Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sexta-feira, junho 11, 2021

Quando o STF finge que manda parar o massacre indígena, o governo finge que obedece

 Publicado em 11 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Conrado Hübner Mendes  Folha

Luís Roberto Barroso constatou, semana passada, que o governo federal não o respeita. Nem militares, a quem sempre teve em (muito) alta conta, parecem obedecê-lo. Mas preferiu contemporizar:

“Registro com desalento o fato de que as Forças Armadas brasileiras não tenham recursos para apoiar uma operação determinada pelo Poder Judiciário para impedir o massacre de populações indígenas”.

INSTITUIÇÕES FUNCIONANDO – A frase choca por muitas razões. Não só pela complacência gravada em decisão judicial, mas por vir da pena de quem veio. Barroso passou os últimos dois anos circulando em palcos domésticos e estrangeiros defendendo a tese de que a democracia brasileira não corria riscos. Oferecia um punhado de exemplos anedóticos de “instituições funcionando”. De maneira deselegante, dizia que a visão oposta era “choro de perdedor”.

Levava uma vida pública como se não houvesse Bolsonaro. Completava sua visão de conjuntura com elogios gratuitos a militares. Como ex-palestrante na Escola Superior de Guerra, dizia que militares “pagaram preço muito alto pela ditadura”, não há “razão para temê-los”, só “querem mudar as coisas para melhor”.

Aquela imaginação teórica impetuosa, que via no tribunal uma potência para “empurrar a história”, agora se curva à alegação da “falta de recursos”, carimbo burocrático sem maiores explicações da instituição mais beneficiada com aumentos orçamentários.

DESOBEDIÊNCIA MILITAR – A frase choca pela resignação diante de mais uma desobediência militar a ordem sua. Em face do risco de “massacre de populações”, só fez registrar seu desalento. Não é uma saída redentora.

Há de se reconhecer que esse é um dos casos mais complexos da história do STF (ADPF 709). Terras indígenas foram invadidas por milhares de garimpeiros que praticam crimes ambientais e contra a vida desses povos. Na pandemia, são vetores de disseminação do vírus.

O STF está há um ano expedindo ordens para que o governo ofereça um plano de proteção sanitária das terras indígenas. Há um ano tenta envolver o governo num “diálogo institucional” com o STF e num “diálogo intercultural” com os povos indígenas. Há um ano recebe do governo planos precários até que o quarto plano foi aprovado, em parte.

RISCOS DESNECESSÁRIOS – Na semana passada, às vésperas de operação no Pará, coordenada entre PF e Exército, pactuada com antecedência, militares pularam fora na última hora e causaram riscos desnecessários a policiais e indígenas.

Não pode haver prova mais contundente de que “diálogo institucional”, de boa-fé, não funciona com governo de má-fé. Um governo, que toda semana sinaliza, do alto do palácio, autorização para invasão de terra indígena e ainda promete leniência fiscalizatória e anistia futura, não está interessado no diálogo. Mas está muito interessado nesse inconsequente ping-pong do STF.

Por quase 30 anos, o STF entoava orgulhoso o grito da “última trincheira do cidadão” e do “guardião da Constituição”. Esbanjou heroísmo nas palavras e nas promessas salvacionistas, mas economizou em rituais básicos de construção do capital político, de respeitabilidade, de manutenção da autoridade jurídica acima de qualquer suspeita.

SUSPEIÇÕES ESCANDALOSAS – A não promiscuidade é beabá da ética judicial. Muitos ministros do STF rejeitaram o princípio e se presumiram insuspeitos nas situações mais escandalosas de conflito de interesse. Maximizaram poder individual de chicana e naturalizaram tribunal anômalo (segundo qualquer parâmetro de anomalia). E os anos foram passando.

