essas projeções não significam que a indústria brasileira não tenha perspectiva, mas a perspectiva é doméstica."
Os autores do estudo alertam, no entanto, que o aumento do consumo interno não quer dizer necessariamente que esse mercado será abastecido por indústrias nacionais.
"Não significa que vão ser as indústrias aqui instaladas que vão atender o mercado doméstico", disse Luiz Passetti, sócio da Ernst & Young. "O investimento em competitividade é importante para atender a essa demanda."
O estudo indica que o Brasil investe apenas 1% de seu PIB (Produto Interno Bruto) em pesquisa e desenvolvimento. Esse baixo nível de investimento, afirmam os analistas, resulta em menor progresso tecnológico na indústria manufatureira.
As projeções dos analistas consideram um aumento de 30% no preço da energia elétrica até 2030, e o barril de petróleo cotado a US$ 60, valor 117% superior ao preço médio dos últimos 17 anos.
Esse aumento nos custos também terá grande impacto nas indústrias, dizem os analistas. Em setores como a indústria de cimento, por exemplo, a energia representa 15% dos custos totais.
O estudo sobre competitividade industrial é o quarto de uma série de cinco publicações da FGV Projetos e da Ernst & Young que analisam também o mercado habitacional, de energia, o potencial de consumo e as perspectivas na agroindústria.
Os analistas envolvidos na elaboração do documento afirmam que as projeções já foram feitas considerando um cenário "conservador" e que os efeitos da crise econômica atual seriam historicamente compensados no horizonte de tempo abordado.
Fonte: BBC Brasil

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