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terça-feira, abril 30, 2024

Protestos pró-Palestina: alunos de Columbia não se dispersam após prazo de ‘ultimato’


Além das prisões, estudantes enfrentam suspensões e expulsões

Pedro do Coutto

Em Nova York, estudantes da Universidade de Columbia manifestaram-se contra a situação a que são expostas os que se opõem aos ataques contra o que se passa na Palestina. Os protestos se espalham por outras cidades americanas, criando um clima absolutamente contrário às ações que estão se desencadeando em Gaza, sem perspectiva de um cessar-fogo.

Desde a última semana, várias universidades tem sido palco de manifestações contra o genocídio palestino cometido por Israel na Faixa de Gaza. Tudo começou com uma ocupação estudantil do campus da Universidade de Columbia, levando em seguida a ocupação de mais de  uma dúzia de universidades. Os universitários da Columbia, uma das mais prestigiadas do país, iniciaram o movimento exigindo que a instituição rompesse laços com empresas que lucram com o conflito. Eles pedem também um cessar fogo imediato e ruptura de parcerias com universidades israelenses.

REAÇÃO – Na última quinta-feira, a administração da universidade reagiu à ocupação chamando a polícia, que prendeu 108 estudantes. A última vez que a polícia havia entrado no campus e prendido estudantes foi em 1968, durante manifestações contra a guerra do Vietnã. Em Yale, 45 estudantes foram presos por invasão, na New York University, a polícia prendeu mais de 150 manifestantes que protestavam.

A repressão, porém, surtiu efeito contrário, pois a ocupação voltou ainda maior, e professores da Columbia se juntaram aos manifestantes no que se tornou um mar de barracas e bandeiras palestinas. A universidade fechou o campus e apenas estudantes passaram a poder entrar e sair. A universidade decretou o prazo de meia-noite para que os estudantes se retirassem. Do lado de fora, centenas de manifestantes se aglomeraram em vigília para evitar a desocupação. A universidade voltou atrás.

“A Universidade Columbia tornou-se palco de crescentes conflitos. Alguns estudantes denunciam violações humanitárias atribuídas ao governo de Israel e demandam ações drásticas da universidade, como o término de parcerias com instituições israelenses e a suspensão de projetos, como a criação de um centro global em Tel Aviv. Por outro lado, a administração da universidade enfrenta dificuldades para gerenciar as tensões e buscar consenso”, apontou o estudante brasileiro na Universidade de Columbia e presidente do Observatório Internacional da Juventude.

PRAZO – Ontem, o registro de que os estudantes da Columbia mantinham-se firmes e não haviam dispersado os acampamentos da manifestação pró-Palestina após o fim do prazo dado pela direção da faculdade, às 15h nesta segunda-feira. Em uma espécie de “ultimato” aos estudantes, a direção de Columbia ameaçou suspender imediatamente quem não dispersasse as manifestações. Além da ameaça de suspensão, a direção da universidade disse que os estudantes que participaram dos protestos se tornaram inelegíveis para completar o semestre letivo em boa situação em decorrência das punições.

Segundo o jornal “New York Times”, ainda é incerto qual será a próxima medida a ser tomada pela universidade para tentar dispersar os manifestantes após o fim do prazo do “ultimato”. Ao que tudo indica, a questão torna-se a cada dia mais complexa e longe de qualquer entendimento.


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