Consideram normal ministro votar em caso sobre delação que afeta a si próprio, para citar exemplo recente. Alguns advogados defenderam o desvio pois o voto sozinho não definiu resultado do colegiado. Então tudo certo. Outro ministro mantém em sua gaveta há quase dez anos caso sobre auxílio ilegal a juízes do TJ-RJ, seu estado. Autodegradação voluntária que continua a assombrar.

O STF brincou no bosque magistocrático enquanto o autocrata não vinha. No ápice da desmoralização, o autocrata chegou. Não foi só infeliz coincidência. Um tribunal enfraquecido pode ser desobedecido sem custos, exceto para a democracia. “Diálogo institucional” pode significar exatamente isso. Um finge que manda, o outro finge que obedece.

quinta-feira, junho 10, 2021

Cenário atual da pandemia no Brasil é de alto risco, diz Fiocruz

Cenário atual da pandemia no Brasil é de alto risco, diz Fiocruz
Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou que o cenário atual da pandemia no Brasil é de alto risco, "exigindo muita atenção e prudência". A análise foi feita no boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado na última quarta-feira (9). Segundo o portal Uol, a análise mostra que pequenas oscilações no número de casos nas últimas semanas apontam a permanência de um elevado nível de transmissão do vírus.

 

Os pesquisadores também fizeram um alerta sobre a necessidade de combinar medidas de combate à pandemia nas próximas semanas, até que a maior parte da população esteja vacinada. Segundo o estudo, a combinação do alto número de casos com uma pequena queda no número de mortes e a maior parte dos estados com alta taxa de ocupação de leitos UTI Covid para adultos no SUS é muito preocupante. Na Bahia, a taxa é de 84%.

 

"Ainda é prematuro considerar que há uma queda sustentável de casos e óbitos ou que estamos entrando em uma terceira onda", diz o documento. Mas os pesquisadores afirmam que devem ser incorporadas ações fundamentais, com exceção do bloqueio/lockdown, considerada uma medida "mais forte", para estados e municípios com taxas de ocupação de leitos UTI Covid iguais ou maiores que 85%.

 

"É muito importante a utilização de medidas não-farmacológicas, que têm como objetivo reduzir a propagação do vírus e o contínuo crescimento de casos, o que sobrecarrega as capacidades para o atendimento de casos críticos e graves e contribui para o crescimento de óbitos; medidas relacionadas ao sistema de saúde, que visam aliviar a sobrecarga dos serviços e também reduzir a mortalidade hospitalar por Covid-19, por desassistência e por outras doenças, bem como garantir o suprimento de insumos fundamentais para o atendimento; as políticas e ações sociais, cujo objetivo é mitigar os impactos sociais e sanitários da pandemia, principalmente para as populações e grupos mais vulneráveis", recomenda a Fiocruz.

 

Ainda segundo o Uol, os dados levantados pela Fiocruz entre os dias 31 de maio e 7 de junho mostram que as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid para adultos no SUS se mantêm em relativa estabilidade, em níveis muito elevados. Poucas quedas mais significativas foram registradas em Rondônia (de 72% para 62%), no Espírito Santo (de 76% para 68%) e Mato Grosso (de 95% para 87%). Os dois primeiros estados se mantendo na zona de alerta intermediário e o último na zona de alerta crítico.

 

Todos os estados das regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste permanecem com taxas iguais ou superiores a 80% e, no Sudeste, a única exceção é o Espírito Santo. No Norte, o Acre se mantém como único estado fora da zona crítica e Tocantins soma-se à Roraima na zona de alerta crítico, refletindo, no entanto, uma piora na dinâmica da pandemia. No Distrito Federal, continua chamando a atenção a quantidade de leitos bloqueados, embora a taxa de ocupação esteja elevada.

 

Doze estados estão com taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%. São eles: Tocantins (94%), Maranhão (90%), Ceará (93%), Rio Grande do Norte (94%), Pernambuco (97%), Alagoas (91%), Sergipe (99%), Paraná (96%), Santa Catarina (97%), Mato Grosso do Sul (107%), Goiás (90%) e Distrito Federal (90%).

