Por: Kuis Celso
Marina abandona sessão após senador Marcos Rogério, do PL, dizer “ponha-se em seu lugar”.
O BOLSONARISMO É A TREVA. SENADO RELINCHA E DÁ COICE EM MARIA SILVA
Uma semana após aprovar a "mãe de todas as boiadas", atropelando as regras de licenciamento ambiental no Brasil e abrindo caminho para mais tragédias climáticas e bloqueios comerciais, o Senado protagonizou uma cena lamentável de relinchos e coices contra a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na Comissão de Infraestrutura, nesta terça (27).
Dessa forma, a casa revisora chancela que vê o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável apenas como nomes bonitos para serem citados em discursos. Na prática, é o progresso acéfalo, que sob a justificativa de enriquecimento rápido, expulsa populações tradicionais, escraviza trabalhadores e torna o ar irrespirável e a água podre.
Marina se sentiu ofendida por falas do senador Omar Aziz (PSD-AM) e questionou a condução dos trabalhos feita por Marcos Rogério, que havia cortado o microfone dela várias vezes, impedindo a ministra de falar.
A ministra disse que o bolsonarista gostaria que ela fosse uma “mulher submissa” e acrescentou: “Eu não sou!” O senador então atacou: “Me respeite, ponha-se em teu lugar”.
O Jornalista Thiago Barbosa comentou que a ministra reagiu “com valentia e firmeza a ataques misóginos da escória bolsonarista no Congresso” e acrescentou que “só falta a mídia exigir que ela se cale”. “Isso é uma agressão. O congresso virou um vale-tudo. O bolsonarismo é treva, a pior coisa que já aconteceu nesse país”.
Sâmia Bomfim afirmou que “o que aconteceu hoje no Senado é inaceitável, e que tudo aconteceu porque os senadores queriam “pressioná-la a flexibilizar o licenciamento ambiental”.
O bolsonarismo é a expressão atual do fascismo brasileiro. Uma corrente política que encarna a função de cão de guarda dos interesses do capital financeiro e da burguesia imperialista. Trata-se de um instrumento para dar sobrevida ao capitalismo em meio a desintegração do estado liberal e a decadência econômica.
O bolsonarismo, vende a ideia de que os problemas do país resultam da luta de classes, do liberalismo sexual e da falta de Deus. Numa sociedade onde os valores morais conservadores são constantemente difundidos por intermédio da família e da religião (no último período, com mais força os neopentecostais), a pavimentação do caminho está sendo feita para que o bolsonarismo adquira um caráter de massas.
Mas o fascismo brasileiro, o bolsonarismo, tem suas particularidades. Diferente do discurso nacionalista difundido pelos fascistas das grandes potências econômicas, que tem como meta disfarçar o militarismo e os objetivos imperialistas com a tese da suposta ameaça estrangeira e seus agentes nacionais. É reconfigurado no Brasil para escancarar a submissão aos interesses internacionais do imperialismo estadunidense tanto no plano econômico, quanto no plano militar.
Bolsonaro e os bolsonaristas afirmam que a nação está ameaçada por um perigo vermelho internacional e a saída é ser completamente submisso aos interesses dos Estados Unidos. Expressão disso: Bolsonaro presta continência a bandeira estadunidense, fez acordos militares que subordinaram o exército brasileiro, entregando a base de Alcântara para o comando dos EUA, e colocou o Brasil como bucha de canhão dos interesses de Trump em agredir os países da América Latina, como é o caso da Venezuela.
Para saciar o potencial violento dos seus seguidores e esconder a sua ineficácia em cumprir suas promessas de campanhas, Bolsonaro alimenta a necessidade constante do confronto, provocando disputas por espaço no Estado. Bolsonaro também sabe que para conseguir êxito político precisa estimular mais e mais a violência dos seus seguidores, não sendo suficiente contar com as forças armadas regulares do Estado. Por conta disso, mantém e aprofunda sua relação com as milícias.
O que Bolsonaro quer é estimular a formação agrupamentos paramilitares clandestinos com a finalidade de estabelecer o terror e ir pouco a pouco quebrando a resistência social através da perseguição, da morte e do medo.
Esquerda Brasil, Sempre!
