O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro
Imagens reveladas pela CNN mostram o ex-ministro do GSI no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos de 8 de janeiro
Por Priscila Yazbek
Em Lisboa, na comitiva brasileira que acompanha a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Múcio Monteiro, ministro da Defesa, disse lamentar muito o episódio envolvendo o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência Gonçalves Dias.
Imagens reveladas pela CNN mostram o ex-ministro do GSI no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos de 8 de janeiro.
“Lamentei muito [o que aconteceu], quero muito bem a ele, não concordo com essa narrativa que houve leniência. Ele é um dos mais fiéis amigos do presidente da República. Uma amizade de 20 anos”, afirmou Múcio.
“Evidentemente que, depois de 8 de janeiro, ficaram cicatrizes e (…) com o surgimento desses vídeos as coisas pioraram. Ontem estive com o General Dias. Falei com ele no telefone hoje, torço que supere isso porque é um homem de bem, um homem sério, bem intencionado e amigo do presidente”, complementou o ministro da Defesa.
Questionado sobre o futuro do GSI, Múcio disse que cabe ao presidente Lula decidir, mas defendeu a existência do órgão.
“Você pode mudar o nome, pode batizar com outro nome, mas o órgão tem que existir. Aquilo é um trabalho de apoio ao presidente da República”, afirmou.
O ministro da Defesa contou também ter intermediado uma conversa entre Gonçalves Dias e Ricardo Cappelli, que assumiu interinamente o GSI.
“Ele e o Cappelli conversaram no meu gabinete, foi uma conversa boa para os dois. Interessa para o governo e para a sociedade que tudo seja esclarecido, o culpado tem que pagar para a tirar a suspeição que está em cima de alguns inocentes. Isso tudo é bom para o governo, que essas coisas sejam esclarecidas, senão a gente não vira essa página nunca”, disse Múcio.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também comentou o episódio.
“As coisas estão se desenvolvendo normalmente, com maior tranquilidade, todo mundo trabalhando. Eu estava em Genebra, o presidente Lula também, cumprindo sua agenda, todos os ministro trabalhando, e tudo bem. A gente vai tratar disso da maneira que tem que ser tratado; quem tem que estar preocupado é quem promoveu aquilo que a gente viu em 8 de janeiro”, afirmou.
CNN