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segunda-feira, janeiro 08, 2007

Força Nacional é motivo de chacota entre os militares

Por: MARIO CESAR CARVALHO
da Folha de S.Paulo

Militares não são conhecidos pelo senso de humor desbragado, mas basta falar da Força Nacional de Segurança Pública para que aflore o lado pândego de cada um. "Força Nacional Tabajara", "Força Nacional da Mentira" e "polícia cenográfica" são alguns dos apelidos aplicados por policiais e pesquisadores ao grupo militar criado pelo governo em 2004.

O codinome Tabajara foi dado à Força Nacional por um militar, que prefere não ver seu nome revelado, porque os dois comandantes do grupo, um coronel e um capitão, não estavam em Brasília na última semana. Segundo esse oficial, qualquer cabo sabe que os dois comandantes não podem se ausentar ao mesmo tempo. Aqueles que não têm tanta animosidade contra a força limitam o elogio a uma frase lacônica --"ela não é inócua".

A Força Nacional de Segurança voltou ao noticiário após os ataques que ocorreram no Rio de Janeiro depois do Natal. O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) pediu ao presidente Lula que os quase 8.000 integrantes da tropa fossem enviados ao Estado. O governo promete mandar 500 homens, na primeira quinzena deste mês. O caráter provisório da Força Nacional é seu calcanhar-de-aquiles, dizem militares ouvidos pela Folha. O grupo é formado por policiais dos Estados convocados em emergências.

"Policiar o Rio com homens de outros Estados não tem o menor cabimento porque eles não conhecem o local, os criminosos nem a forma como eles agem", diz o coronel reformado da Polícia Militar José Vicente da Silva Filho, que foi titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública no governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo Silva Filho, a força terá um efeito puramente cenográfico. "Usar essa força no Rio de Janeiro é como passar mercúrio cromo em fratura exposta", compara.

O major Sérgio Olímpio Gomes, que assume em março o cargo de deputado estadual pelo PV, segue raciocínio semelhante ao do coronel. "Se você quer pregar uma mentira em segurança pública, você lança uma operação de grande impacto. O problema é que operações não resolvem. A atuação policial deve ser permanente." Gomes diz que prefere chamar o grupo federal de "Força Nacional da Mentira" porque ela promete o que não pode cumprir.

A idéia de uma força nacional começou a nascer em 2003, no primeiro ano do governo Lula, segundo o antropólogo e escritor Luiz Eduardo Soares, que dirigia a Secretaria Nacional de Segurança Pública à época.

A idéia inicial, diz, era criar um grupo não uniformizado com cerca de 500 policiais, com patente de capitão para cima, e um alvo bem definido: combater o crime organizado e suas ligações com as polícias. "Seria uma polícia para policiar as polícias. Precisamos de uma grande força de investigação com tecnologia de ponta." A definição do alvo da força partiu de uma premissa de Soares, segundo a qual "o grande desafio é o crime organizado e a cumplicidade das polícias com essas organizações."

O ex-petista Soares --atualmente filiado ao PPS-- está num campo político distante do tucano Silva Filho, mas eles concordam sobre o papel limitado que uma força nacional teria no Rio. "É evidente que uma força dessas não é inócua, pode ser útil, mas não decisiva."

Treinamento precário

O caráter episódico da Força Nacional de Segurança apresenta outro problema, segundo militares ouvidos pela Folha: o treinamento é insuficiente. Oficiais que fizeram o treinamento em Brasília aceitaram falar à reportagem desde que seus nomes não fossem citados --temem punição por quebra de hierarquia. A maior deficiência é a carga horária de treinamento --cerca de cem, divididas em dez dias de aula.

Nesse período, os policiais têm aulas de cinco disciplinas: direitos humanos, controle de distúrbios civis, policiamento ostensivo, gerenciamento de crise e técnicas de tiro. Com cem horas de curso, dizem dois oficiais, é impossível criar a comunicação necessária entre policiais que atuam em situações de alto risco. "Força especial deve funcionar como time de futebol. Basta um olhar para o outro policial saber o que ele quer. Isso é impossível em cem horas de treinamento", conta um capitão.

A ênfase em direitos humanos também é um equívoco, segundo outro capitão. Quem integra os melhores quadros da polícia não precisa desse tipo de curso, segundo esse policial.

Presidente Lula sanciona a lei do disciplinamento do transporte rodoviário de cargas

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na tarde desta sexta-feira (5) o projeto de lei 4358/2001, do deputado Feu Rosa (PP-ES), estabelecendo regras que disciplinam a atividade de transporte rodoviário de cagas.

O número da nova lei será conhecido tão logo seja publicada no Diário Oficial da União - o que pode acontecer neste sábado (6) em edição extra ou na segunda-feira (8).

A sanção era esperada pelos transportadores de cargas desde a primeira quinzena de dezembro passado, quando a proposta foi aprovada pelo Plenário da Câmara Federal. Como teve apenas um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na questão que diz respeito à previdência, o projeto de lei foi sancionado praticamente intacto, o que pode ser considerado o resultado do esforço de toda a categoria no sentido de ter regras claras em sua atividade.

"Trata-se de um momento muito importante para a história do transporte rodoviário de cargas", comemorou o presidente Geraldo Vianna, ao se referir à transformação da proposta em lei. "A expectativa é de que a nova lei represente um passo enorme na esperança de se ter um setor mais organizado e preparado para o desafio do desenvolvimento", acrescentou Vianna, ressaltando que, embora a lei ainda deva passar por regulamentação, pelo menos agora os transportadores de cargas passam a ter um documento legal para respaldar normas e regulamentos da atividade. O projeto, ora transformado em lei, tramitou na Câmara Federal e no Senado por cerca de 6 anos.

O disciplinamento da atividade de transporte rodoviário de cargas é uma antiga aspiração da categoria. Ele começou a ser discutido em meados da década de 90, nas reuniões do antigo Conet (Conselho Nacional de Estudos Técnicos de Transportes), dando origem a uma proposta, que, posteriormente, passaria por uma série de alterações e receberia a adesão dos transportadores autônomos de carga rodoviária.

Na paralisação dos transportadores autônomos em 1999, uma das reivindicações dessa categoria que o governo, por meio do então ministro Eliseu Padilha (Transportes), se comprometeu a atender foi exatamente enviar a proposta do disciplinamento para o legislativo. Como não cumpriu, o deputado Feu Rosa aproveitou o projeto, apresentando-o à Câmara Federal. A partir dai, a proposta receberia emendas, ficando praticamente desfigurado. Sua restauração seria feita mais tarde, no Senado, de onde voltaria já aprovado e passaria a tramitar novamente na Câmara, desta vez com o apoio das entidades representantes das empresas de transporte e dos transportadores autõnomos, reunidas numa grande frente de defesa dos interesses da atividade.

A nova lei, cujo conteúdo já é conhecido de todos os transportadores de cargas, em função da persistente divulgação desde quando o projeto começou a tramitar na Câmara, será publicada na íntegra pelo NTC Notícias, tão logo a próxima edição do DOU comece a circular.


Por NTC & Logística - Redação

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Um Monstro Bem Alimentado

Por:Marques Milano

O Monstro nasceu pequeno, mas já naquela época dava mostras do que seria capaz. Lembro-me bem de sua face no ano de 1989. Manteve o empresário Abílio Diniz durante três meses num cativeiro, praticamente enterrado num buraco, e respirando apenas através de um tubo. O monstro tinha tomado a aparência de seqüestradores canadenses, argentinos e chilenos, e quando a polícia os encontrou, pensamos que aquele seria o fim prematuro de uma criatura que fora gerada para se tornar um verdadeiro flagelo. Doce ilusão... Afinal de contas, aqueles não eram simples seqüestradores, não eram meros criminosos. Não, aqueles homens eram revolucionários, eram guerrilheiros, eram comunistas, e por isso não mereciam ser condenados por atos que visavam uma futura revolução. Se Abílio Diniz havia sido torturado psicologicamente, se havia sofrido todas as humilhações possíveis e imagináveis, isso se justificava pelo bem comum que a revolução socialista traria. Pelo menos essa era a opinião do senador Eduardo Suplicy, do deputado Eduardo Greenhalgh e do então Vice-prefeito Hélio Bicudo. Os três não mediram esforços para libertar seus “camaradas”, e quando conseguiram, libertaram também o Monstro.
– Agora o Monstro irá se recolher por um tempo. Recuperar suas forças antes de atacar de novo – sinceramente imaginamos.
Mas a criatura era uma dessas que não economizava no descaramento. Sendo assim, um ano depois – mais especificamente em 1990 – mostrou outra vez sua face terrível. Havia recebido um nome, Foro de São Paulo, e reunia sob seu corpo, repleto de pústulas, uma estranha ninhada: PT, Farc’s colombianas, MIR chileno, e muitos outros partidos ou grupos comunistas que se alinhavam com o intuito de colaborar com o Monstro. Não, ao presidente do Foro – então Luís Inácio Lula da Silva – e aos homens da esquerda nacional pouco importava se os integrantes das Farc’s produziam e distribuíam cocaína a todo o continente. Pouco importava se o MIR chileno estava por trás de muitos seqüestros de cidadãos brasileiros. A única coisa realmente importante era organizar uma revolução comunista sul-americana, ainda que a vida de milhões de pessoas fosse destruída pelas drogas e pela desestabilização social que isso acabaria produzindo.
A partir desse momento, o Monstro passou a fazer aparições esporádicas. Certamente se encontrava disfarçado em meio à manifestação “popular” que culminou no processo de impeachment do ex-presidente Collor. Decerto não se encontrava ausente nas primeiras invasões de terra do MST. Mas nisso tudo agia subterraneamente, como convém a toda conspiração revolucionária. E escondida de nossos olhos, a criatura ganhava dimensões assustadoras. Engordava, alimentada pelo sangue das vidas que eram ceifadas na guerra do tráfico de drogas que ela mesma estimulara. Enfim, o Monstro lançava seus tentáculos, aumentava seu poder, e se preparava para deixar o esconderijo.
Recordo-me hoje de tê-lo flagrado no ano de 2001, na cidade de Porto Alegre. Sim, ocorria então o chamado Fórum Social Mundial, e inúmeros grupos de esquerda reuniam-se ali para “debater idéias”. O governador do Estado do Rio Grande do Sul era Olívio Dutra do PT, que como bom anfitrião, não economizou nos gastos a fim de receber muito bem a criatura. Naquela ocasião, ela se manifestara sob a forma de narcoguerrilheiros colombianos, recepcionados em Porto Alegre com honras de estadistas. É verdade que a polícia federal não permitiu que Olivério Medina – acusado pelo governo da Colômbia por exercer atividades terroristas – palestrasse no Fórum. Isso, porém, não o impediu de participar das demais atividades, ainda que fosse considerado um criminoso internacional.
Aliás, a vergonha deixou também de impedir qualquer ação daqueles que trabalhavam a serviço da criatura. Não tiveram vergonha, por exemplo, o ex-presidente da Câmara Federal, João Paulo, o então deputado Vicentinho, e novamente Luiz Eduardo Greenhalgh quando, em maio de 2004, visitaram na cadeia o líder dos Sem-Teto, preso por co-autoria num homicídio. Não teve vergonha o senador Eduardo Suplicy, quando afirmava a intenção de “resguardar a integridade física dos presos”, sempre que os detentos se rebelavam na penitenciária do Carandiru e destruíam com isso as instalações. Não, o Monstro realmente não tinha mais vergonha...
Decerto, se não tinha mais vergonha, medo também não haveria de ter. Por isso, quando a criatura revelou sua face mais violenta, foi a população que se sentiu aterrorizada. PCC, Comando Vermelho, Fernandinho Beira-Mar, Marcola, todos ligados às chamadas Farc’s colombianas, cuja relação com a esquerda não é necessário recordar. Delegacias atacadas, agências bancárias alvejadas, ônibus incendiados, policiais assassinados, civis assassinados. Durante quase vinte anos a violência havia sido gerada no ventre desse Monstro, e com essa mesma violência ele se alimentara. Durante quase vinte anos a esquerda brasileira dera guarida a bandidos, a terroristas estrangeiros, a traficantes – tudo absolutamente documentado.
– É preciso combater o terrorismo! – disse o presidente Lula na posse para seu segundo mandato.
Bobagem, presidente. Todo mundo sabe: por mais feio que seja o rebento, ninguém mata o filho gerado pelas próprias entranhas.