 

Nove estados apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI Covid para adultos entre 80% e 89%: Roraima (87%), Piauí (88%), Paraíba (80%), Bahia (84%), Minas Gerais (82%), Rio de Janeiro (81%), São Paulo (82%), Rio Grande do Sul (84%) e Mato Grosso (87%). Cinco estados estão na zona de alerta intermediário (≥60% e <80%): Rondônia (62%), Amazonas (61%), Pará (78%), Amapá (68%) e Espírito Santo (68%). Em contrapartida, o Acre está fora da zona de alerta (41%).

 

As taxas de ocupação de leitos de UTI Covid para adultos no SUS observadas no dia 7 de junho apontam para a persistência de quadro grave de sobrecarga no sistema de saúde pela Covid. Por conta da vacinação dos idosos e da maior exposição de adultos jovens, tem havido uma mudança na faixa etária de pacientes internados, talvez em maiores tempos de permanência hospitalar.

 

"Em alguns estados e no Distrito Federal é possível que venha ocorrendo gerenciamento da disponibilização e bloqueio de leitos de UTI, com a manutenção do indicador em patamar elevado. Entretanto, a situação predominante é, indubitavelmente, de descontrole da pandemia", diz o estudo.

Bahia Notícias

Jair Bolsonaro anuncia um estudo para dispensar o uso de máscaras, mas era “fake news”

JairBolsonaro-AguasBrasieliras-Mascara-Covid19-Dia InternacionalDasAguas-MascaraPersonalizada-22Mar2021

Bolsonaro não enxerga a importância do uso da máscara

Lauro Jardim
O Globo

O presidente Jair Bolsonaro lançou no início da noite, numa cerimônia no Palácio do Planalto, mais um factoide. Disse que havia conversado com Marcelo Queiroga para que o ministro da Saúde fizesse um “parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados. Para tirar esse símbolo, que obviamente tem a sua utilidade para quem está infectado”.

A medida de abandonar o uso de máscaras seria obviamente insana. Bolsonaro quis fazer barulho — e, bem ao seu estilo, um barulho de mau gosto.

OUTRA VERSÃO – Oficialmente, o Ministério da Saúde informa outra coisa: o ministro Marcelo Queiroga fará, a pedido de Bolsonaro, um estudo para que se defina a partir de qual percentual da população brasileira já vacinada com a segunda dose as máscaras poderiam não ser mais um item de uso obrigatório.

Na segunda quinzena de maio, o estado de Nova York dispensou o uso de máscaras. Naquele momento, a maioria dos habitantes locais estava vacinada: 62% dos adultos tomaram pelo menos uma dose da vacina e 52% tomaram as duas doses. No Brasil, apenas 11% foram vacinados com duas doses.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A declaração do presidente da República é altamente irresponsável. Imagina-se o elevado número de adoradores de Bolsonaro que ouvem um disparate desses e imediatamente jogam fora as máscaras. Faz lembrar a célebre cena de Edir Macedo no Maracanã, mandando as pessoas jogarem os óculos fora, porque estariam curadas. O gramado ficou repleto de óculos abandonados, com a multidão pisando em cima, conforme o programa Documento Especial, da TV Manchete, filmou magistralmente. É a isso que se chama de charlatanismo. Mas aqui no Brasil não acontece nada, não há punição para esse crime, os exploradores da fé se multiplicam como gafanhotos. (C.N.)   

Voto impresso de Bolsonaro tem maioria folgada na comissão e vai avançar na Câmara

Publicado em 10 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Aliedo (Arquivo Google)

Camila Turtelli e Anne Warth
Estadão

Bandeira do presidente Jair Bolsonaro, o voto impresso nas eleições deve ser aprovado na comissão que analisa o tema na Câmara, com aval não apenas de governistas. Levantamento do Estadão/Broadcast com os atuais 32 deputados do colegiado mostra que 21 são favoráveis e apenas quatro se opõem. Outros sete afirmaram ainda estar indecisos.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, passou quatro horas nesta quarta-feira, 9, debatendo o assunto com os parlamentares, afirmou que a medida representa um “retrocesso”, mas que, uma vez aprovado, o novo sistema será adotado.

