Publicado em 28 de agosto de 2023 por Tribuna da Internet
José Antonio Perez Jr.
“Nenhum homem nesta terra é repúblico nem zela ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular”, escreveu Frei Vicente do Salvador, autor da primeira História do Brasil, que abrangeu o período 1500-1627. Retratou uma vergonha que ainda perdura em relação à classe política eleita por todos nós. Somos um fracasso como eleitores.
Quase 400 anos depois, é inacreditável que o brasileiro continue incapaz de eleger políticos ditos repúblicos, que respeitem os interesses do povo. Mas é claro que, entre esses 215 milhões de habitantes listados no último censo, pode-se garantir que exista quem possa dar à política ao menos um sentido mais republicano, para que funcione a contento.
SAUDADES DE BRIZOLA – Se em 1989 Leonel Briola tivesse sido eleito presidente, com Darcy Ribeiro coordenando a educação no país, hoje talvez pudéssemos escolher melhores políticos. Não só por votar com mais acerto, como também por ter melhores candidatos como opção.
Para além disso, haveria a universalização da escola em horário integral e nossos adolescentes não estariam nas ruas, vulneráveis às propostas quase que irresistíveis do crime organizado, que os recruta por serem criminalmente inimputáveis.
Nesse sentido, o exemplo do desenvolvimento dos países asiáticos, como Japão, Coréia do Sul, China, Taiwan e Vietnã, mostra a importância da educação e dos cargos técnicos para uma melhor distribuição de renda.
A VOLTA DE LULA – Aqui nos trópicos, no ano passado elegemos novamente o petista Lula da Silva como contraponto às sandices de Jair Bolsonaro. Foi mais um erro, porque havia outros candidatos com melhores qualificações.
Agora vemos Lula a passear pelo mundo, tentando posar de estadista e influir na intrincada política internacional, sob incentivo de seus acólitos anônimos e conhecidos, como o embaixador Celso Amorim, que fica batendo palmas para as sandices de um presidente despreparado.
E o pior vem aí. Em novembro Lula vai assumir a presidência rotativa do Brasil do G20, grupo que reúne países ricos e emergentes, e promoverá um megaevento no Rio de Janeiro para marcar o início da gestão. Note-se que Lula é um oportunista barato! Só pensa em si e na possibilidade de receber um prêmio Nobel, como se fosse possível a completa desmoralização da Academia Real das Ciências da Suécia.