Marques Milano
Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2007
Código do texto: T337186

Wagner e bancada discutirão mesa da AL

O governador Jaques Wagner terá uma reunião com a bancada que lhe dá apoio na Assembléia Legislativa, provavelmente na próxima terça-feira, para o que se espera ser a discussão final sobre a eleição para a mesa diretora da Casa. O quadro ganhou mais um complicador ontem, quando o deputado Luciano Simões (PMDB) anunciou sua postulação à presidência, enquanto outro candidato já declarado, Edson Pimenta (PCdoB), afirmou que, embora candidato independentemente da posição de Wagner, mantém-se leal à base do governo e a sua trajetória política. O esclarecimento de Pimenta, que tem o apoio explícito da bancada de seu partido, decorre de comentários de bastidores segundo os quais ele estaria “fazendo acordo com a direita” para chegar ao cargo. “Na eleição para a mesa da Assembléia”, explicou, que, “não há esse negócio de esquerda ou direita, e portanto não há a hipótese de que estou tendo uma postura de oposição. A Casa é política e todos os deputados são eleitores da mesa. As pessoas do PFL, PP e PL com quem conversei não fizeram esse tipo de colocação nem eu aceitaria se fizessem”.
O parlamentar confirmou que na área agrícola, sua principal base eleitoral, “há um descontentamento porque os espaços do governo foram ocupados sem uma discussão política” com seu segmento, mas que isso” de forma alguma altera os compromissos com o governador e com a mudanças que ele simboliza”. Sua candidatura, nesse caso, representa apenas “o ideal de independência do Poder Legislativo, que é também um objetivo de Wagner”.
Pimenta disse que a primeira reunião do então candidato a governador para discussão dos assuntos ligados à área rural foram feitos em abril de 2006 na sede da Fetag - Federação dos Trabalhadores na Agricultura, que ele presidiu - e que, após a eleição, Wagner manifestou em Vitória da Conquista o interesse de que a entidade seja uma parceira na implantação do programa Luz para Todos e nos projetos de agricultura familiar. “Estamos firmes nesse compromisso”, assegurou.
Procurado para comentar a posição de seu partido, ??o PMDB, no processo sucessório da mesa, o deputado Luciano Simões afirmou de saída que também é candidato a presidente da Assembléia e que recebeu “sinal verde” dos líderes dos oposicionistas PFL, PP e PL para buscar o consenso no objetivo de criar uma chapa única e evitar o confronto no plenário.
Ante a surpresa do repórter, pois seu nome não vem sendo citado nas matérias recentes sobre o assunto, Simões lembrou que em dezembro deu uma entrevista à Tribuna lançando sua candidatura. “Eu aguardei a decolagem de um nome do PT, que é a maior bancada da base do governo. Como isso não ocorreu e o PMDB tem a segunda maior bancada, entendi que era o momento de colocar meu nome novamente em circulação”, explicou.
Simões anunciou que no início da próxima semana procurará as lideranças do próprio PT, PSDB, PCdoB, PDT e demais partidos governistas para mostrar seu “potencial” e reunir apoios. Reafirmou que vai em busca do consenso para evitar o bate-chapa, pois nessa condição ele desistiria. “Não vou disputar a presidência no voto com ninguém. Se houver confronto, retiro meu nome e oto no candidato do governo”, adiantou. (Por Luis Augusto Gomes)



Primeira-dama participa de ato cultural na Rocinha


Um dia após assumir a presidência das Voluntárias Sociais - realizada em solenidade rápida de transmissão de cargo da ex-primeira-dama Isabel Souto, a primeira-dama Fátima Mendonça já colocou “a mão na massa” e visitou, ontem pela manhã, a comunidade da Rocinha - um quilombo urbano de 40 famílias no Pelourinho. Fátima foi convidada pelo novo secretário de Cultura, Márcio Meirelles e sua nova equipe para anunciar a nova proposta para a cultura no Estado que terá o compromisso público de conduzir a política cultural de forma participativa, aberta ao diálogo com todas as representações sociais, de forma ética e transparente. “A mudança foi pedida pelo povo. Queremos um novo olhar sobre a coisa pública, queremos a república”, disse Meirelles, anunciando que a cultura não pode ser vista somente como arte, como “belas artes”, mas sim como “fazer simbólico que transforma educação em educação sem adestramento e que reafirma a nossa identidade cultural, cuja construção é um dos eixos de ação da proposta do novo governo para o desenvolvimento humano e social na Bahia”. Segundo Meirelles, existe uma nova proposta do Centro Histórico de reformar o Pelourinho, daí o motivo da escolha da comunidade da Rocinha para apresentar a proposta de trabalho da Secretaria da Cultura. “O Pelourinho foi pensado como cenário, mas isso aqui não é um shopping center. É muito mais do que um equipamento cultural, é o coração do Centro Histórico de Salvador. Conforme o secretário de Cultura, a condução da “reforma” do Pelourinho vai ficar sob a responsabilidade da Secretaria da Cultura, em parceria com todas as outras secretarias, pois “o Pelourinho, assim como todo o Centro Histórico é um espaço cultural e urbanístico para além do turismo. É um patrimônio da humanidade e, portanto, é de todos nós, inclusive dos moradores, e sua preservação tem que respeitar quem vive no lugar”. De acordo com o secretário de Comunicação do Conselho Cultural dos Moradores da Comunidade Vila Esperança (o antigo nome da Rocinha), Ednaldo Sá, a comunidade da Rocinha nunca havia recebido visita de autoridades públicas. (Por Raiane Verissimo)



Candidatura de Marcelo Nilo enfrenta turbulência


O que parecia um vôo tranqüilo em céu de brigadeiro para a candidatura do tucano Marcelo Nilo à presidência da Assembléia começa a enfrentar turbulências e nuvens pesadas pela frente. Tido como um dos nomes mais simpáticos ao governador Jaques Wagner, Nilo tem experimentado, nos últimos dias, resistências inesperadas e quase que irremovíveis, até dentro do núcleo petista.
A deputada Fátima Nunes, do PT, por exemplo, foi enfática em considerar, em recente encontro do partido, que o nome de Marcelo Nilo não representa o consenso. Edson Pimenta, do PC do B, cada dia mais candidatíssimo, repete a todo instante que pode até desistir de sua candidatura, mas jamais para o tucano Nilo.
Pior ainda fez o senador César Borges, do PFL, desafeto declarado de Nilo, que disparou de Brasília uma mensagem mais do que clara para seus companheiros de bancada e todo o grupo: qualquer voto em Nilo é voto contra ele. Alvejado nas várias frentes, o tucano tratou ontem de minimizar as resistências, até porque aposta na palavra conciliadora de Wagner.
No outro extremo, o também tucano, Artur Maia, decidiu entrar na muda. Com tantos disparos cruzando os céus da Assembléia, concluiu que é mais prudente partir para uma ação de bastidores, onde espera arregimentar os votos que considera decisivos. Ele trabalha com um forte argumento para considerar sua caminhada com boas chances de êxito: tem uma das mais baixas taxas de rejeição entre os muitos nomes em jogo. Mas sabe bem que a eleição segue indefinida.



Valdenor diz que Câmara vai analisar logo o PDDU


Reeleito por unanimidade presidente da Câmara de Salvador, o vereador Valdenor Cardoso anunciou ontem que a Casa já está preparada para analisar e votar, nos próximos meses, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), introduzindo, se for o caso, mudanças no projeto original que possam contribuir para o crescimento mais ordenado da cidade. Valdenor visitou ontem a Tribuna da Bahia, onde foi recebido pelo diretor Walter Pinheiro. Ele fez um balanço dos trabalhos da instituição nos dois últimos anos, considerando que os resultados foram bastante positivos e reconhecidos pela população. Sobre sua reeleição, ele disse tratar-se de uma vitória do conjunto dos vereadores em torno de um único objetivo: “A independência da Câmara”, que antes era vista pelo cidadão comum apenas como um apêndice do Executivo. “Cumprimos rigorosamente o que determina a Constituição. Como Poder independente, temos, no entanto, a visão da necessidade de um relacionamento harmônico com a prefeitura”, afirmou, para complementar que cabe à Câmara fiscalizar os atos do prefeito e propor leis que tragam benefícios ao município.
Valdenor destacou a implantação da TV Câmara. Ainda em canal fechado, o vereador disse que ela é um instrumento de transparência muito grande. “Além de conhecer os vereadores a população pode acompanhar os nossos trabalhos de perto”. É uma forma de obrigar o parlamentar a estar presente ativamente. (Por Karina Baracho)

Fonte: Tribuna da Bahia

Consultado, FHC estimula ‘terceira via’ na Câmara

Iniciado por duas legendas de pequeno porte –PPS e PV—o “grupo independente”, que articula o lançamento de uma nova candidatura à presidência da Câmara, começa a ganhar densidade com a perspectiva de incorporação do PSDB. Consultado por um articulador do movimento, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estimulou a busca do nome alternativo.


O apoio do PSDB, por ora uma mera cogitação, daria aos "inpependentes" uma inesperada musculatura. Passariam a contar com mais de cem deputados. O suficiente para agitar a disputa na Câmara, transformando-se em fiel da balança.



O tucanato já começou a se inserir entre os “independentes”. Incorporaram-se ao grupo inclusive dois deputados intimamente vinculados a FHC: o ex-ministro Paulo Renato (Educação) e José Aníbal, ex-presidente do PSDB. Integraram-se também à articulação tucanos que se destacaram nas CPIs da era Lula –Gustavo Fruet (PR) e Carlos Sampaio (SP), por exemplo.



"Não estamos trabalhando apenas para encontrar uma candidatura contrária às pretensões de Aldo Rebelo ou de Arlindo Chinaglia. Isso seria reduzir o esforço. Trabalhamos por uma idéia: a revitalização do Legislativo. Se avançarmos nisso, o movimento pode desaguar numa candidatura, que pode até ter alguma expressão", disse ao blog o tucano José Aníbal (SP).



O deputado ainda não havia conversado com FHC no instante em que conversou com o repórter. O blog apurou, porém, que, em diálogo privado que mantivera com outro "independente", FHC desfiou o seguinte raciocínio: entre os dois candidatos já lançados –Arlindo, do PT, e Aldo, do PC do B—tem mais simpatias pelo segundo. Considera Aldo como “o mal menor”. Não vê razões, porém, para que o PSDB se esquive de examinar alternativas. Avalia que o partido deveria adiar ao máximo uma definição formal no processo de escolha do novo comandante da Câmara. E, a depender do avanço das articulações, associar-se à idéia da terceira via.



Em articulação iniciada na noite desta quinta-feira, lideranças “independentes” dispararam uma série de telefonemas para deputados do PMDB, dono da maior bancada na Câmara (89 parlamentares). Tentam pôr de pé uma candidatura peemedebista que possa ser encampada pelo grupo. Passou-se a considerar como primeira hipótese o lançamento do nome de Osmar Serraglio (PMDB-PR), ex-relator da CPI dos Correios.



Como segunda alternativa, tenta-se viabilizar a candidatura de um deputado do próprio PT. Foram convidados a se associar ao grupo pelos menos dois petistas: José Eduardo Cardozo (SP) e Walter Pinheiro (BA). Nos bastidores, ambos emitem sinais de insatisfação com a candidatura de Arlindo Chinaglia. Não há, porém, evidências de que se disponham a dissentir abertamente do partido.