FAZER AUDITORIA – Adversários do governo veem na impressão do voto uma possibilidade de auditoria para frear o discurso de fraude eleitoral adotado por Bolsonaro.

O PT e a Rede são os únicos partidos que se colocaram contrários à medida na comissão. A aprovação no colegiado é o passo mais importante para a proposta, sem a qual a discussão não chegaria aos plenários da Câmara e do Senado.

Nesta quarta, em evento com líderes evangélicos em Anápolis (GO), o presidente repetiu que a disputa de 2018, quando se elegeu, foi fraudada; caso contrário, teria vencido no primeiro turno. “A fraude que existiu me jogou no segundo turno. Tenho provas materiais disso”, disse Bolsonaro. Apesar de ter prometido, ainda em março de 2020, apresentar as provas de irregularidades, o presidente nunca mostrou qualquer evidência.

URNA ELETRÔNICA – A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em discussão na Câmara é da deputada Bia Kicis (PSL-DF), uma das aliadas mais próximas ao presidente. O texto não acaba com a urna eletrônica, mas obriga a impressão de comprovantes físicos de votação, que devem ser depositados automaticamente em uma caixa de acrílico acoplada ao equipamento. Com isso, o eleitor poderá conferir se o recibo em papel coincide com o que digitou, mas não poderá levar o comprovante com ele.

Em audiência nesta quarta na Câmara para tratar do tema, Barroso defendeu o sistema atual de votação sob o argumento de que nunca houve qualquer caso de fraude comprovada na urna eletrônica desde que foi adotada, em 1996.

“A introdução do voto impresso seria uma solução desnecessária para um problema que não existe com o aumento relevante de riscos”, afirmou. “O que nós fizemos com o sistema eletrônico de votação foi derrotar um passado de fraudes que marcaram a história brasileira no tempo do voto de papel”, disse o presidente do TSE.

DIFICULDADES OPERACIONAIS –  Segundo Barroso, uma vez aprovada, haverá dificuldades operacionais para colocar o novo formato em prática já na disputa de 2022, mas que a Justiça Eleitoral, responsável por organizar as eleições nos 5.570 municípios do País, fará o possível para cumprir o que os parlamentares decidirem.

“Se passar, teremos de fazer uma licitação para comprar as urnas. Não é procedimento banal, não é fácil. O tribunal tem boa fé e vai tentar cumprir, se for essa decisão, que eu torço para que não venha, mas se vier vamos tentar cumprir (em 2022)”, disse o ministro, que estima um custo de R$ 2 bilhões para substituir todos os atuais equipamentos.

Além de Bolsonaro, desde o mês passado o PDT passou a defender o voto impresso nas eleições. Invocando a memória do ex-governador Leonel Brizola (1922-2004), fundador da sigla, que costumava atacar a urna eletrônica, o presidente da legenda, Carlos Lupi, argumentou que a possibilidade de “recontagem” inibe eventuais fraudes. 

DIZ PAULO RAMOS – “Essa é uma bandeira histórica do PDT e que nada tem a ver com o Bolsonaro, que vai tentar tumultuar o processo eleitoral de qualquer forma”, afirmou o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ).

Outro integrante da oposição, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) defende um modelo em que nem todos os votos seriam impressos, apenas uma amostra entre 5% a 10% das urnas de cada município.

“Isso não iria encarecer tanto o sistema e seria razoável. Quem tem medo de auditagem é quem quer fazer coisa errada”, argumentou o parlamentar.

