Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sexta-feira, abril 04, 2008

Comissão do Senado convoca Dilma para depor

BRASÍLIA - Diante da certeza de que não conseguiria chamar ministros para depor na CPI dos Cartões Corporativos, a oposição aproveitou ontem um cochilo dos governistas e aprovou a convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para depor no Senado. Ela terá de comparecer à Comissão de Infra-Estrutura para prestar esclarecimento sobre os investimentos nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas os senadores podem tratar de qualquer outro assunto.
O presidente da comissão, Marconi Perillo (PSDB-GO), antecipou que não vai "censurar" os colegas que aproveitarem a presença de Dilma para questioná-la sobre os cartões corporativos e o suposto dossiê de gastos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Perillo chegou a apresentar um aditivo ao requerimento aprovado, do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), incluindo os cartões corporativos como um dos alvos da convocação. Mas ele desistiu da idéia para não alimentar controvérsias sobre sua iniciativa.
A ministra foi oficiada da convocação por fax, ainda durante a sessão da Comissão. À tarde, um representante do Senado foi ao Planalto buscar o "recibo" do comunicado. A regra é que a ministra atenda à convocação no prazo de 30 dias, mas a tradição do Congresso manda que a data seja definida por consenso e respeitando as agendas do Legislativo e do Executivo.
Um requerimento aprovado no final do ano passado, também do senador Flexa Ribeiro, convocando as ministras Dilma e Marina Silva (Meio Ambiente) e a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, para falar sobre o projeto da usina de Belo Monte, não teve a audiência marcada até o momento.
Na ocasião, a líder do bloco governista, Ideli Salvatti (PT-SC), interveio pedindo para transformar a convocação em convite. Em troca, se prontificou a intermediar o comparecimento da ministra até março, o que não ocorreu.
Se não atender ao requerimento de convocação, a ministra incorrerá em crime de responsabilidade, conforme prevê a Constituição no artigo 50, que trata das atribuições do Congresso. O Regimento do Senado permite à ministra Dilma ou a qualquer outro convocado ter acesso antecipado às perguntas dos integrantes da comissão.
Mas esse tipo de precaução, segundo o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), desgastaria a ministra "porque ficaria registrado como uma confissão antecipada de culpa". "Seria um comportamento horroroso e chocante de um ministro para com o Congresso", alegou.
Extrapauta
Alertada por assessores sobre o requerimento extrapauta, senadores do governo acorreram à Comissão de Infra-Estrutura dispostos a "reverter" a aprovação do requerimento, mesmo sem haver no regimento nenhum dispositivo respaldando iniciativas desse tipo.
O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), ameaçou usar "o direito de a maioria transformar a convocação em convite". A iniciativa, de acordo com técnicos regimentalistas, só seria possível se houvesse um acordo de toda a comissão, já que a figura do "convite" a ministros não existe, nem na Constituição nem no regimento.
Perillo pediu que Jucá não se exaltasse. "V.Exa. não manda na comissão. Pode mandar, sim, na Presidência da República", rebateu. A ameaça do líder de também recorrer ao plenário contra a convocação de Dilma foi ironizada pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI).
Para o democrata, Jucá apenas procurava uma desculpa para "justificar a ausência de senadores da base do governo na comissão". "O senhor não tem o direito de desmoralizar o Senado", alegou. "Sei que o líder é um homem experiente, mas que de um tempo para cá ficou truculento".
Heráclito disse que a ministra sabe se defender sozinha, sem necessitar de uma tropa de choque. "Ela se defendeu sozinha nos anos de chumbo, na ditadura (1964-1985), por que é que não vai se defender na democracia?", questionou.
No requerimento, o senador Flexa Ribeiro lembrou que a ministra Dilma declarou, na semana passada, que não pode comentar sobre recentes denúncias do dossiê produzido sobre informações sigilosas tendo em vista que teria "outras coisas mais importantes a fazer, como o PAC".
"Com essa afirmação, é imprescindível a presença da ministra perante o Congresso para que se justifique e explique essas importantes realizações do PAC e porque são mais importantes que o gravíssimo incidente criminoso do dossiê". O senador referia-se a um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) divulgado ontem.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Em destaque

Em seu primeiro ano de vigência, arcabouço fiscal evidencia fragilidades

Publicado em 18 de maio de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Charge do J. Bosco (oliberal.com) Pedro do Coutto Re...

Mais visitadas