Simultaneamente, o “grupo independente” começou a esboçar um programa de gestão para a Câmara. Pretende-se usá-lo como base de lançamento da nova candidatura. Serviria também para construir pontes do movimento com a opinião pública. Parte-se do pressuposto de que nem Aldo Rebelo nem Arlindo Chinaglia teriam condições de sustentar uma plataforma de revitalização da Câmara, vista como essencial depois da série de escândalos em que se envolveu a atual legislatura.



Os termos do programa serão discutidos em reunião do grupo, marcada para a próxima segunda-feira, às 13h, no Hotel Crowne Plaza, em São Paulo. Participarão do encontro os tucanos já integrados à articulação e os deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Fernando Gabeira (PV-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Arnaldo Jardim (PPS-SP), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Ivan Valente (PSOL-SP) e Chico Alencar (PSOL-RJ). No final de semana, outros congressistas serão convidados a tomar parte da reunião.

Escrito por Josias de Souza às 03h23

Fonte: Folha Online

Ueba! Vendeu o carro pra pagar IPVA!

Por: José Simão

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Socuerro! Me mate um bode! Eu quero sexo, sangue e baconzito com Coca-Cola.

Começou o ano fiscal. IPVA quer dizer Imposto Para Vários Amigos! Tem que fazer vaquinha pra pagar! E um amigo meu disse que o carro dele desvaloriza todo ano e o IPVA sobe todo ano. Então vende o carro pra pagar o IPVA. Aí se livra de uma dívida e de um problema.
Rarará!

E agora entendo por que a árvore brasileira é o ipê: IPEtu, IPÊva, IPÊca, IPÊi. E tributo se chama tributo porque os carnês vêm de três em três! Rarará! O Brasil é um inferno fiscal!

E sabe o que Saddam falou quando chegou ao inferno? "Protesto! Tem um general sentado na minha cadeira!" Era o Pinochet! E o Fidel? O El Comandante continua firme. Os médicos cubanos fizeram uma autópsia e disseram que ele está passando bem. Fidel passa bem após autópsia! Rarará!

E o meio-irmão do Saddam vai ser meio enforcado? Aliás, vocês sabem como se chamam os meio-irmãos do Saddam? Kuday e Foday! Rarará! É verdade! E essa piada pronta: "Estados Unidos enforcariam Saddam de maneira diferente!"

RIOLÊNCIA! Lula manda o Recruta Zero pra tomar conta do Rio! E ninguém anda mais de ônibus! Com medo de virar churrasquinho de gato! O brasileiro está com problemas de ir e vir. Primeiro não conseguia andar de avião, agora não pode andar de ônibus.

E a única coisa organizada no Brasil é o crime. E ainda chamam de poder paralelo. Poder paralelo é o governo! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Ou, como diz o outro: o duro é quando fica mole.

Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Maragogi, Alagoas, tem um bar chamado Bar do Cagão! Só espero que ele não cague na comida. Rarará! E como será o banheiro do Bar do Cagão? Banheiro ecológico: na moita. Rarará! Mais direto, impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil!

E atenção! Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Escotismo': ciência que estuda o uísque. Rarará! O lulês é mais fácil que o inglês! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno. E vai indo que eu não vou!


simao@uol.com.br

"Síndrome de Severino" leva governo a interferir

BRASÍLIA - O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, entrou de vez na disputa para a presidência da Câmara. Não para concorrer, porque ele nem é deputado. Mas para definir o nome do candidato da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que vai dirigir a Câmara nos próximos dois anos. Ele lembra aos candidatos Aldo Rebelo (PC do B-SP), atual presidente da Casa, e Arlindo Chinaglia (PT-SP), atual líder do governo, que eles não poderão radicalizar o processo a ponto de dar oportunidade para uma terceira candidatura.

"Lembremo-nos da eleição de Severino Cavalcanti", disse Tarso. Referia-se ao malogro da candidatura de dois petistas em 2005 - Luiz Eduardo Greenhalgh, candidato oficial, e Virgílio Guimarães, dissidente -, o que possibilitou a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE). O episódio, um dos mais esquisitos da História recente do Parlamento, gerou crises sucessivas, visto que Severino as irradiava por onde passava.

Severino acabou renunciando ao cargo de deputado, para fugir de um processo de cassação, pois foi acusado de, quando secretário da Câmara, cobrar propinas para renovar concessões de restaurantes. Tarso acredita que haverá uma solução para a disputa antes do dia 20.

CORRESPONDENTE: O governo já sabe quem será o candidato da base à presidência da Câmara?

TARSO GENRO - "Ainda não. Estamos aferindo a possibilidade eleitoral de cada um. Depois formalizaremos o juízo e emitiremos a opinião sobre quem tem mais condições de vitória."


Se os dois resolverem disputar a presidência da Câmara, o governo vai interferir?
"Interferir não. Mas vai lembrá-los que não dá para oferecer a oportunidade de uma terceira candidatura. Isso seria um erro muito grande. A oposição, no seu papel, aproveitaria isso muito bem. Então, a possibilidade de surgir um terceiro candidato sempre existe. Seria ruim para toda a base do governo. Lembremo-nos da eleição de Severino Cavalcanti."


O senhor tem conversado com os integrantes da base do governo para observar tendências?
"Eu converso com todo mundo que compõe a base do governo, para levantar hipóteses. É o que tenho feito. "


Há a impressão de que o deputado Aldo está mais forte? Ele tem recebido muitos apoios públicos, até do PFL.
"Não tenho essa impressão. Se tivesse de dizer quem tem mais votos, não saberia dizer. Os dois são fortes, têm liderança."


O senhor é ligado à corrente "Movimento PT", à qual também pertence o deputado Arlindo Chinaglia. O senhor torce por ele?
"Evidentemente que tenho preferências pessoais porque sou um militante do PT. Mas, nessa questão, vejo o interesse do governo, que é o de um deles ser o presidente da Câmara. O governo acha que deve haver só um candidato. O governo não vai arbitrar a disputa. Mas, no momento adequado, saberá dizer quem tem mais chance de vitória."


O candidato que renunciar ganhará um ministério?
"Aldo e Arlindo têm condição de ser candidato a presidente da Câmara e, depois de ser presidente da Câmara, podem exercer qualquer função de nível superior, como um ministério. Mas esta não é uma compensação que está sendo estudada."
Fonte: Tribuna da Imprensa

Descontentes querem candidato independente na Câmara

BRASÍLIA - Descontentes com o DNA governista dos principais envolvidos na disputa pela presidência da Câmara, um grupo de deputados decidiu lançar um candidato alternativo. O nome será definido em uma reunião marcada para segunda-feira, em São Paulo, e entre os cotados figuram Fernando Gabeira (PV-RJ), Raul Jungmann (PPS-PE), Luiza Erundina (PSB-SP) e Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Apóiam a iniciativa parlamentares do PMDB, PSDB, PPS, PSB, PSOL e PV, além dos petistas Walter Pinheiro (BA) e José Eduardo Martins Cardozo (SP). Os integrantes do grupo alegam que os candidatos já lançados - o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP)- não têm condições de resgatar a imagem do Congresso.

A avaliação deles é de que a Câmara precisa de um presidente que seja independente em relação ao Planalto, contrário à cultura de privilégios que levou os parlamentares tentar dobrar seus salários e favorável à punição de deputados atingidos por denúncias de corrupção. Jungmann disse que nem Aldo nem Chinaglia representam uma ruptura com a legislatura que está acabando. "A pior de todas", avaliou.

"A eleição de qualquer um dos dois será uma forma de submeter a Câmara ao Planalto, o que não é bom para o Legislativo", argumentou o deputado do PPS. "A intenção é mostrar que nem todos os deputados estão contaminados pela dependência ao governo, pelos privilégios da Casa e por procedimentos incompatíveis com a moralidade pública", completou Luciana Genro (PSOL-RS).

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou que poderá ser o candidato do grupo alternativo, caso não haja outra saída: "Na pior das hipóteses, o candidato serei eu. Na melhor, alguém que tenha condição de atrair mais votos e mais gente para nosso movimento." Gabeira lembrou que o grupo ainda é pequeno, mas poderá crescer, pois a Câmara teve um índice de renovação de 44% nas últimas eleições: "Vamos buscar forças lá."

Um dos apontados como alternativa, Carlos Sampaio, não demonstrou entusiasmo com a idéia. Disse que seguirá a opção do PSDB, mas adiantou preferir a reeleição do atual presidente da Câmara. "Aldo, tirando a questão do salário, que foi um equívoco, exerceu com equilíbrio a presidência", disse. "Chinaglia nunca esteve na presidência para dizermos se tem ou não condições, mas me parece uma pessoa de bem."

Chinaglia reagiu à iniciativa dos independentes. "Estamos bastante tranqüilos, pois em todos os contatos percebemos que o clima não favorece uma candidatura alternativa que colocasse em risco a estabilidade da Câmara", disse. No seu entender, não há possibilidade de se repetir o que ocorreu há dois anos, quando o azarão da disputa, o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), foi eleito.

A disputa entre dois candidatos governistas preocupa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tentar convencer Chinaglia ou Aldo a desistirem. O petista afirmou que não tem como desistir de sua candidatura e o atual comandante da Câmara também argumentou que sua candidatura não lhe pertence mais. Aldo não comentou a iniciativa do grupo independente.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Estaria o trio balançando?

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Ao sair de Brasília para dez dias de férias, hoje, o presidente Lula deixa sobre a capital federal uma nuvem de dúvidas antes inexistentes, mas agora adquirindo tonalidades carregadas: qual o significado de suas críticas formuladas esta semana a respeito da necessidade de um pacote de cidadania que não seja falado em economês?

Caem as cotações do trio Henrique Meirelles, Paulo Bernardo e Guido Mantega, catedráticos de economês, certamente porque de novembro até hoje não conseguiram chegar a um elenco de medidas em condições de destravar o País e restabelecer o crescimento econômico. As versões que discutiram e levaram diversas vezes ao presidente têm sido até agora rejeitadas, ou, pelo menos, consideradas insuficientes.

Mesmo mantendo o controle da inflação e a austeridade fiscal, o Lula quer mudanças mesmo, de verdade, na política econômica. E os três comandantes, presumidamente em desacordo, não chegam a uma conclusão. Teme o presidente do Banco Central desagradar o mercado, os meios internacionais e a ortodoxia do modelo até agora praticado.

O ministro do Planejamento, mesmo influindo menos, inclina-se por alterações que não prejudiquem a arrecadação federal, enquanto o ministro da Fazenda sustenta maiores facilidades para a atividade produtiva e menores para a atividade especulativa.

Há quem suponha não estar tão garantida assim a permanência dos três, isso depois de considerados indemissíveis, semanas atrás. Na verdade, o presidente Lula ganha tempo e aproveitará o período de descanso para refletir. Pode estar sendo grande a tentação de agir conforme discursou no dia da segunda posse, em especial porque no correr da semana continuou dando sinais de serem para valer os conceitos exarados no Congresso e em praça pública.

Numa Brasília cada vez mais deserta de informações, fluem boatos e especulações. Delfim Neto é um nome que volta a ser falado. No caso, para o Banco Central. O empresário Gerdau Johanpetter também. Até Ciro Gomes, que teria mergulhado no interior do Ceará por estratégia combinada com o presidente, não por divergências com ele. Quem pode deter a chave para a solução do enigma é a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Embolou o meio campo
O PT propôs ao PMDB que se Arlindo Chinaglia tiver o seu apoio para a presidência da Câmara, hoje, daqui a dois anos os companheiros votarão em bloco no candidato que os peemedebistas indicarem. Trata-se de um trunfo de razoáveis proporções, mas que acaba de ser neutralizado: Aldo Rebelo fez a mesma proposta a Michel Temer, presidente do PMDB. Caso o partido vote nele, agora, compromete-se a trabalhar desde já para ser sucedido, em 2009, por quem o partido indicar.