HÁ PRECEDENTES – O mesmo sistema defendido hoje foi usado de forma experimental nas eleições de 2002. Um relatório do tribunal concluiu que a experiência “demonstrou vários inconvenientes”, em “nada agregou em termos de segurança ou transparência” e o pior: criou problemas. O tribunal apontou que nas seções com voto impresso foram observados filas maiores e um maior porcentual de urnas com defeito. O modelo foi, então, abandonado.

Propostas similares, no entanto, voltaram a ser aprovadas pelo Congresso em 2009 e em 2015, mas nas duas vezes foram barradas pelo Supremo Tribunal Federal, que as considerou inconstitucionais.


Sensação de vitória de Bolsonaro no caso Pazuello é só ilusória, e o alerta disparou

Publicado em 10 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Jair Bolsonaro vai presidir o novo partido e terá o filho Flávio na vice-presidência: legenda de "direita pura".

Parece que está tudo dominado, mas ainda há controvérsias

Eliane Cantanhêde
Estadão

Foram dois movimentos paralelos, mas têm tudo a ver e acendem a luz amarela em gabinetes e consciências neste país: a decisão do comandante do Exército, que jogou no lixo os princípios basilares das Forças Armadas para agradar ao presidente Jair Bolsonaro, e o ataque também covarde da polícia pernambucana a manifestantes pacíficos, para testar limites da nossa democracia.

Tudo está dominado e é indefensável que oficiais e policiais se calem em nome da disciplina e da hierarquia. O capitão insubordinado e suas tropas podem implodir esses princípios à vontade, porque os que teriam de garanti-los alegam que “têm de respeitar a hierarquia”.

AOS SUSSURROS – Ele se lixa para os protocolos das três Forças, como já fazia há mais de 30 anos, na ativa, mas os que prezam a farda e estão indignados, estupefatos, adotam a mesma postura que criticam do comandante Paulo Sérgio: condenam, mas aos sussurros, no conforto dos seus lares.

Bem fizeram os generais Fernando Azevedo e Silva e Edson Pujol, o almirante Ilques Barbosa e o brigadeiro Antônio Carlos Bermudes, ao comandar as Forças Armadas como instituições de Estado, não de governos que vêm e vão. Eles tinham um limite e caíram por saber de que lado da história ficar. Agora, precisam agir e falar.

Devem estar se remoendo diante da decisão de Paulo Sérgio, com aval do Alto Comando, de deixar para lá a grave insubordinação de Pazuello, que passou por cima do Estatuto Militar e do Regimento Disciplinar do Exército para se aboletar num trio elétrico da campanha pré-eleitoral de Bolsonaro. Nem uma mísera advertência?

COSTAS QUENTES – A desculpa de Pazuello é que não era ato político. Não?! Então, era o quê?! Ele, deliberadamente, fez o comandante e o Alto Comando de bobos. E só fez isso, e deve ter dado gargalhadas ao fazê-lo, porque tinha costas quentes. “O que manda” engoliu “os que obedecem”, de véspera, na Amazônia. Instalou-se a anarquia, é só aguardar as eleições de 2022 para ver.

Ao pularem no barco de Bolsonaro em 2018, os militares achavam que teriam a bússola e o manche. Ledo engano. O capitão encheu o Planalto de generais e o governo de variadas patentes, mas subjugou todos eles. “Quem manda sou eu”, repete, enquanto dá medalha para o dócil comandante do Exército e um gordo aumento para “seus generais”, em meio à pandemia e ao desemprego feroz.

Não se ouve nenhum oficial-general das três Forças capaz de defender a impunidade absurda de Pazuello, mas, aparentemente, empurraram para dois civis, os ex-ministros da Defesa Raul Jungmann e Aldo Rebelo, o papel de porta-vozes do descontentamento. Entre corajosas exceções, mais uma vez, o general Santos Cruz.

