Malu Gaspar
O Globo
O presidente Jair Bolsonaro se reuniu em segredo com o economista Adriano Pires três vezes nas últimas duas semanas, antes de indicá-lo para substituir Joaquim da Silva e Luna na presidência da Petrobras. Os encontros não foram registrados na agenda oficial do presidente da República.
Nas três conversas, sempre com a presença do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, Bolsonaro disse considerar que a Petrobras se comunica mal com a sociedade e afirmou estar em busca de alguém que se comunicasse melhor.
EFEITO LANDIM – O nome de Pires passou a ser considerado depois que a ideia de nomear o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, se tornou inviável. No comando executivo da companhia, Landim enfrentaria conflitos de interesse. O executivo, porém, diz a interlocutores próximos que rejeitou o convite porque não queria deixar o Flamengo.
Como consultor de empresas, Adriano Pires é um dos especialistas mais ouvidos na imprensa sobre assuntos como petróleo, gás e energia. Sua consultoria é o Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Segundo interlocutores dos três, Bolsonaro teria dito a Pires que não quer mudar a política de preços da Petrobras. Mas gostou de ouvir do economista que seria necessário fazer um fundo para subsidiar os combustíveis por tempo determinado, amortecendo o impacto da alta dos preços do petróleo no mercado internacional.
NAS MÃOS DE GUEDES – Constituir esse fundo, porém, é tarefa para o ministério da Economia, de Paulo Guedes, e não da companhia. O dinheiro teria que sair da União.
Pires disse a Bolsonaro que a guerra da Ucrânia demonstrou a importância de do diesel e do gás para a segurança energética do país. Numa das visitas ao presidente da República, sempre no Palácio do Planalto, o futuro presidente da Petrobras também se encontrou com o ministro Ciro Nogueira.
No entorno do presidente, a indicação de Pires é atribuída ao ministro das Minas e Energia, com quem o consultor se reúne com frequência em Brasília.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bem, se foi para manter a insana política de preços do petróleo extraído no Brasil, que incluiu taxas de importação, frete, seguro marítimo e tarifas portuárias, como se fosse importado, era melhor deixar o general Luna e Silva. Ora, trocar um lunático por outro lunático é coisa de quem é ainda mais lunático… (C.N.)