O jogo está empatado, apesar da disposição do PT de levar até o fim a candidatura de Arlindo Chinaglia. Porque Aldo Rebelo dispõe do não pouco discreto respaldo do presidente Lula.

Por conta disso e para evitar a ascensão de um Severino Cavalcanti qualquer, cresce no PMDB a corrente capaz de solucionar o impasse. Seria a apresentação, em fevereiro, de um peemedebista capaz de unir o partido. Eunício Oliveira? Pode ser.

Quem não está gostando nem um pouco da indefinição é o presidente Lula, mas foi alertado para preservar-se. O pior que lhe poderia acontecer seria a derrota do candidato que viesse a apoiar formalmente, como aconteceu há dois anos.

Renan garantido
Já na presidência do Senado, as dúvidas vão desaparecendo. Renan Calheiros continuará. Importa menos se por uma dessas curvas do caminho o presidente da Câmara também vier a sair do PMDB. Afinal alhos nada têm a ver com bugalhos e a tradição dá à maior bancada em cada casa do Congresso o direito de eleger seu presidente. O PMDB bate, de longe, qualquer outro partido no Senado, e, na Câmara, é superior ao PT.

Inexiste a teoria das compensações, como regra, ainda que tenha prevalecido uma ou outra vez, no passado. Mas ninguém deve esquecer que Ulysses Guimarães presidiu a Câmara por quatro anos, enquanto no Senado, também do PMDB, os presidentes foram Nelson Carneiro e, depois, Humberto Lucena.
Fonte: Tribuna da Imprensa

BRASÍLIA - Descontentes com o DNA governista dos principais envolvidos na disputa pela presidência da Câmara, um grupo de deputados decidiu lançar um

Por: Helena Chagas

n Brasília.A porteira é fechada, mas nem tanto. O presidente Lula confirmou a aliados e auxiliares que o critério de preenchimento dos cerca de 600 cargos federais de segundo escalão e nas estatais, que estão sendo mapeados pelo Planalto, será diferente do que foi adotado no primeiro mandato, quando setores do PT ocuparam posições estratégicas em todos os níveis de todos os ministérios - independentemente de ter o titular ou não - a ponto de ter mais de 60% desses cargos.


Mas o critério das nomeações também não será exatamente aquele com que sonham os partidos da coalizão, que querem ganhar o curral de porteira fechada.


Embora o presidente vá tirar de campo petistas instalados em postos estratégicos de pastas comandadas por outros partidos e tenha avisado que a última palavra e a responsabilidade pelas nomeações serão de cada ministro, Lula, ao convidá-los, vai recomendar que sejam aproveitados nos ministérios quadros de todos os partidos da coalizão, desde que qualificados.


- Não vai haver nenhuma força política nem alguém que tenha pessoas nomeadas em todos os ministérios. Mas também não tem isso de "porteira fechada". Cada ministro vai montar sua equipe segundo critérios de qualidade técnica, e essas pessoas podem ser de seu partido ou de outros partidos. O governo vai recomendar que os ministros negociem as nomeações com outros partidos da coalizão. Mas a última palavra é do ministro. Nas crises, é ele quem vai responder por tudo - anuncia o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, evitando citar a palavra PT.


Lula pediu a Tarso e aos ministros Dilma Rousseff e Luiz Dulci para fechar o mapeamento desses cargos nos próximos dez dias, até seu retorno das férias. Embora neguem, esses ministros também estão tratando de algumas nomeações para fechar o quebra-cabeças do primeiro escalão, que Lula pretende nomear no início de fevereiro. Mas o maior trabalho tem sido mapear os mais de 600 postos DAS e cargos comissionados no segundo escalão dos ministérios, nos estados e nas estatais, que costumam ser alvo da cobiça de todos os aliados em todos os governos. Apesar de a maioria estar hoje nas mãos do PT, há cargos nas mãos de quase todos os partidos da coalizão governista. Para completar o trabalho, Dilma e Dulci desistiram de tirar folga nesse período, conforme planejavam.


A intenção dos ministros é entregar ao presidente não só um levantamento, mas uma avaliação qualitativa do desempenho dos atuais ocupantes da maioria desses cargos para que o presidente tenha uma visão conjunta da administração na remontagem do governo.
Fonte: JB Online

Descontentes querem candidato independente na Câmara

BRASÍLIA - Descontentes com o DNA governista dos principais envolvidos na disputa pela presidência da Câmara, um grupo de deputados decidiu lançar um candidato alternativo. O nome será definido em uma reunião marcada para segunda-feira, em São Paulo, e entre os cotados figuram Fernando Gabeira (PV-RJ), Raul Jungmann (PPS-PE), Luiza Erundina (PSB-SP) e Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Apóiam a iniciativa parlamentares do PMDB, PSDB, PPS, PSB, PSOL e PV, além dos petistas Walter Pinheiro (BA) e José Eduardo Martins Cardozo (SP). Os integrantes do grupo alegam que os candidatos já lançados - o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP)- não têm condições de resgatar a imagem do Congresso.

A avaliação deles é de que a Câmara precisa de um presidente que seja independente em relação ao Planalto, contrário à cultura de privilégios que levou os parlamentares tentar dobrar seus salários e favorável à punição de deputados atingidos por denúncias de corrupção. Jungmann disse que nem Aldo nem Chinaglia representam uma ruptura com a legislatura que está acabando. "A pior de todas", avaliou.

"A eleição de qualquer um dos dois será uma forma de submeter a Câmara ao Planalto, o que não é bom para o Legislativo", argumentou o deputado do PPS. "A intenção é mostrar que nem todos os deputados estão contaminados pela dependência ao governo, pelos privilégios da Casa e por procedimentos incompatíveis com a moralidade pública", completou Luciana Genro (PSOL-RS).

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou que poderá ser o candidato do grupo alternativo, caso não haja outra saída: "Na pior das hipóteses, o candidato serei eu. Na melhor, alguém que tenha condição de atrair mais votos e mais gente para nosso movimento." Gabeira lembrou que o grupo ainda é pequeno, mas poderá crescer, pois a Câmara teve um índice de renovação de 44% nas últimas eleições: "Vamos buscar forças lá."

Um dos apontados como alternativa, Carlos Sampaio, não demonstrou entusiasmo com a idéia. Disse que seguirá a opção do PSDB, mas adiantou preferir a reeleição do atual presidente da Câmara. "Aldo, tirando a questão do salário, que foi um equívoco, exerceu com equilíbrio a presidência", disse. "Chinaglia nunca esteve na presidência para dizermos se tem ou não condições, mas me parece uma pessoa de bem."

Chinaglia reagiu à iniciativa dos independentes. "Estamos bastante tranqüilos, pois em todos os contatos percebemos que o clima não favorece uma candidatura alternativa que colocasse em risco a estabilidade da Câmara", disse. No seu entender, não há possibilidade de se repetir o que ocorreu há dois anos, quando o azarão da disputa, o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), foi eleito.

A disputa entre dois candidatos governistas preocupa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tentar convencer Chinaglia ou Aldo a desistirem. O petista afirmou que não tem como desistir de sua candidatura e o atual comandante da Câmara também argumentou que sua candidatura não lhe pertence mais. Aldo não comentou a iniciativa do grupo independente.
Fonte: Tribuna da Imprensa

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Oportunismo perigoso

Por: Jornal A TARDE


A qualificação de terrorista dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à recente onda de ataques a ônibus - um deles incendiado com passageiros dentro, sete dos quais morreram carbonizados -, delegacias, carros e guaritas de polícia no Rio foi infeliz. Esses atos, que chocaram o País, são da maior gravidade, mas atribuir-lhes esse caráter, como fez o presidente num dos discursos que marcaram sua posse na Presidência para um segundo mandato, é uma atitude oportunista.
“Essa barbaridade que aconteceu no Rio não pode ser tratada como crime comum. Isso é terrorismo e precisa ser combatido com a política forte e a mão forte do Estado brasileiro”, afirmou ele. E acrescentou ser inaceitável que presos consigam, de dentro das cadeias, ordenar “uma barbaridade daquelas, matando inocentes”.

Em primeiro lugar, é preciso chamar a atenção para o fato de que, além de imprópria, a qualificação tem conseqüências graves. Ela é imprópria, porque o terrorismo pressupõe uma motivação política, que não existe neste caso. Os bandidos que ordenaram e os que executaram aqueles ataques são movidos apenas pela sede de lucros ilícitos.

É o caso de perguntar se o presidente se dá conta dos desdobramentos inevitáveis da caracterização desses ataques como atos terroristas. O terrorismo exige um rito processual próprio, no qual se inclui, por exemplo, a prisão incomunicável. Adotar esse instrumento excepcional, cujo manejo pode facilmente escapar ao controle, representa um risco muito grande. O arroubo do presidente, com claros traços demagógicos, pode custar caro.

Em segundo lugar, o que aconteceu no Rio não foi novidade, ao contrário do que sustenta o presidente: “Aí já extrapolou o banditismo convencional (seja lá que o isso significa)que nós conhecíamos.” Ele parece ter-se esquecido das três ondas de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo em 2006, também comandadas de dentro das prisões, muito mais graves e que deixaram um número de mortos impressionante: 56 policiais, 119 suspeitos e 10 civis inocentes. Nem por isso, ele falou então em terrorismo.

O que se passa no Rio, assim como o que se passou em São Paulo, são fatos gravíssimos, que exigem medidas duras dos Estados e da União, mas de terrorismo não têm nada.

MP já recebeu 152 denúncias

Por: Assessoria de Comunicação Social
Data: 04/12/2006 Por Maiama Cardoso



Em apenas um semana de campanha de combate ao nepotismo na Bahia, o Ministério Público estadual recebeu 152 denúncias, em sua maioria, advindas do Interior do Estado. De acordo com o relatório do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Gepam), o principal alvo das denúncias têm sido os prefeitos e integrantes de Câmaras de Vereadores. A campanha “Diga não ao nepotismo – serviço público não é casa da mãe Joana, do pai Francisco, do irmão José, da cunhada Maria...” foi lançada no último dia 27 de novembro, pelo procurador-geral de Justiça Lidivaldo Reaiche Britto, que apresentou aos cidadãos baianos o telefone 0800-286-0606 e o e-mail denuncianepotismo@mp.ba.gov.br, para que eles participem ativamente do processo.

De acordo com a coordenadora do Gepam, promotora de Justiça Rita Tourinho, as denúncias recebidas pelo MP serão encaminhadas aos promotores de Justiça responsáveis para que eles tomem ciência do fato e verifiquem sua veracidade adotando as providências cabíveis. Os membros do MP recomendaram aos prefeitos municipais e presidentes de Câmara de Vereadores a imediata exoneração dos servidores que exercem cargos de confiança e que guardem parentesco de até terceiro grau com o chefe ou vice-chefe do Executivo, secretários municipais, membros da Casa Legislativa e dirigentes dos órgãos da Administração Pública Indireta, sendo que o PGJ enviou a recomendação ao governador do Estado, presidente da Assembléia Legislativa e presidentes dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios. Todos têm o prazo de 45 dias, após o recebimento da recomendação, para exonerarem os parentes.

Caso a determinação encaminhada pelo MP não seja cumprida, o infrator e o beneficiário poderão ser alvo de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa, o que pode acarretar para o gestor público a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, multa civil, dentre outros. A campanha, segundo explicou Lidivaldo Britto, está pautada no artigo 37 da Constituição Federal, que determina a impessoalidade e a moralidade como preceitos da administração pública. O PGJ recebeu, em audiência realizada hoje, congratulações do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União – seção Bahia, que, por meio do secretário executivo José Marcos Lisboa, parabenizou o MP estadual pela “nobre iniciativa” e protocolou um ofício de apoio à campanha.

