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quarta-feira, outubro 08, 2008

Metade dos "fichas-sujas se reelegem

Eleitores de João Pessoa, Porto Alegre, Curitiba, Porto Velho e Recife "limpam" suas Câmaras
SÃO PAULO - Levantamento da ONG Transparência Brasil mostra que metade dos vereadores "fichas-sujas" que concorriam à reeleição em 19 capitais conseguiu se reeleger. Segundo a entidade, dos 75 parlamentares com pendências judiciais, 37 mantiveram seus mandatos.
De acordo com a ONG, em Belo Horizonte, Fortaleza, Palmas, Cuiabá e Boa Vista, todos os candidatos com pendências na Justiça eleitoral ou sanção no Tribunal de Contas foram reconduzidos ao cargo. Na capital mineira, três foram reeleitos e nas outras capitais só um era "ficha-suja".
Os paulistanos reelegeram nove dos 12 candidatos com pendências judiciais. Na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, três dos cinco vereadores conseguiram manter seus cargos. Em Salvador, só dois dos seis candidatos saíram vitoriosos das urnas. Já os eleitores de João Pessoa, Porto Alegre, Curitiba, Porto Velho e Recife não reelegeram nenhum "ficha-suja".
Para o coordenador do projeto, Fabiano Angélico, houve um avanço na discussão sobre a conduta dos parlamentares nos últimos meses (incluindo a recente divulgação da lista da Associação dos Magistrados Brasileiros), o que pode ter contribuído na decisão do eleitor. No entanto, a informação não chegou a todos. "Temos o caso de uma vereadora presa que foi eleita no Rio (Carminha Jerominho, do PTdoB) e nove vereadores que mantiveram o cargo em São Paulo. Não dá para ficar satisfeito", lamentou Angélico.
O primeiro levantamento do gênero feito pela ONG foi baseado nos dados fornecidos pelas Cortes de cada Estado. Não foram considerados litígios de natureza privada (como pedido de pensão alimentícia) e crimes contra honra (calúnia e difamação, por exemplo).
Processos em primeira instância só foram incluídos em situações em que o recurso de segunda instância partiu do Ministério Público. Contas de campanha rejeitadas pela Justiça Eleitoral foram registradas nos casos em que os políticos não recorreram.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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