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quinta-feira, abril 25, 2024

Proposta da reforma tributária bate de frente com projetos do setor privado

Publicado em 25 de abril de 2024 por Tribuna da Internet

Charge do Carlos (Arquivo Google)

Eduardo Cucolo
Folha

A proposta do governo de regulamentação da reforma tributária bate de frente, em muitos pontos, com os projetos apresentados nas últimas semanas pelo grupo paralelo formado por congressistas e representantes do setor privado.

A lista de bens e serviços contemplados com isenções e alíquotas reduzidas e o “cashback” são alguns exemplos dos embates que devem marcar as discussões nos próximos três meses —prazo previsto para votar o texto na Câmara.

MENOS EXCEÇÕES – Na entrega da proposta aos congressistas, o secretário Bernard Appy afirmou que um número menor de exceções permite manter a alíquota dos novos tributos próxima de 26,5%. Lembrando que a tributação padrão atual é de 34%, como citou o ministro Fernando Haddad (Fazenda).

Outro ponto polêmico é a inclusão de automóveis (exceto os menos poluentes) e bebidas açucaradas na lista de produtos com tributação adicional pelo Imposto Seletivo, pelos danos causados por esses bens à saúde e ao ambiente.

Projeto prevê desoneração integral de 18 categorias de produtos da cesta básica. Além disso, a baixa renda poderá ter ‘cashback’ de até 50% do tributo na conta de luz.

ALÍQUOTAS REDUZIDAS – Reforma tributária prevê alíquota reduzida para profissionais liberais de 18 áreas, mas veículos e fumo poderão ter imposto maior, e ultraprocessados são poupados. Lista da educação com alíquota reduzida na reforma tributária inclui línguas de povos originários

O governo foi mais comedido ao listar apenas três minerais que serão tributados pelo mesmo motivo (minério de ferro, petróleo e gás natural), mas decidiu não isentar a exportação desses produtos.

Há também pontos na proposta da Fazenda que vão ao encontro dos projetos do grupo paralelo, como a redução de obrigações tributárias acessórias e a busca pela harmonização entre as atuações de União, estados e municípios. Cerveja, cigarro e refrigerantes podem ter taxa extra com imposto seletivo

NÃO-CUMULATIVIDADE – Merecem ainda uma análise mais detalhada as soluções propostas para dois grandes problemas do sistema atual: a garantia da não-cumulatividade e a mudança do local de tributação da origem para o destino.

Uma das autoras da proposta que resultou na emenda constitucional da reforma, a tributarista Vanessa Canado sempre defendeu que os projetos de um governo devem se basear naquilo que é o melhor do ponto de vista técnico. Concessões políticas, se houver, devem ser feitas durante o debate público no Congresso.

O texto apresentado nesta quarta-feira (24) dá ao governo uma boa margem de negociação. A apresentação da alíquota estimada mostra qual será o custo de mudanças que busquem apenas benefícios setoriais, não o aprimoramento sempre necessário de uma proposta tão complexa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Agora, vêm as discussões no Congresso, com grupos de lobbies pressionando de todos os cantos, até que se chegue à proposta final, antes tarde do que nunca, porque essa reforma começou a ser esboçada ainda na fase de transição do governo. (C.N.)

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