Ascom/MP – Tel: 0**71 3103-6502, 3103-6505 e 3103-6567

terça-feira, dezembro 26, 2006

Oposição quer investigar Gamecorp

Empresa do filho de Lula registra prejuízo no mesmo ano em que Telemar injetou R$ 5 milhões
BRASÍLIA - A divulgação do balanço de 2005 da Gamecorp, que tem entre seus sócios Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Lula, levou a oposição a pedir investigações no Congresso sobre a empresa. A companhia registrou prejuízo de R$ 3,479 milhões no mesmo ano em que o grupo Telemar injetou R$ 5 milhões na empresa. A Telemar é concessionário do serviço público de telefonia, regulado pelo governo federal.

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou que, na sua opinião, um contador ligado ao valerioduto deve ter sido o responsável pelo balanço da Gamecorp. Foi uma referência às operações financeiras feitas pelo empresário Marcos Valério e pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para patrocinar o esquema do mensalão no Congresso.

ACM tem sido um severo crítico da transação entre Gamecorp e Telemar. Em discursos seguidos no plenário do Senado, ele costuma levantar suspeitas sobre a operação. Ontem, o senador disse que o balanço reforça essas suspeitas. "É inacreditável que tenha havido prejuízo. Pelo que sabemos, a empresa está envolvida em muitos projetos e deveria ter lucros muito grandes. Acho que tem algo errado aí e o contador que conseguiu registrar esse prejuízo deve ser o mesmo do valerioduto", disse o senador.

José Aníbal, eleito deputado federal pelo PSDB em São Paulo, também levantou suspeitas sobre a operação da Gamecorp. Para ele, "o caso dessa empresa do Lulinha é um a mais nessa onda toda de licenciosidade, que tem sido uma marca tão forte do governo Lula".

O deputado eleito cobrou de seu partido uma postura oposicionista mais firme e atuante para o próximo mandato e propôs questionar no Congresso as contas da Gamecorp. "Temos que analisar bem essa contabilidade, porque eles tiveram um crescimento enorme e agora apresentam prejuízo", disse.

"A imprensa tem feito um trabalho importante de acompanhar, de fiscalizar e denunciar. Agora, isso é o máximo que ela pode fazer", avaliou o futuro congressista tucano. "Quem tem condições, quem pode cobrar, exigir depoimento e tudo, é o Parlamento, é a oposição política. E o PSDB em janeiro tem que assumir isso para valer. A oposição tem essa responsabilidade e o PSDB precisa assumir isso, estar mais atento a essas questões", concluiu Aníbal.

Empresa
A Gamecorp nasceu com capital de R$ 10 mil, em 2004. No ano seguinte, houve a operação de compra de parte da empresa pela Telemar e os sócios originais - entre eles o filho de Lula - aumentaram o capital da companhia em mais R$ 2,7 milhões. A Telemar injetou mais R$ 2,5 milhões na empresa, para adquirir exclusividade sobre seus projetos e produtos.

Em 2006, apesar do prejuízo do ano anterior, a Telemar destinou mais R$ 5 milhões à Gamecorp, dessa vez como verba publicitária. Anteontem, Leonardo Eid, sócio do filho de Lula, revelou que também neste ano deve ser registrado prejuízo.

A Gamecorp produz conteúdo para o público jovem, principalmente dicas para jogos de videogame. Ela aluga espaço na grade da PlayTV, antiga Rede21, da TV Bandeirantes. Os representantes da empresa não foram localizados para comentar as declarações da oposição a Lula.
Fonte: Tribuna da Imprensa

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Aeroportos registram atrasos e confusões

Em mais um dia de caos nos aeroportos, foram registrados atrasos em 44% dos vôos. O presidente Lula cobrou soluções da FAB, Anac e Decea e disse que o povo espera ser tratado com respeito



22/12/2006 02:00

Em São Paulo, policiais ameaçaram usar gás pimenta para conter tumulto na sala de embarque do Aeroporto de Congonhas. No Rio, um passageiro foi detido no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim após quebrar um computador de uma empresa aérea. Em Brasília, um grupo invadiu a pista e teve de ser contido pela Polícia.

Em mais uma jornada de caos nos aeroportos do País, houve da noite de quarta-feira para ontem 44% de atrasos em vôos com aviões de passageiros. A taxa de ocupação dos vôos, neste mês, está em 70%. Normalmente, o previsto para este período do ano chegaria a 75%. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), dos 1.227 vôos previstos no País, 539 causaram esperas de mais de uma hora e 47 foram cancelados.

Em Congonhas, na quarta-feira à noite, o painel da Infraero mostrava que, dos 50 vôos previstos para o momento, 24 tinham mais de uma hora de atraso: 17 da TAM, seis da Gol e um da Varig. Em Cumbica, algumas das aeronaves da TAM decolaram com seis horas de atraso.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou das autoridades envolvidas com a crise aérea do País (Ministério da Defesa, FAB, Anac e Decea) respostas rápidas aos passageiros e maior fluxo de informações sobre os motivos que provocaram um novo caos nos aeroportos. Lula ficou irritado ao constatar que passageiros não conseguiram ser informados pelas empresas aéreas a respeito dos motivos dos atrasos nos vôos.

"O mínimo que o povo espera é ser tratado com respeito. É isso que nós temos que fazer. Não pode continuar com isso", disse o presidente em Brasília. Segundo Lula, o governo tem como principal objetivo encontrar soluções para a crise o mais rápido possível.

Lula se reuniu ontem com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef; o ministro da Defesa, Waldir Pires; o presidente da Anac, Milton Zuanazzi; e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Luiz Carlos Bueno. No encontro, o governo responsabilizou as empresas aéreas pela nova crise aérea, uma vez que a TAM retirou de circulação quarta-feira seis aeronaves que precisaram passar por revisão de segurança.

O relatório final da comissão criada na Câmara dos Deputados para acompanhar a crise aérea responsabilizou o Comando da Aeronáutica e o Ministério da Defesa sobre o caos nos últimos meses. Segundo o relator, deputado federal Carlos Willian (PTC-MG), os problemas no controle de tráfego aéreo são responsabilidade das duas instituições.

Embora tenha sido lido, o documento não deverá ser votado. Durante a sessão de ontem, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pediu vista do documento, o que adia a votação por duas sessões. Como o recesso legislativo começa hoje, não há mais tempo para que o texto seja aprovado na comissão, e ela será extinta dia 31 de janeiro, pois o regimento da Casa Legislativa não permite a prorrogação dos trabalhos para comissões temporárias. (da Folhapress)

Zona aérea! eu quero o aerolula!

Por: José Simão

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! E esses são os votos de ano novo dos Irmãos Bacalhau: 'Feliz 007'. E com a foto do Daniel Craig e Eva Green transando n'água!

Eu queria um feliz 007: o cara é bonitão, elegante, só se dá bem e é o objeto sexual do ano! Todo mundo quer transar com ele! Feliz 007!

E uma amiga foi pro aeroporto embarcar pra Salvador: check-in uma hora e meia. Antes do check-in sugiro um check-up! Pra agüentar o tranco!

E o cartão de embarque? no lugar de 'portão 21', 'portão 17', eles botaram um ponto de interrogação. É verdade! Portão de embarque: '?!'. Senhores passageiros, favor se dirigir ao portão de embarque ponto de interrogação!

E o vôo atrasou duas horas. Aí ela ficou louca e começou a bater na vidraça: 'EU QUERO O AEROLULA! EU QUERO O AEROLULA!'.
Rarará!

E diz que o Ministro da Defesa (do Palmeiras) não sabe nada de avião porque Pires não tem asa! E não se esqueça do kit aeroporto: saco de dormir, Lexotan, camisinha e sundown! E leva um peru na mochila! Se o vôo atrasar muito, você puxa o peru e espanca qualquer um! O peru vai apitar no aeroporto.
Zona aérea! Guerrilha nas Estrelas! Rarará!

E adorei a charge do Moa: Aldo Rebelo e Renan Calheiros lançando mais um livro de AUTO-AJUDA! Auto-ajuda de 91% de aumento no salário! Esse até Papai Noel ficou vermelho! Eles deviam percorrer o país dando palestras de auto-ajuda. Iam ficar 91% mais ricos. Rarará!

É mole? É mole, mas sobe! Ou como diz o outro: é mole, mas chacoalha pra ver o que acontece!

Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Salvador, no Shopping Barra, tem uma barraquinha de cachorro-quente chamada 'O Cachorro do Lula'. Rarará. Mais direto impossível.

Deviam armar essa barraquinha no aeroporto. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Comensal': companheiro que come uma vez por mês! O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã.

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E quem não tiver colírio pode usar botox com Fanta Uva!


simao@uol.com.br

Travestis são "exportados" para Europa

Duas rotas de tráfico de seres humanos estão levando travestis brasileiros para países europeus. Uma delas já levou 50 pessoas aliciadas em Fortaleza e Brasília para cidades italianas. Outra, descoberta pelo escritório de prevenção ao tráfico de seres humanos no Estado e Polícia, já conduziu cinco travestis naturais de Juazeiro do Norte para Lisboa, em Portugal



22/12/2006 02:00

Redes internacionais especializadas no tráfico de seres humanos estão levando travestis do Brasil para a Europa. Duas rotas já confirmadas partem de Fortaleza com destino às cidades de Bérgamo e Milão, no norte da Itália, e à Lisboa, em Portugal. A primeira foi descoberta na operação "Brasília", como é chamada pela polícia italiana. No esquema, 50 travestis de Fortaleza e Brasília já teriam sido aliciados e enviados. Segundo informações da Agência Nacional Stampa Associada (Ansa), empresa de notícias, 15 pessoas foram presas na Itália.

A rede de tráfico seria chefiada pelo brasileiro Sérgio Ricardo Farias, 36, conhecido por "Joana", que encontra-se foragido. Segundo informações da polícia italiana passadas à agência Ansa, os travestis, com idades entre 18 e 20 anos, eram aliciados nas periferias de Brasília e Fortaleza e negociados no mercado internacional com preços que variavam de 10 mil (R$ 29 mil) a 15 mil euros (R$ 44 mil). Uma vez na Itália, os travestis eram vigiados para fazer pontos nas ruas da cidade

A quadrilha, composta por brasileiros, italianos e romenos começou a ser investigada depois da morte de um travesti brasileiro William dos Santos, 28, morto a pedradas em 1º de setembro do ano passado por um pedreiro, crime ocorrido na periferia de Bérgamo. Os presos, segundo a Ansa, deverão responder na Itália pelos crimes de extorsão, facilitação à entrada de estrangeiros e favorecimento e exploração da prostituição.

No Brasil, o escritório de prevenção ao tráfico de seres humanos do Ceará e a Polícia descobriram uma outra rede de aliciadores que leva travestis de Juazeiro do Norte (563 quilômetros de Fortaleza) para Lisboa, capital de Portugal. Segundo Eline Marques, coordenadora do escritório, já foram identificados cinco travestis que teriam partido nesta rota, há mais de um mês. A denúncia chegou ao escritório através do Conselho Tutelar da cidade, que resolveu intervir no caso.

Os brasileiros, segundo as investigações, são mantidos em cárcere privado em uma boate comandada por um travesti português. "Eles saem de Juazeiro do Norte, vêm para Fortaleza e ficam hospedados em um hotel até embarcarem. Daqui, seguem para Portugal. Sabemos quem são os agenciadores em Juazeiro, onde existe uma agência envolvida, e as pessoas que fazem o esquema em Portugal", explica Eline. "Na verdade, são duas rotas, uma doméstica, que vem para Fortaleza, e outra internacional", completa, lembrando que as investigações desta última competem à Polícia Federal e à Polícia Internacional (Interpol).


