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sábado, outubro 09, 2021

Maquiavel continua a influenciar os políticos brasileiros, que relutam em fazer o bem…

Publicado em 9 de outubro de 2021 por Tribuna da Internet

Bolsonaro não leu Maquiavel…

Jair Bolsonaro parece seguir “O Príncipe” e faz tudo pelo poder

César Cavalcanti

Se ainda estivesse cá entre nós, Nicolau Maquiavel estaria estarrecido com os rumos da política brasileira. O filósofo e diplomata florentino escreveu sete livros sobre a arte de guerra, uma sátira sobre o casamento e muitos tratados sobre a arte de governar, sendo “O Príncipe”, de 1513, o mais conhecido.

Esbocemos os pontos principais deste notável clássico da ciência política, deixando ao leitor a avaliação da pertinência desta ética no atual contexto mundial e… brasileiro.

O PODER – Observa Maquiavel que ao Príncipe só interessa conquistar e manter o poder. Mas o que seria esse poder para esse surpreendente pensador? Bem, para ele significava a capacidade de o príncipe submeter e dirigir as ações de seus comandados, ou em outras palavras, o poder é uma relação de força na qual alguns se submetem à vontade de outros porque têm o monopólio material para matar, oprimir, manipular.

Assim nasce a famosa pergunta esboçada no pequeno grande livro: o governante deve ser amado ou temido ?

A resposta é assaz inquietante: ser bom e querido é prejudicial à manutenção do poder, porque os homens são egoístas e, portanto, só sabem obedecer àqueles que lhes infligem temor, sensação de insegurança e de pertencerem a determinada classe social.

ARTE DO FINGIMENTO – Se não é conveniente ser bom, é necessário ao senhor das armas aperfeiçoar-se na arte do fingimento, ou seja, o governante precisa fazer também o mal, enganar, usar da fortuna alheia para perpetuação de sua própria riqueza, mas aparentar fazer bem às pessoas.

Assim: “Aqueles que se propõem a ser modelo de retidão e bondade serão os primeiros a conhecer a ruína”. Ou então: “Matai vossos inimigos e, se necessário, vossos amigos também, uma vez que o príncipe só deve honrar e se importar com uma pessoa: ele próprio!

De outro modo, quando o príncipe presentear algum de seus súditos, deve fazê-lo aos poucos, isto é, nunca deve dar tudo de uma só vez, porque as pessoas esquecem com demasiada rapidez o bem recebido.

Mas, ao contrário, quando fizer o mal a uma pessoa, deve realizá-lo de uma só empreitada, nada de agir aos poucos.

SUCESSO ABSOLUTO – A obra “O Príncipe” fez tanto sucesso entre os reis e imperadores que Thomas Cromwell, ministro de Henrique VIII da Inglaterra, alardeava que a obra de Maquiavel era suma sabedoria na arte de governar.

De lá para cá, cinco séculos se passaram, mas os ensinamentos de “O Príncipe” parece ser o livro de cabeceira de nossos governantes, sempre fazendo o bem aos poucos e o mal de uma vez só.


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