SENSAÇÃO ILUSÓRIA – Como satisfação, ou tentativa de acalmar os ânimos, oficiais sérios e com senso de responsabilidade informam que a sensação de vitória de Bolsonaro no episódio é só isso mesmo, uma sensação. Segundo eles, o presidente alimentou a cizânia, aprofundou a divisão e disparou o sinal de alerta. Onde ele quer chegar? Quer fazer as Forças Armadas de marionetes?

Essas questões se tornam ainda mais inquietantes com o comandante da PM do DF usando o slogan eleitoral de Bolsonaro (“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”), e vai-se desenrolando o fio que permitiu que a polícia de Pernambuco cegasse dois civis indefesos num protesto pacífico.

As outras duas pontas já estão desencapadas: o vínculo comprovado com as milícias e a obsessão de armar e ampliar a munição de civis. Se Bolsonaro perder a reeleição e um bando de alucinados invadir o Congresso e o Supremo, o que fará a PM? E como reagirão as Forças Armadas? Esse risco é tão óbvio que só não vê quem não quer. O Exército não quer ver? E a Marinha? E a Aeronáutica? Todos vão tapar olhos, ouvidos e bocas, esperando o carnaval chegar?

Piada do Ano! Pazuello ofereceu à OMS o ‘conhecimento’ científico brasileiro sobre tratamento precoce

Publicado em 10 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello durante primeiro dia de depoimento na CPI da Covid, no Senado Foto: Jefferson Rudy / Agência O Globo

Pazuello esqueceu de contar essas vantagens à CPI

Natália Portinari e Julia Lindner
Globo

Documentos revelam que enquanto o Brasil discutia a adesão ao consórcio global de vacinas Covax Facility, em setembro do ano passado, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ofereceu ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, “o compartilhamento de protocolo desenvolvido no Brasil para tratamento precoce da doença”. Essa proposta foi registrada em um telegrama do Itamaraty enviado em caráter sigiloso à CPI da Covid e obtido pelo GLOBO.

“(Pazuello) ofereceu à OMS o compartilhamento de protocolo desenvolvido no Brasil para tratamento precoce da doença, fruto de conhecimento acumulado nas diferentes regiões do país. Ponderou que a conversação com a OMS será mais eficaz se os dois lados mantiverem perfil discreto”, diz trecho do documento do Itamaraty.

INSISTÊNCIA PRIMÁRIA – Em setembro do ano passado, diversos estudos científicos já haviam descartado o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no combate à Covid-19. Ainda assim, o governo brasileiro insistiu nesses remédios como parte de um “kit Covid”, chamado também de “tratamento precoce”.

Em resposta, Tedros “sublinhou que o interesse da OMS seria apoiar o Brasil em salvar vidas”, agradeceu a intenção do Brasil de participar do Covax Facility e, diplomaticamente, “manifestou interesse no protocolo de tratamento mencionado por Pazuello”, segundo o telegrama. Pouco depois, em meados de outubro, a OMS reiterou, através de outro estudo, que o tratamento precoce com medicamentos como cloroquina, remdesivir e interferon não era recomendado para enfrentar a Covid.

TRATAMENTO PRECOCE – Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o “tratamento precoce”, em referência a medicamentos ineficazes para Covid-19, diversas vezes. Ele também criticou a OMS reiteradamente em seus discursos, rejeitando especialmente a recomendação de isolamento social contra o novo coronavírus.

Em junho do ano passado, chegou a dizer que “o que menos tem de ciência” é a OMS e que a organização “não acerta nada”.

Ao aderir à Covax Facility, o Brasil optou pela cobertura mínima, de 10% das doses, em vez dos 50% oferecidos. Se o país tivesse optado pela cota máxima, teria direito a mais 176 milhões de doses de vacinas. Em depoimento à CPI da Covid, no mês passado, o ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou que a decisão da quantidade escolhida partiu do Ministério da Saúde.

OMS X BOLSONARO – Ainda segundo relato feito pelo Itamaraty sobre a conversa entre Pazuello e Tedros, o diretor-geral da OMS ofereceu a abertura de canal bilateral com o Brasil, “para identificar como a OMS pode ajudar”.