ROTA DO TRÁFICO HUMANO PARA EUROPA

50 travestis aliciados em Fortaleza e Brasília foram levados para a Itália. No esquema, jovens de 18 a 20 anos eram negociados por preços que variam de 10 mil (R$ 29 mil) a 15 mil euros (R$ 44 mil).

Uma segunda rota para a Europa levava jovens em Juazeiro do Norte, no Cariri, para Lisboa (Portugal). Até agora se sabe que cinco travestis foram aliciados e levados pelo esquema. De acordo com Escritório de Repressão ao Tráfico de Seres Humanos no Ceará, alguns deles chegaram a ficar em cárcere privado na boate portuguesa.

Fonte: Jornal O POVO

O banquete da inconseqüência

Por: Carlos Chagas (Tribuna da Imprensa)

BRASÍLIA - Motivos, todos possuem para dar o dito pelo não dito, mas, convenhamos, assim está demais. Não mudou nada. O desempenho do governo é o mesmo dos últimos quatro anos. Hesitações, promessas não cumpridas, cabeças batendo a todo instante. Não era o que foi anunciado logo após a reeleição do presidente, aliás, pelo próprio.

Esta semana, depois de sucessivas proclamações no sentido de destravar o Brasil, o Palácio do Planalto voltou atrás mais uma vez, divulgando ter ficado para o próximo ano o pacote econômico da retomada do crescimento. Há mais de um mês que a equipe econômica se reúne com o chefe do governo, sob o controle austero da chefe da Casa Civil. A última notícia era de que hoje, sexta-feira, o País tomaria conhecimento das renúncias fiscais, do auxílio às empresas, da diminuição de impostos e toda uma parafernália otimista.

Continua tudo como estava
Ficou acertado até mesmo que, ontem, o recém-criado Conselho Político tomaria conhecimento do pacote, mesmo impedidos os presidentes de partidos de dar sugestões antecipadas. Pois bem. A reunião do Conselho Político ficou para depois das calendas e o pacote, aqui chamado de "Conceição", aquele que se subiu, ninguém sabe, ninguém viu, continua nas profundezas.

O novo ministério era para ser conhecido em dezembro. Isso às segundas, quartas e sextas-feiras, porque às terças, quintas e sábados o presidente dizia não ter pressa. Agora o ministro demissionário da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, recebeu apelo para ficar até 31 de janeiro. Um ou outro colega estaria sendo sondado para continuar. Outros não recebem qualquer sinal.

Continua tudo como estava: perplexidades, tiros dados a esmo, fogo amigo atingindo o governo e a sociedade na ignorância do que serão os próximos quatro anos. Serão iguaizinhos aos que se encerram, propícios a pressões fisiológicas dos partidos aliados ávidos de participar do banquete da inconseqüência...

Data marcada
O que significaram os debates parlamentares deste meio de semana, depois que a opinião púbica insurgiu-se contra o abusivo aumento de 91% dos vencimentos de deputados e senadores? Apenas, cortinas-de-fumaça. Enrolações para que, a partir de fevereiro, já tendo a população esquecido a própria indignação, venha a ser placidamente aprovado o aumento de R$ 12 mil para 24 mil para cada parlamentar, mantendo-se, é claro, todas as demais benesses e privilégios com que se aquinhoaram há anos. Trata-se de um golpe explícito, com data marcada. Não há nada que resista às festas de Natal, de Ano Novo e às férias de janeiro para amolecer o coração dos povos.

Não apenas o baixo clero, mas até as lideranças dos principais partidos chegarão para abrir a nova legislatura, em fevereiro, dispostos a equiparar seus subsídios aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Que de tabela também verão aprovado o projeto destinado a elevar os vencimentos dos Meritíssimos, obviamente logo depois seguidos pelos vencimentos parlamentares.

Só falta mesmo cuidar do Poder Executivo, e ninguém duvide de que em agradecimento às vagas abertas no futuro ministério não faltarão dirigentes partidários decididos a estender também ao presidente, aos ministros e principais funcionários federais os vencimentos de R$ 24 mil. Até a próxima indignação popular, muita água barrenta passará sob a ponte.

Apoio de Lula
Importa começar com a premissa de que em sua vida pública o deputado Aldo Rebelo conquista, entre os 512 colegas, a pole-position. Poucos parlamentares terão apresentado folha de trabalho tão profícua quanto a desse comunista que, além de acreditar, vive invocando Deus. O diabo, para ficar nos contrários, é que Aldo se viu envolvido em manobras que até agora não havia praticado.

Pretendendo, com muita justiça, continuar na presidência da Câmara, deixou-se levar pelo canto da sereia do baixo clero. Aderiu ao inexplicável aumento de 91% para os companheiros e até se viu apoiado no pincel, quando Renan Calheiros levou-lhe a escada. Tudo indica que Aldo será reconduzido ao cargo que ocupa.

Mas ninguém se iluda quando explosões de júbilo se registrarem no Planalto, a pretexto de ter sido o apoio de Lula o principal fator da reeleição. O responsável pela vitória será o presidente da Câmara. Desafortunadamente, respaldado pelos que pretendem ter aumentados abusivamente os salários.

Mercadante deve ser indiciado em inquérito sobre dossiê

A Polícia Federal vai indiciar o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e o tesoureiro da campanha petista ao governo de São Paulo, José Giácomo Baccarin, por envolvimento na tentativa de compra do dossiê Vedoin, que supostamente comprometeria políticos tucanos. O delegado Diógenes Curado Filho entregará hoje o relatório final do inquérito à Justiça Federal. O indiciamento de Mercadante e Baccarin deve ocorrer com base nos artigos 20 e 21 do Código Eleitoral, que responsabilizam o candidato a cargo eletivo ou pessoa indicada por ele pela administração financeira de sua campanha.


Na avaliação da PF, Mercadante seria beneficiado pela divulgação de informações que supostamente vinculariam tucanos à máfia dos sanguessugas, comandada pelos empresários Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Darci Vedoin. A fraude usava recursos de emendas parlamentares para compra superfaturada de ambulâncias. Para Mercadante, o escândalo foi uma 'grande armadilha para prejudicar a vitória de Lula e a sua'. Baccarin foi ouvido pela PF e negou as acusações.

Fonte: Agência Estado

Presidente convence Gil a ficar

Por: Tribuna da Imprensa

BRASÍLIA - O presidente Lula confirmou ontem que Gilberto Gil continuará ministro da Cultura. Depois de dizer várias vezes que estava exausto, Gil saiu satisfeito da conversa com Lula, na manhã de ontem, no Planalto. Na prática, ele reforça a lista de auxiliares que estão fora da cota política a ser negociada com os partidos no governo de coalizão.

"O companheiro Gilberto Gil é uma unanimidade nacional. "Uma pessoa que construiu um ministério como o Gil construiu não tem por que sair. O Brasil e a cultura ganham com isso", disse Lula. Um dia depois da aprovação da Lei de Incentivo ao Esporte, ele procurou animar Gil, que busca mais recursos para a pasta. "Vamos trabalhar fortemente para que, num determinado momento, possamos chegar a 1% do PIB para a cultura, porque ela não só gera emprego como cidadania", disse.

Além dele, Lula já deu sinais de que manterá Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Walfrido Mares Guia (Turismo), Celso Amorim (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Educação), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Luiz Dulci (Secretaria-Geral) e Luiz Marinho (Trabalho) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Bem-humorado após tirar fotos com servidores do Planalto e receber cumprimentos na confraternização de Natal, Lula repetiu que não planeja fazer mudanças drásticas na equipe e tomará posse com o mesmo time. As trocas para acomodar aliados só serão feitas após a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, em fevereiro.

"Vocês me perguntarem sobre reforma ministerial é como chegar para o técnico do Internacional de Porto Alegre na hora em que terminou o jogo com o Barcelona e perguntar: você vai substituir alguém?", observou. "Ele acabou de ganhar o jogo. Eu acabei de ganhar as eleições. Não estou preocupado em mudar ministério agora." O presidente também disse que não haverá posse coletiva dos ministros. "Diferentemente de 2002, em que eu tinha de apresentar o ministério quando eu ia tomar posse, agora não, ninguém precisa tomar posse. Só eu. Só o meu mandato é renovado. O dos ministros não."

Lula ainda não definiu quem substituirá o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que ficará na pasta só até o fim de janeiro. O presidente também estuda um novo modelo para a articulação política do governo - que não vai bem - e mudanças na estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Lula 1.2 poderá importar trabalhadores

Por: ELIO GASPARI

Luís Marinho, ex-presidente da CUT e atual comissário do Trabalho de Nosso Guia, recebeu um pedido da siderúrgica ThyssenKrupp para a contratação de 600 trabalhadores chineses. Viriam para as obras de construção de uma usina no distrito industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. O investimento global da empresa na região vai a US$ 3,4 bilhões, sobre os quais a Viúva aspergirá as habituais isenções de impostos. Os operários chineses são parte de um contrato de US$ 425 milhões firmado com o grupo estatal Citic, de Pequim. Ele inclui a venda de equipamentos e de mão de obra. Inicialmente queriam embarcar para o Rio quatro mil trabalhadores, mas baixou-se para 600, a maioria dos quais, segundo a Thyssen, seriam engenheiros. Pode ter havido um acordo verbal, mas ainda não saiu a licença de importação.

A construção de uma usina como a da Thyssen jamais precisará de mais de 150 engenheiros fazendo serviço de engenheiro. O comissário Marinho trabalhou na Volkswagen e sabe que em nenhuma fase da história da fábrica houve em São Bernardo mais de 300 engenheiros europeus. São 300 os engenheiros que trabalham no quartel-general do Google.

Duzentos anos depois da primeira de uma série de propostas fracassadas para a importação de mão de obra chinesa, ela renasce no mandarinato de dois ex-líderes sindicais metalúrgicos. A mais festejada tentativa de substituição de escravos negros por assalariados chins deu-se em 1883, quando passou pelo Rio a figura de Tong King Sing, poderoso mandarim da corte Qing. Usava um rabicho e fazia-se acompanhar por um secretário negro, americano. Foi admirado nos melhores salões e fazendas do Vale do Paraíba.

Se os trabalhadores da Citic fossem todos engenheiros, a discussão seria bonita. A China tem duas vezes mais engenheiros que os Estados Unidos e eles trabalham por pouco mais de mil dólares mensais (metade do Bolsa-Ditadura de Nosso Guia). Custam certamente menos que os brasileiros e não há engenheiros dirigindo taxis em Shangai.

Deve-se admitir que se trabalhadores desempregados pela indústria de calçados do Sul do Brasil podem trabalhar na China, é razoável que a mão de obra qualificada da Citic venha ganhar dinheiro em Pindorama.

Essa é a globalização do século XXI e se os chineses sabem aproveitá-la, parabéns. Como não parece provável que a Thyssen esteja a importar exclusivamente engenheiros, há um estranho cheiro de Tong King Sing no pedaço. No século XIX os mandarins (e o Mikado japonês) vendiam seus miseráveis por quatro patacas. No XXI, o stalinismo de mercado chinês exporta mão de obra barata em benefício de um projeto estratégico nacional. Não lhe passa pela cabeça fazer isso em países verdadeiramente capitalistas, como a Alemanha, berço da Thyssen e da Krupp.

Seria fácil dizer que os trabalhadores chineses não devem entrar no Brasil. Foi com parolagens desse tipo que Lula e Marinho chegaram a Brasília. Faria bem a todo mundo se os chineses colocassem o pleito numa discussão séria, sem essa de engenheiros. Os empregos que o investimento da Thyssen criará no Rio justificam a concessão das isenções tributárias e trabalhistas que ela reivindica? Pode ser que sim, e nesse caso a patuléia ficará melhor informada, convivendo com o baixo custo da mão-de-obra chinesa sempre que isso interessar a uma siderúrgica alemã. Esse pode ser o projeto estratégico do comissariado.


