Díli, timor leste
Em meio à repercussão da Operação Satiagraha no Brasil, que acentuou a tensão entre poderes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, ontem, em Díli, no Timor Leste, uma espécie de pregação sobre a "renovação sem precedentes'' porque passa o Judiciário brasileiro.
Em discurso no Tribunal de Recursos, instância máxima da justiça timorense, Lula afirmou:
– houve um tempo no Brasil em que algumas pessoas acreditavam que estavam acima da lei'. Isto vem mudando muito ultimamente.
Estamos procurando aprimorar as instituições que aplicam a lei. Nosso Judiciário vem passando por renovação sem precedentes disse ele. "Creio que estamos combatendo a impunidade, garantindo direitos fundamentais e aperfeiçoando o estado democrático de direito. Mas este aperfeiçoamento requer esforços contínuos.
Ainda no discurso, o presidente afirmou que "onde há um Judiciário independente e imparcial, acessível e célere, a justiça pode ser mais facilmente realizada''.
– Se as normas jurídicas são justas e aplicadas de modo equitativo, o povo tende a confiar em suas instituições – acrescentou.
A operação Satiagraha foi deflagrada em meio à viagem de Lula pela Ásia – além do Timor, ele passou por Japão e Vietnã, e visita a Indonésia hoje. Ontem, no Timor, Lula esquivou-se pelo menos duas vezes de responder perguntas de jornalistas sobre o tema. Questionado sobre a nova prisão de Dantas, 11 horas de ser solto pelo Supremo Tribunal federal (STF), ele limitou-se a dizer:
– Justiça é justiça'.
Já na pista do aeroporto para tomar o avião que o levaria embora de Díli, Lula, enfim, respondeu a uma pergunta sobre a operação. Avaliou que a Polícia Federal tem prestado um "serviço relevante'' ao país e não quis entrar na polêmica sobre eventuais excessos.
– Veja, se ela entra e comete excesso, ela paga o preço de ter cometido excesso, e a justiça vai rever isso – comentou.
Lula disse que só há um jeito de as pessoas não serem "molestadas'' pela polícia no país.
– É andarem direito – pregou. – Quem achar que pode praticar malversação com recurso público, ou fazer lavagem de dinheiro ou outra coisa qualquer e não vai incomodado, só se nós não soubermos. Se soubermos, todos terão que pagar o preço.
Fonte: JB Online
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