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quinta-feira, outubro 23, 2008

Renan recontrata ´´laranja´´ no Senado

Rosa Costa
Com discrição, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) remonta sua rede de alianças desintegrada com o escândalo que o afastou da presidência do Senado, em 2007. No último dia 10, Renan recontratou Carlos Ricardo Santa Ritta, apontado como "laranja" do peemedebista na compra de uma rádio, para ocupar um cargo estratégico no gabinete.
Santa Ritta foi personagem em uma das quatro ações movidas contra Renan no Conselho de Ética. Segundo a documentação analisada pelos conselheiros na época, Renan articulou a montagem de uma rede de emissoras em Alagoas, sua base eleitoral, com outorgas obtidas mediante pressão política.
Como a Constituição proíbe que parlamentares sejam proprietários de concessionárias de rádio, Renan teria colocado Santa Ritta como cotista principal da emissora JR Radiodifusão, fruto da sociedade com o usineiro João Lyra. A própria sigla da emissora, JR, seria composta pela primeira letra de João e de Renan.
No caso da rádio, Santa Ritta funcionou apenas como um guardião da outorga. Tão logo a concessão pública saiu, Santa Ritta, ex-tesoureiro das campanhas de Renan, repassou a cota para Renan Calheiros Filho, o Renanzinho.
No meio da crise, o gabinete do senador anunciou que Santa Ritta havia sido exonerado. No entanto, os boletins de pessoal do Senado mostram que, de 2004 para cá, ele só ficou fora da Casa no curto período de 2 de julho deste ano até o dia 9 deste mês. Seu salário atual chega a R$ 9.700.
Procurado pelo Estado, Renan limitou-se a dizer que nunca esteve envolvido no episódio da JR Radiodifusora. Santa Ritta também não quis falar.
Além do caso da rádio, Renan respondeu a ações por, supostamente, ter se servido de um lobista de empreiteira para pagar pensão e aluguel a jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha.
O senador respondeu, ainda, pela suspeita de ter supostamente intercedido em favor da empresa Schincariol na negociação de dívidas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Receita Federal. A cervejaria comprou uma fábrica do irmão de Renan, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), por um preço tido como acima do valor de mercado.
Outra denúncia que serviu para engrossar a resistência contra a permanência de Renan na presidência da Casa dava conta de que o lobista Luiz Carlos Coelho arrecadaria dinheiro em ministérios comandados pelo PMDB, favorecendo Renan.
Mas o senador foi absolvido pelo plenário nas duas votações em que foi pedida a cassação de seu mandato, em setembro e dezembro do ano passado. Em outubro ele se licenciou da presidência, sendo substituído pelo segundo vice-presidente, Tião Viana, até renunciar no início de dezembro.
Desde então, se mantém numa postura discreta, evitando entrar em polêmicas. Seus discursos, agora quase rotineiros, referem-se a variados temas como as obras no aeroporto de Maceió, o apoio psicossocial para policiais e as homenagens ao Dia do Professor. Mas não descuida da atenção aos colegas, sobretudo os peemedebistas, dos quais necessita do apoio para substituir o senador Valdir Raupp (RO) na liderança do partido.
Fonte: O Estado de S.Paulo (SP) -

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