Câmara dos Representantes dos Estados Unidos apontou que o ex-presidente Donald Trump e colaboradores estão envolvidos numa "conspiração criminosa"
Um juiz federal norte-americano ordenou a divulgação de mais de cem emails do ex-conselheiro de Donald Trump John Eastman na comissão da Câmara dos Representantes que investiga o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos.
A decisão do juiz do Tribunal Distrital dos Estados Unidos, David Carter, marcou uma grande vitória legal para a comissão, pois analisa a correspondência online de John Eastman, o advogado que aconselhava Trump sobre a invalidação das eleições.
"Com base nas evidências, o Tribunal considera muito provável que o presidente Trump tenha tentado obstruir a Sessão Conjunta do Congresso em 6 de janeiro de 2021", escreveu David Carter na deliberação apresentada no Distrito Central federal da Califórnia.
John Eastman estava a tentar não revelar os documentos na comissão com base numa reivindicação de privilégio de advogado-cliente entre si e o antigo presidente.
A comissão respondeu no início deste mês, argumentado que há uma exceção legal que permite a divulgação de documentos sobre crimes em andamento ou futuros.
Um advogado que representa John Eastman não quis responder a um pedido de comentário da agência de notícias AP.
Em 3 de março, um painel da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos apontou que o ex-presidente Donald Trump e colaboradores estão envolvidos numa "conspiração criminosa" para inverter os resultados das presidenciais de 2020.
O relatório de 221 páginas marca o esforço mais formal da comissão para ligar o ex-presidente a um crime federal, embora a real importância do documento não seja clara, uma vez que os legisladores não têm poder para deduzir acusações por conta própria, podendo apenas encaminhá-las para o Departamento de Justiça.
O departamento tem estado a investigar o motim do ano passado, mas não deu qualquer indicação de que esteja a considerar avançar com acusações contra Trump.
Jornal de Notícias (PT)