ELIO GASPARI é jornalista
Fonte: Jornal O POVO

Que pode uma prefeitura?

Por: Rej Rei

Recentemente, por ocasião do lançamento do seu mais novo livro O nascimento do trágico. De Schiller a Nietzsche, no Rio de Janeiro, o filósofo Roberto Machado falou que a academia brasileira adquiriu rigor, mas não vigor. Semana próxima passada ele chegou a Fortaleza pelo projeto Pensamento Contemporâneo, da Funcet, onde ministrou o curso Pensamento filosófico e linguagem literária em Deleuze. Mais uma vez a ciência, a arte e a filosofia são postas em discussão. São criações, segundo Deleuze, enfatiza Roberto. Programação aberta ao público - que se deliciou com aquela "iguaria para a alma". Mas uma pergunta surgiu entre os participantes: Seria papel da prefeitura realizar este tipo de programação? Não seria da/na universidade? Não haveria outras prioridades para uma gestão municipal de cultura? E fico a pensar o quanto Roberto tem razão. A ciência precisa, urgentemente, ter contatos imediatos, de todos os graus, com os "agregadores sensíveis", os artistas; precisa, ainda, compreender que o pensamento, a capacidade, desejo e necessidade de pensar, de criar, construir idéias – as complexas e sofisticadas, inclusive!-, pertence a todos, de forma nômade, em todos os lugares. O iluminismo, que segregou o pensamento a uma casta privilegiada, e a herança platônica, que rechaçou os artistas como seres inúteis, carecem serem abandonados. Caso contrário, ficaremos sempre com uma cara de surpresa ao saber que Patativa do Assaré lia Camões e Baudelaire...

Buemba! Mamãe Noel peladona!

Por: José Simão

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!

E o slogan natalino da encalhada: 'Muitos Natais e nenhuma Noite Feliz'. E começou a circular a pergunta mais chata do ano: 'Onde você vai passar o Réveillon?'. Eu vou passar o Réveillon derrubando aquele que tá na minha frente pulando onda! Rarará!

O cara tá lá pulando as ondinhas, e você vai e empurra o cara: Feliz Ano Novo! Rarará!

Baixou um espírito de porco no espírito natalino! Olha o cartão que recebi: odeio sinos, odeio vermelho e odeio panetone!

E essa notícia internacional: 'Blair sofreu lavagem cerebral do Bush'. Lavagem tudo bem, mas cerebral, no caso do Bush, impossível. Rarará!

E diz que os franceses quase mataram o Bin Laden numa operação de guerra. E eu quase ganhei na Mega-Sena, só faltaram seis números. Rarará!

Natal erótico! E corre pela internet o anúncio de fantasia de Mamãe Noel. 'Um natal erótico você faz com essa fantasia de Mamãe Noel: sutiã de alça regulável, tanguinha de amarrar, touca tradicional (igual aquelas dos atendentes da Blockbuster) e tudo com detalhes em pelúcia.'

Pelúcia? Você vai ficar linda! A verdadeira Noite Feliz por apenas R$ 37,50! Seu marido vai fugir pela chaminé. E pode transar no Natal ou é pecado? Pode! Só se o peru não cochilar depois da ceia!

E aí perguntaram pruma piranha: 'O que você vai pedir pro Papai Noel?' 'A mesma coisa que eu peço pros outros, R$ 50.' Rarará.

É mole? É mole, mas sobe! Ou como diz aquele outro: é mole, mas chacoalha pra ver o que acontece! Rarará!

Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heróica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Campinas tem uma empresa chamada Pavimentadora Boquete! Ô cidade animada! Mais direto, impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!

E atenção! Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Aumento': ideologia do companheiro Aldo Rebelo que aderiu ao aumentarismo. Rarará. O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã.

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno.

E quem fica parado é poste!
Fonte: Jornal O POVO

Um bode preto assola o país

Por:ARNALDO JABOR

Desculpem o bode negro, mas a situação já passou de todos os limites. Está além do escândalo, além do horror e não conseguimos fazer nada. Pare por aqui, leitor amigo, se estiver deprimido, mas é que estamos diante do Insolúvel. Um País paralisado na economia e na política não gera apenas fome ou injustiça social; gera uma degradação psíquica progressiva. No Rio, temos uma amostragem exemplar.

A cidade está se dissolvendo debaixo de balas perdidas e balas achadas, a cidade virou um pesqueiro para marginais, que descem de suas 500 favelas para curtir um "assaltozinho legal" ou fazer um tiro ao alvo de cidadãos desavisados, sem motivo, só pelo prazer. Mas, não só o Rio. A zona geral do País, debaixo desse governo desgovernado, debaixo da estupidez paralítica da burocracia, da ausência de crescimento, de educação, está provocando um desvio forte na cabeça das pessoas.

Estamos nos deformando. Física e psiquicamente. Não só tragédias visíveis, como guerra ou catástrofes naturais nos deformam. A tragédia do nada, a tragédia do zero de progresso vai nos virando em anomalias. Crescem rabos, chifres, verrugas, tumores em nossos corpos e mentes. A principal anomalia é a crescente consciência de que o maior inimigo da governabilidade é o governo.

Não é nem o Lula ou quem quer que seja. A própria estrutura dos três poderes está trincada, está trancando tudo, sim. Todo o desejo nacional é impedido ou pelo Legislativo ou Judiciário, com um Executivo que não sabe como executar, dividido entre democracia liberal e esquemas populistas. O último progresso que aconteceu neste País, por um acaso histórico, quase milagre, foi o Plano Real e uma certa responsabilidade fiscal que o governo anterior deixou como herança bendita.

Depois disso, nada. Depois da crise dos mensalões, das sanguessugas e do dossiê (que até nos deram a ilusão de que algo se movia), tudo volta para trás. O PT se desmoralizou, descobrimos que o PSDB não existe e que Lula trabalha para o PMDB. O Brasil é um flashback, um filme rebobinando. Tudo se restaurou. Ninguém punido, crimes ignorados, Congresso asqueroso, Judiciário salvando partidos de aluguel, desativando qualquer avanço, a sordidez disfarçada em terminologia jurídica.

Aumenta o sentimento de impotência e depressão. Certamente, nuvens negras se formam. Teremos algo torto, torvo. Todos sabemos que vem merda aí. Não sabemos ainda qual delas. Além da depressão política, a novidade do ano: arrasamento dos serviços básicos. Com a crise geral dos vôos, enchentes sem tampa, queimadas eternas, florestas acabando, total incapacidade administrativa, chegamos a duvidar que a luz se acenda ou a água continue a jorrar das bicas.

Nossos corações estão mais duros. Para sobreviver, ficamos mais cínicos e mais reacionários. Irracionalismos raiam. Já pensamos: "Tem mais é de matar essa raça, essas polícias "mineiras" são boas mesmo, extermina, bota para quebrar!" Ou então: "Essa bosta não tem mais solução não. Vou cuidar da minha vida. Danem-se!"

Em vez de pena, já temos medo ou raiva da miséria: "Chiii, não agüento mais esses miseráveis nos sinais de trânsito, esses vagabundos descendo dos morros de bermudas e sandália havaiana. Só quero ver coisas bonitas..."

Mas, que "coisas bonitas"? Cada vez mais aceitamos o feio. Nas paredes, nas ruas, só pichações imundas, ruas alagadas, paisagens destruídas, gente desesperada, mal paga, miséria nos rostos, nas roupas, nos gestos, nas falas, risos boçais, frases banais, falta de educação, analfabetos que sabem escrever, o surgimento de uma língua bárbara entre os bandidos, grunhidos da miséria, "tá ligado?" Ou "Vamos combinar que está punk esta parada, fala sério!" - como reagem os playboys.

O império do fragmentário: "faits divers", notícias sem importância e denúncias vazias que não se completam, não formam sentido, se repetem num círculo vicioso; é a pequena história das irrelevâncias e o surgimento do Insolúvel como categoria política.

Na Academia, o discurso da melancolia teórica, a nostalgia de uma pureza perdida ou da "revolução" sumida. Ausência de um pensamento crítico novo, para além do lamento contra o capital. Surge um amor à truculência ou ao simplismo. Chávez como esperança; tudo, menos aceitar que temos de abrir caminho para o óbvio: reduzir o Estado, lutar por um choque urgente de administração e reformas que nos tirem do buraco. Isso, jamais; vai contra a idéia de controle, tanto à direita como à esquerda.

No meio do deserto ideológico, sem esperança ou projetos, a hipervalorização de bundas e pênis. O corpo como último refúgio, o sexo como única utopia. Nada temos além de barriga seca, bunda dura, peito de 200 mililitros, botox nos cornos, boca falsa dizendo bobagens, "cofrinho" à mostra, risos compulsivos, gargalhadas coloridas nas revistas, "piercing" nas vaginas.

Há também um aumento brutal dos psicopatas. Não só os queimadores de crianças, os esquartejadores felizes, mas os ladrõezinhos numa boa, influenciados pelo excesso de crimes banalizados pelo dia-a-dia. Indiferença à lei desmoralizada para sempre, alegre aumento de transgressões, com os sanguessugas e vagabundos em geral servindo de exemplos: "Vou ser ladrão sim, qual é? É bom negócio...".

Surge também a ética da permissividade irresponsável, a ética da não-ética, desde que "assumida". "Numa boa, tem mais é que mentir mesmo, na política. Tem de sujar a mão. Sim, eu assumo, sou estuprador, mas assumo, numa boa..." Paranóia geral. Desconfiança dos outros. O "outro" como chato, como competidor ou como inimigo.

Fim da idéia de cultura como acumulação, fim de "importância cultural", de panteão do saber. Com o fim do passado, um presente detestável e um futuro sem cara, importância cultural para quê?

Sensação de inutilidade crítica. Para que falar, para que escrever? Esse artigo é inútil.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Reajuste não é repassado a deputados estaduais

Por: Reportagem - Antonio Vital/Assessoria de Imprensa
Edição - Marcos Rossi

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara')

O reajuste dos parlamentares aprovado nesta quinta-feira não será repassado automaticamente para os deputados estaduais. O impacto nos subsídios desses deputados depende de lei de iniciativa das assembléias legislativas, de acordo com a Constituição, cumprindo os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Também não haverá qualquer impacto imediato do reajuste dos parlamentares nos vencimentos dos vereadores. De acordo com a Constituição, os subsídios dos vereadores só podem ser fixados em cada Legislatura para a subseqüente. Dessa forma, qualquer reajuste para os vereadores só poderia entrar em vigor em 2009.

Além disso, o aumento de deputados e senadores não vai incidir nos salários dos servidores, o que será garantido por um Ato Conjunto da Câmara e do Senado.

