da Folha Online
O candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, recebeu apoio de grandes jornais e personagens "pesos pesados" da política americana na reta final da campanha presidencial dos Estados Unidos. Os mais recentes são o jornal "The New York Times" e Scott McClellan, ex-porta-voz do governo Bush.
Em editorial intitulado "Barack Obama para presidente", o jornal --que apoiou a também democrata Hillary Clinton durante as primárias-- defendeu a eleição de Obama "após oito anos do governo falido de George W. Bush". Leia o editorial na íntegra (em inglês).
Reuters/Efe
A menos de duas semanas da eleição presidencial, Barack Obama aparece na frente de John McCain na maioria das pesquisas
"[Obama] atraiu legiões de novos eleitores com poderosas mensagens de esperança, e também com pedidos de sacrifício partilhado e de responsabilidade social", afirma o jornal. "Acreditamos que ele tem a vontade e a capacidade de forjar um amplo consenso político que é essencial para encontrar soluções para os problemas deste país."
Declaradamente democrata --nas eleições de 2000 e 2004, o jornal apoiou as candidaturas de Al Gore e John Kerry-- o "NYT" defendeu a bandeira da "mudança" pregada por Obama e criticou o candidato republicano John McCain : "O senador John McCain se mostra cada vez mais distante da política americana, liderando uma campanha de divisão partidária, guerra de classes e até de racismo. Suas promessas e política externa são voltadas para o passado."
O jornal se soma aos apoios já declarados de importantes periódicos dos EUA a Obama : o "Los Angeles Times", o "Chicago Tribune" e o "Washington Post".
Republicanos
Além do apoio da imprensa, Obama ganhou o aval de duas grandes figuras do governo de George W. Bush. O ex-porta-voz da Casa Branca Scott McClellan anunciou ontem seu apoio, afirmando que "desde o começo disse que apoiaria o candidato que tivesse mais possibilidades de mudar a forma como Washington funciona".
Ele é autor de "What Happened: Inside the Bush White House and Washington's Culture of Deception" (O Que Aconteceu: Dentro da Casa Branca de Bush e a Cultura de Enganos de Washington, em tradução livre), no qual manifestou sua decepção pela gestão do atual presidente, lançado no começo do ano.
McClellan é o segundo ex-membro da equipe da Casa Branca durante o governo republicano de Bush que anuncia seu apoio ao candidato democrata.
No domingo, o ex-secretário de Estado Colin Powell anunciou seu apoio ao senador por Illinois, após criticar a estratégia do candidato republicano, John McCain, e a escolha da governadora do Alasca, Sarah Palin, como sua companheira de chapa.
O apoio foi declarado por Powell durante entrevista no programa da rede de TV NBC "Meet the Press". "Acredito que ele é uma figura que traz transformação, ele representa uma nova geração chegando ao palco do mundo, ao palco americano, e por isso vou votar no senador Barack Obama", afirmou Powell durante o show.
Pesquisas
Pesquisas divulgadas nesta semana colocam o republicano McCain como azarão da disputa. Na pesquisa Reuters/C-SPAN/Zogby, Obama tem margem inédita de 12 pontos percentuais sobre McCain --52% das intenções de voto contra 40% de McCain. A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos.
A última pesquisa do instituto Zogby coloca Obama aproximadamente 10 pontos à frente de McCain. Baseado nesta pesquisa, o site conservador Drudge Report divulgou um artigo que compara as previsões atuais com a vitória de Ronald Reagan na década de 1980.
Na ocasião, Ronald Reagan derrotou Carter em 44 dos 50 Estados do país em 1980 e foi reeleito em 1984 com o apoio de todos os Estados, menos Minnesota e o Distrito Federal de Columbia (DC), no que foi a vitória mais arrasadora até o momento nas eleições presidenciais americanas.
A mais recente pesquisa de opinião do diário "The Wall Street Journal" dá ao democrata 10 pontos de vantagem sobre McCain, enquanto o Centro Pew apontou, nesta terça-feira (21), Obama 14 pontos à frente. O site Real Clear Politics, que realiza uma média de várias enquetes, dá 7,3 pontos de superioridade ao democrata.
McCain
Em sua defesa, McCain saiu em campanha em Estados de maioria republicana e endureceu as críticas ao rival democrata. Em uma turnê de ônibus pela Flórida, Estado crucial para sua vitória em 4 de novembro, McCain minimizou Obama por sua política tarifária e de segurança nacional.
"Ele está mais preocupado em aumentar taxas para espalhar a riqueza do que criar um plano tarifário que crie empregos e amplie nossa economia", disse o senador por Arizona, diante de uma platéia animada em Ormond Beach.
"Senador Obama está mais interessado em controlar quem ganha seu pedaço de torta do que em fazer a torta crescer", disse ainda McCain.
Obama propõe o aumento do imposto de renda para pessoas que ganhem mais de US$ 250 mil por ano, algo que, segundo ele, ajudaria a "espalhar a riqueza de Washington".
McCain disse que esta redistribuição de renda proposta por Obama atingiria os pequenos empresários, responsáveis por boa parte dos postos de trabalho criados no país. Algumas pessoas acenavam com camisetas escrito "Joe, o encanador", nome que, depois de ser citado mais de 20 vezes no debate, tornou-se símbolo da diferença entre as propostas tarifárias dos senadores.
"Se eles forem para a Irlanda, eles vão pagar somente 11%. Então para onde eles vão para criar empregos e riquezas? É simples fundamentos econômicos", disse McCain em entrevista, ao defender seu plano para cortar a taxa sobre pequenos empresários de 35% para 25%.
Fonte: Folha Online
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