Ele citou que Itália, Espanha e África do Sul haviam desenvolvido, com a Organização, uma “abordagem sob medida” para sair de modo mais seguro e ágil das respectivas epidemias. Ficou combinado que haveriam novas reuniões depois do encontro.

“O Ministro Pazuello observou que as medidas promovidas pelo Brasil estão alinhadas a essas recomendações, para prevenção, mudanças comportamentais e conformação de um ‘novo normal’. Acolheu positivamente a proposta do DG para a conformação de processo bilateral de reuniões técnicas, indicando o conselheiro Flavio Werneck, chefe da Assessoria Internacional do Ministério da Saúde, como seu ponto focal. Manifestou também seu interesse em novas conversas com Tedros oportunamente”, diz o documento.

BOLSONARO ATACA – Após a reunião de Tedros e Pazuello, Bolsonaro seguiu adotando a sua estratégia de atacar a OMS em público. Em outubro de 2020, após alegar falsamente que a OMS tinha voltado atrás nas recomendações sobre isolamento social, o presidente brincou que deveria substituir Tedros no cargo.

— Tá 7 a 0 para mim, não é 7 a 1, não: não perdi nenhuma ainda. Alguns acham que eu chutei, mas é muito chute para dar tudo certo. É questão de estudar, ir atrás, conversar com médicos, embaixadores — disse, em transmissão nas redes sociais.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– É impressionante que Bolsonaro não tenha conseguido que o mundo se curvasse diante da sabedoria científica do governo brasileiro. E não foi por falta de insistência, não. Ele bem que tentou – e continua tentando. Mas ninguém lhe dá atenção, transformou-se num personagem caricato, até digno de pena, tal a sua ignorância. O governo tem resultado negativo, mas o presidente vive se achando, como dizem atualmente. Parece um Napoleão de hospício. (C.N.)

MP ajuíza ação para que Governo e PMA fiscalizem uso de máscara

 

em 10 jun, 2021 17:50

MPSE requer que Estado de Sergipe e Município de Aracaju fiscalizem o cumprimento da Lei que tornou obrigatório o uso de máscara de proteção respiratória durante a pandemia (Foto: André Moreira)

O Ministério Público de Sergipe, por meio das 2ª e 9ª Promotorias de Justiça dos Direitos do Cidadão especializadas na Saúde e da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, ajuizou Ação Civil Pública (ACP) para que o Estado de Sergipe e o Município de Aracaju fiscalizem o cumprimento da Lei Estadual nº 8.677/20 – vigente desde maio de 2020 – que tornou obrigatório o uso de máscara de proteção respiratória durante a pandemia da Covid-19, e apliquem multa aos infratores que desobedecerem tal determinação.

O Estado de Sergipe e o Município de Aracaju também deverão adotar as providências necessárias para disponibilizar material humano para fiscalizar o cumprimento da Lei Estadual, nos principais pontos de circulação e aglomeração de pessoas na capital e cidades do interior.

Na Ação, o MPSE também requereu que seja realizada campanha informativa ampla nas rádios e redes sociais, com advertências sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção respiratória em espaços públicos e privados, e meios de transporte.

Para demonstrar o cumprimento da fiscalização, o MPSE solicitou que seja enviada às Promotorias de Justiça da Saúde e do Consumidor a listagem de pessoas autuadas pelo descumprimento da Lei, indicando os locais fiscalizados e os valores arrecadados aos cofres públicos.

Atuação do Ministério Público

Em março desse ano, o MPSE, o MPF/SE e o MPT/SE expediram recomendação conjunta para que o Estado de Sergipe e o Município de Aracaju fiscalizassem o cumprimento da Lei nº 8.677/20. Os MPs já haviam solicitado ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe (CBM/SE), à Polícia Militar do Estado de Sergipe (PMSE), à Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa ao Consumidor (Procon/SE), à Coordenação de Vigilância Sanitária de Sergipe (Covisa) e à Vigilância Sanitária em Aracaju esclarecimentos sobre fiscalizações empreendidas para assegurar a aplicação da referida lei, assim como o quantitativo de multas aplicadas. Em resposta, os órgãos informaram que desde a vigência da lei, nenhuma multa foi aplicada.