PERFÍDIA

Por Giulio Sanmartini

Completei dois anos de idade no navio que me trouxe da Itália para o Brasil. Em 1948, minha mãe levou-me para assistir a parada de 7 de setembro e me deu uma badeirinha de papel, a partir daquele dia esta passou a ser minha bandeira, símbolo de um País que não era o meu, mas que eu estava escolhendo por amor e com o passar do tempo esse sentimento só fez aumentar.
Durante os 50 anos que vivi em diversas cidades de diversos estados do Brasil, muita coisa aconteceu.
Cronologicamente: o atentado de Rua Tonelero, o suicídio de Getúlio Vargas, o golpe de estado que “manu militari” tirou Carlos Luz da presidência da República, pouco depois pelo mesmo método impediu Café Filho de assumir, dois levantes militares contra Juscelino Kubitschek: Jacareacanga e Aragarças; a renúncia de Jânio Quadros, o posse conturbada de João Goulart e sua deposição em 1° de abril (1964), a decretação do AI 5, o impedimento de assumir a presidência imposto a Pedro Aleixo, o retorno à democracia, a eleição sem posse de Tancredo Neves, o desastrado governo José Sarney e depois de mais de duas décadas a eleição direta de Fernando Collor de Mello, que num breve tempo transformou-se na figura máxima da corrupção.
No dia 26 de maio de 1992, morava na pequena cidade de Belmonte (Sul da Bahia), quando recebo a única revista Veja que chegava ao local, a capa já dizia tudo: “Pedro Collor conta tudo”. O irmão do presidente falso caçador de marajás, desnudava a máquina de corrupção montada pelo governo dentro do gabinete presidencial. Na barbearia local li em voz alta para os politiqueiros locais a matéria. Quando terminei o silêncio que se fez podia ser cortado com uma faca, Carioca, o barbeiro, o quebrou:
- Por muito menos Getúlio Vargas de um tiro no peito.
Voltei para casa acabrunhado, cabisbaixo, com um nó na garganta. O País que escolhera por amor como minha pátria chegara ao fundo do poço (pensava eu). Brasileiros eram meus filhos e minhas netas, isto é o futuro, o que seria deles?
Passaram-se quase 15 anos e pude perceber que me enganara, que Collor nem chegara na beirada do poço quando começaram a despontar como uma doença contagiosa os escândalos no Governo do PT, partido que se arvorava em ser o dono da ética e da honestidade.
Jamais o Brasil vira tanta falta de vergonha, mas nessa quinta feira 14/12, os representantes do poder legislativo conseguiram suplantar tudo de ruim, falso e vergonhoso até então visto.
Senadores e deputados aprovaram um aumento de quase 100% em seus já altíssimos salários.
São pérfidos com seus eleitores, são pérfidos com 40 milhões de pessoas que vivem da esmola governamental, trocada vergonhosa e demagogicamente por votos; são pérfidos com milhões de brasileiros honestos que trabalham oito horas por dia cinco dias da semana e 11 meses do ano e que para ganharem o que percebe um congressista por mês terão que labutar por seis anos.
Como se não bastasse o presidente do senado Renan Calheiros (PMDB-Al) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP), tem o caradurismo de deixar-se fotografar rindo depois do vergonhoso, asqueroso, vil, repugnante e abominável aumento.
Até quando a paciência dos brasileiros será esbofeteada?

Deputados querem aprovar outros projetos de seu interesse

disputa pela presidência da Câmara pode custar caro aos cofres públicos. Além do aumento de R$ 12.653, o equivalente a 90,7% de reajuste, nos próprios salários, projetos que beneficiam parlamentares têm sido usados na pressão por apoio e votos. Algumas propostas podem sair da gaveta e outras serem barradas, de acordo com os interesses corporativos dos parlamentares.

O mais recente objeto de barganha dos deputados é o projeto que prevê o pagamento de 13º às pensões provenientes de aposentadorias de ex-parlamentares e prevê a equiparação do valor do benefício ao das aposentadorias, o que significa aumento de 50%. Pela proposta, os pensionistas receberiam o valor retroativo a 1999, quando foi feita a liquidação do Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC).

O projeto já foi aprovado pelos deputados e foi alterado pelos senadores em 2002. Voltou à Câmara, mas, com o caráter de escândalo, os deputados que assumiram a presidência da Casa nos últimos anos, desde Aécio Neves (PSDB-MG), seguraram a proposta que agora está pendente de abertura de prazo para recurso no plenário. Além de Aécio, os deputados João Paulo (PT-SP), Severino Cavalcanti (PP-PE) e o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não deram prosseguimento à proposta.

O projeto é de autoria da Mesa Diretora da Câmara, no período em que o deputado Michel Temer (PMDB-SP) presidia a Casa. Candidato à sucessão de Rebelo, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou não conhecer esse projeto nem ter sido procurado por deputados que querem o prosseguimento da proposta. Apesar das pressões, Rebelo pretende continuar barrando a tramitação do projeto, segundo informou sua assessoria.

Os cargos que são preenchidos sem concurso público, os chamados CNEs, são outro alvo de barganha. A pressão dos deputados é para evitar a votação do projeto de resolução que extingue os cargos que estão vagos, desde que Aldo Rebelo demitiu mais de mil servidores que entraram na Casa sem concurso público. Se o projeto não for aprovado e os cargos não forem extintos, no futuro, eles poderão voltar a ser preenchidos por indicação política dos deputados. A manutenção dos cargos agrada principalmente aos deputados considerados do baixo-clero.

"Sou a favor de cargos de confiança na administração pública, porque quem tem a responsabilidade política dever ter a possibilidade de escolher quem vai representá-lo em uma determinada função", afirmou Chinaglia. "Essa iniciativa de cortar CNEs, no entanto, é da atual Mesa. Se eu vier, no futuro, a tomar parte da Mesa, analisarei a questão", completou Chinaglia. A iniciativa de extinguir os cargos partiu de Rebelo. O projeto, no entanto, ainda não foi votado. A pauta de votação do plenário é feita por Rebelo e os líderes partidários.

A proposta de emenda constitucional que acaba com o voto secreto no parlamento é outra questão interna que mexe com os interesses dos deputados. O voto secreto nos processos de cassação, por exemplo, foi apontado como um dos principais motivos para o grande número de absolvição dos deputados acusados de envolvimento no escândalo do mensalão. "É irreal querer votar uma proposta de emenda constitucional agora, na última semana dos trabalhos do Congresso. É impossível", afirmou Chinaglia. Rebelo incluiu o projeto na pauta de quarta-feira da próxima semana.

Agência Estado

Fidel está perto da morte, diz chefe de inteligência dos EUA

Por: Reuters

WASHINGTON - O presidente cubano, Fidel Castro, está muito doente e perto da morte, afirmou na sexta-feira o chefe da inteligência norte-americana John Negroponte. "Tudo o que vemos indica que não será muito prolongado...meses, não anos", disse Negroponte ao Washington Post.

Uma delegação dos dez legisladores dos EUA que são a favor do relaxamento de sanções contra Cuba deve chegar a Havana nesta sexta-feira para uma visita de três dias. A delegação pediu um encontro com o presidente interino, que já declarou estar aberto a conversar com Washington.

Na última semana, o jornal britânico The Independent (veja link ao lado) publicou que o ditador cubano enfrenta um câncer terminal e poderia morrer antes do Natal. O diário ouviu diplomatas ocidentais em condição de anonimato.

Fidel - que passou por uma delicada cirurgia em julho deste ano - não participou das comemorações de seu aniversário. Sua doença não foi revelada e ele não é visto em público desde 28 de outubro, data em que apareceu em um vídeo para desmentir rumores sobre sua morte. O ditador delegou provisoriamente o poder a seu irmão Raúl e a seis homens de sua confiança em 31 de julho, devido a uma doença, tratada de "segredo de Estado".

Este texto foi ampliado às 8h53 para acréscimo de informação

Músico Sivuca morre em João Pessoa

Por: Estadão

SÃO PAULO - Morreu no fim da noite de quinta-feira, aos 76 anos, o músico Severino Dias de Oliveira, o Sivuca. Ele estava internado desde terça-feira, 12, num hospital em João Pessoa, na Paraíba, para tratamento de câncer, segundo informações do jornal Bom Dia Brasil, da TV Globo. Sivuca compôs músicas conhecidas como Feira de Mangaio, Adeus, Maria e Reunião de Tristeza.


Talento musical
Sivuca nasceu em 26 de maio de 1930 na cidade de Itabaiana, interior da Paraíba, em uma família humilde de agricultores e sapateiros. Seus pais eram José Dias de Oliveira e Abdolia Albertina de Oliveira. A opção pela música se deveu à sua própria natureza albina, que sempre o impediu de ficar exposto ao sol na lavoura, ou mesmo batendo pregos nas solas de sapatos.

Aos 4 anos já tocava e cantava as músicas de um bloco de maracatu, conhecido como Maracatu de João Penca, que costumava passar próximo à sua casa. O som era tirado de uma harmônica rudimentar feita de madeira, presente de seu pai.

Em 1939, ganha, junto com os irmãos, uma sanfona, início de sua carreira de músico, animando casamentos e festas pelo interior. Aos 15 anos foi tentar a sorte em um programa de calouros, em Recife, tocando, entre outras, Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, música que gravaria, anos depois, em seu primeiro disco.

Contratado pela Rádio Clube de Recife em 1945, teve suas primeiras noções de teoria musical através do clarinetista Lurival de Olivera, músico da Orquestra Sinfônica de Recife. Foi o maestro e mestre Guerra Peixe, segundo ele próprio, quem conseguiu abrir seus horizontes musicais. Foi parar em São Paulo pelas mãos da cantora Carmélia Alves. Trabalhou em dezenas de programas de rádio e foi do elenco fixo da TV Tupi de 1955 a 1959.

Em 1958, foi representar o Brasil na Europa, juntamente com músicos como Abel Ferreira e o Trio Iraquitã. Morou quatro anos em Paris, de 1960 a 1964 e, em 1965, já estava nos Estados Unidos para integrar, como guitarrista, o conjunto de Miriam Makeba, famosa pela gravação de Pata Pata. Com ela viajou pela África, pela Europa e pela Ásia. Foram mais de dez anos acompanhando músicos de todas as vertentes e dirigindo musicais nos EUA. Voltou ao Brasil, em 1975, e gravou o belo Sivuca e Rosinha de Valença. Também compositor de mão cheia, compôs clássicos como Feira de Mangaio, com a mulher Glorinha Gadelha, sucesso na voz de Clara Nunes, e João e Maria, com Chico Buarque. Gravou com os gaitistas Toots Thielemans , Rildo Hora e interpretou Pixinguinha, Luperce Miranda e Bach.

Câmara e Senado decidem quase dobrar próprios salários

Por: Denise Madueño


SÃO PAULO - Os presidentes da Câmara e do Senado decidiram assinar um ato conjunto aumentando o salário dos parlamentares de R$ 12.847 para R$ 24,5 mil, equiparando o valor ao teto do Judiciário. Com isso, os salários dos deputados e senadores terão um reajuste de quase 100%, que entrará em vigor em 1º de fevereiro de 2007, quando inicia-se a nova legislatura.

Os presidentes das duas Casas, Aldo Rebelo (PCdoB) e Renan Calheiros (PMDB), afirmaram que o gasto com o aumento provocará um corte de gastos, para que não haja impacto no orçamento. Câmara e Senado têm um orçamento de R$ 3,2 bilhões para 2007. Na Câmara, a estimativa é que esse aumento cause impacto de R$ 157 milhões. Já no Senado, Renan não soube informar.

Aldo e Renan evitaram responder se consideravam justo esse aumento. "A decisão foi de uma reunião conjunta da Mesa da Câmara e do Senado, com a presença dos líderes", repetia Aldo. "Equiparar a remuneração dos parlamentares ao teto do Supremo (Supremo Tribunal Federal) resolve definitivamente o problema", afirmou Renan. Ele lembrou que os líderes do PSOL na Câmara e no Senado se manifestaram contra o aumento.

O ato da Mesa equipara definitivamente os salários dos parlamentares aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Isso significa que quando houver aumento do teto, os salários dos parlamentares serão reajustados. O aumento salarial da Câmara e do Senado provoca efeito cascata no Poder Legislativo dos Estados e Municípios, porque os são atrelados.

A proposta inicial rejeitada era de somente corrigir os salários de acordo com a inflação nos últimos quatro anos, de aproximadamente 28,4%, o que resultaria em um valor próximo a R$ 16.500.

Os parlamentares elevaram seus salários pela última vez em 2003, quando os vencimentos passaram de R$ 8 mil para R$ 12.847,20, igual ao salário dos ministros do STF na época.
Fonte: Estadao.com.br

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