Publicado em 21 de abril de 2023 por Tribuna da Internet
Eduardo Gonçalves
O Globo
O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias irá prestar depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira de feriado. O general da reserva do Exército deixou o cargo nesta quarta-feira após vir à tona vídeos em que ele aparece transitando entre manifestantes durante a invasão ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.
Gdias – como é conhecido – deve ser questionado pelos policiais sobre a razão de não ter reagido diante dos invasores. Ele também deve identificar os outros servidores do GSI que aparecem nas imagens divulgadas pela CNN Brasil. Em uma delas, o capitão do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira chega a oferecer garrafas de água mineral aos manifestantes.
DIZ O GENERAL – Em entrevista à Globonews, o militar afirmou que se dirigiu ao Planalto quando viu que os golpistas romperam o cordão montado pela Polícia Militar do Distrito Federal na altura do Congresso.
Sobre a interação com os invasores, ele explicou que atuou para “retirar as pessoas do terceiro e quarto andar do Palácio”. No vídeo, Dias aparece indicando a porta de saída aos manifestantes.
— Colaram minha imagem ao major distribuindo água para os manifestantes, fizeram cortes da minha imagem. Tenho 44 anos de profissão no Exército Brasileiro, sempre pautei minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que dou a mim até hoje é a honra — declarou ele.
ATUAÇÃO INCOMPETENTE – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a PF fizesse a oitiva de Gdias em até 48 horas – o prazo se encerra amanhã. A decisão foi tomada nesta quinta-feira, no mesmo dia em que ele pediu demissão do cargo.
Para o relator Moraes, os vídeos indicam “atuação incompetente” e “ilícita e conivente omissão” de membros do GSI.
“Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”, escreveu o ministro no despacho.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O ex-ministro deve seguir o exemplo de Lula da Silva, José Dirceu e Sérgio Cabral. Ou seja, vai declarar ser um “perseguido político”. Além de estar na moda, é desculpa que sempre funciona e tem mil e uma utilidades — é uma espécie de Bombril judicial. (C.N.)
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