Uso obrigatório de máscara – Lei Estadual

De acordo com a Lei Estadual nº 8.677/20 – e suas alterações promovidas pela Lei nº 8.723/20 – é obrigatória a utilização de máscaras de proteção respiratória, no Estado de Sergipe, em decorrência da declaração de situação de emergência e/ou estado de calamidade pública na área de saúde, em razão da disseminação da Covid-19.

§ 1º A obrigação do uso de máscaras de proteção respiratória é devida:

I – para circular ou permanecer nas vias públicas e espaços públicos, inclusive quando na utilização de transporte público ou privado;

II – para circular ou permanecer em áreas comuns de instalações ou edificações residenciais;

III – nos estabelecimentos públicos e privados.

§ 2º Os estabelecimentos públicos e privados devem fornecer máscaras de proteção respiratória para seus servidores, funcionários e colaboradores, e permitir o acesso às suas dependências apenas de usuários e clientes que estejam usando o equipamento de proteção individual de que trata esta Lei.

Art. 5º O descumprimento no disposto nesta Lei enseja responsabilização administrativa do infrator com aplicação de pena de multa, fixada em duas Unidades Fiscal Padrão (UFP) do Estado de Sergipe.

As máscaras de proteção, quando usadas adequadamente, constituem importante instrumento de combate à disseminação do vírus da Covid-19.

Fonte: MPE

INFONET

Vacina: 657 pessoas relataram reações à SMS

A SMS não deu detalhes sobre quais sintomas foram informados (Foto: arquivo/SES)

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) revelou nesta quinta-feira, 10, que até o momento, 657 pessoas relataram reações adversas após tomar alguma das vacinas disponíveis contra à covid-19. A SMS não deu detalhes sobre quais sintomas foram informados.

Ainda segundo a pasta municipal da Saúde, o município de Aracaju possui atualmente três canais de notificação. O primeiro é um formulário online, que pode ser acessado por qualquer pessoa através do link: https://bit.ly/3kipZSg.

A segunda forma de notificar é através do ‘SUS Notifica’, que é um sistema nacional, onde qualquer profissional de saúde que atua no Sistema Único pode acessar e fazer a notificação. “Com isso, o Ministério da Saúde envia constantemente uma lista com nomes de pessoas que tiveram reação”, afirma a SMS.

Há também a possibilidade dos pacientes procurarem uma UBS, caso apresentem algum sintoma incomum. “Dessa forma, a própria unidade notifica diretamente a SMS”, salienta a pasta.

Passo a Passo para notificar alguma reação

Há um mês, o Portal Infonet produziu uma matéria explicando o passo a passo para relatar qualquer reação à vacina através do preenchimento online de um formulário elaborado pela SMS. Para reler, basta clicar aqui.

Por João Paulo Schneider 


Deputados do PT, PC do B e PSOL dizem que querem saber "quem deu a ordem", mas se recusam a assinar pedido de CPI para investigar origem da determinação para uso do Choque na dispersão de manifestantes contra Bolsonaro, no Recife

https://www.blogdanoeliabrito.com/2021/06/deputados-do-pt-pc-do-b-e-psol-dizem.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+BlogDaNoeliaBrito+%28Blog+da+Noelia+Brito%29 

Em destaque

Jeremoabo: A Inacreditável Descoberta do Veículo sem Motor que Consome Combustível

Jeremoabo: A Inacreditável Descoberta do Veículo sem Motor que Consome Combustível Um fato inusitado e, ao mesmo tempo, alarmante tem causad...

Mais visitadas