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quinta-feira, agosto 24, 2023

Mauro Cid diz que “receber e entregar presentes” estavam entre suas funções


Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, diz que ficará em silêncio  na CPI do DF; acompanhe | Metrópoles

Mauro Cid leu uma declaração inicial e depois ficou calado

Walder Galvão e Iana Caramori
g1 DF

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que uma de suas funções era receber e entregar presentes para ao chefe do Executivo. A declaração foi feita durante seu discurso inicial na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, nesta quinta-feira (24).

Cid disse ainda que fazia “um serviço de secretariado executivo” ao ex-presidente, o que incluía funções como: Execução da agenda; Recepção e encaminhamento de pessoas para reuniões; Atendimento de ligações e recebimento de correspondências; Impressão de documentos; Auxiliar nas atividades particulares do ex-presidente (almoços, viagens, finanças pessoais etc).

TUDO DE NOVO – O discurso feito por Mauro Cid, no início da sessão, foi similar ao do CPI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional, em julho passado. Apesar das falas iniciais, o tenente-coronel não respondeu nenhuma pergunta dos parlamentares do DF.

“O ajudante de ordens é a única função de assessoria próxima ao presidente que não é objeto de sua própria escolha, sendo de responsabilidade das Forças Armadas selecionar e designar os militares que a desempenharão”, disse Mauro Cid.

O militar afirmou ainda que ficava do lado de fora das salas de reunião e que não questionava o que era tratado nos encontros. “Não estava na minha atribuição analisar propostas, projetos trazidos por autoridades”, completou Cid.

O FAZ-TUDO – Mauro Cid foi escalado para a função de ajudante de ordens de Bolsonaro pouco antes da posse, em 2018, quando estava pronto para assumir uma função nos EUA.

Nos quatro anos de mandato, o “faz tudo de Bolsonaro” tinha funções que iam de ajudar em lives e filmar o “cercadinho” onde Bolsonaro falava com apoiadores na saída do Palácio do Alvorada até a encaminhar pagamento de demandas particulares da família do ex-presidente.

Em 2021, o governo Bolsonaro tentou trazer ao Brasil, de forma irregular, joias com diamantes avaliadas em R$ 16,5 milhões que eram presentes do governo da Arábia Saudita. Sem terem sido declaradas, as joias ficaram retidas na Recita no aeroporto de Guarulhos desde então.

PEDIDO DE BOLSONARO – Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, a tentativa frustrada de recuperação das joias, por parte do governo federal, começou com um pedido do próprio presidente Bolsonaro, para que sua assessoria procurasse recuperar as joias em entendimento direto com a Receita Federal, de acordo com um depoimento anterior prestado à Polícia Federal por Mauro Cid.

Diante da frustração do depoimento do ajudante de ordene, os deputados distritais, membros da CPI dos Atos Antidemocráticos aprovaram a convocação do hacker Walter Delgatti Neto, investigado por invasão a sistema de Justiça.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A declaração de Mauro Cid sobre suas funções já é parte da estratégia do novo advogado Cezar Bitencourt, que é coronel reformado do Exército e especializado em Justiça Militar. Depois, vamos voltar ao assunto. (C.N.)

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