Publicado em 28 de maio de 2022 por Tribuna da Internet
Igor Gadelha
Metrópoles
O presidente Jair Bolsonaro prepara nova etapa de sua ofensiva contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, desta vez usando a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A ideia é protocolar na PGR vários pareceres assinado por renomados especialistas em Direito Penal, sustentando a tese de que Moraes cometeu abuso de autoridade na condução do Inquérito das Fake News e nas decisões sobre o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ).
DE TRÊS ESTADOS – Entre esses juristas, a coluna apurou que há advogados criminalistas e professores de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Auxiliares de Bolsonaro, no entanto, mantêm os nomes em sigilo antes de protocolar o documento.
O objetivo é que o parecer dê respaldo ao pedido de investigação do ministro do STF apresentado por Bolsonaro à PGR, na semana passada. Até agora, o procurador Augusto Aras ainda não se pronunciou a respeito.
“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente sobre a situação.
MINISTRO CANALHA – A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro.
No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente ameaçou pedir que o ministro seja afastado. “Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão.
O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF. E meses antes, em fevereiro, Moraes mandou prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não faltam abusos de autoridade cometidos por Moraes. No entanto, os pareceres de juristas de nada adiantarão, porque o Supremo tornou-se altamente corporativista e comporta-se como se a Lei e o Estado lhe pertencessem, no estilo de Luís XIV, que pensava (?) ser o Rei Sol. (C.N.)