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quinta-feira, fevereiro 18, 2021

Apesar de contrariado com a prisão de aliado, Bolsonaro é aconselhado a ficar calado e evitar crise entre Poderes

Publicado em 18 de fevereiro de 2021 por Tribuna da Internet

Bolsonaro teme que episódio abra brecha para novas punições

Ricardo Della Coletta e Daniel Carvalho
Folha

Auxiliares de Jair Bolsonaro (sem partido) aconselharam o presidente a não comentar a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) para evitar escalar ainda mais a crise entre os Poderes

Até a tarde desta quarta-feira, dia 17, Bolsonaro não havia dado qualquer declaração pública sobre a detenção de Silveira, que num vídeo ofendeu ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e fez apologia ao AI-5. Ele é membro da tropa de choque do bolsonarismo na Câmara.

CONTRARIADOS – Segundo interlocutores, Bolsonaro e membros da ala ideológica ficaram contrariados com a prisão ordenada pelo STF, principalmente por ela ter sido feita com base num vídeo publicado nas redes sociais.

Eles temem que a medida abra brecha para novas punições de bolsonaristas mais radicais, que têm um histórico de defesa da ditadura militar e de ataques ao Supremo. No entanto, o presidente foi orientado a permanecer distante, sob o argumento de que Silveira não é membro do governo e que o tema é da alçada do Judiciário e do Legislativo.

Um aliado de Bolsonaro argumenta que qualquer posicionamento sobre o assunto transformaria o problema numa confrontação entre os três Poderes, com potencial de contaminar as prioridades do governo no Legislativo.Ele lembra que o Planalto precisa fazer avançar uma série de pautas no Congresso de olho na reeleição de Bolsonaro em 2022.

CAPITAL POLÍTICO –  Com uma janela legislativa de pouco mais de um ano, o presidente não pode desperdiçar capital político numa guerra aberta com o Judiciário e membros do Legislativo. Além do mais, assessores de Bolsonaro opinaram que provavelmente a Câmara revogará a prisão, embora Silveira deva receber algum tipo de punição.

Auxiliares no Palácio do Planalto ressalvam, porém, que Bolsonaro é imprevisível e não descartam que ele resolva fazer algum tipo de manifestação crítica à prisão de Silveira. A hipótese não é descartada porque o presidente tem sido pressionado por simpatizantes nas redes sociais a defender o parlamentar.

Além do presidente, seus filhos Eduardo (PSL-SP) e Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também estão em silêncio sobre a prisão de Silveira. Eduardo é deputado federal e Flávio, senador. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), também filho do presidente, foi o único que fez alguma manifestação nas redes. Sem citar Silveira, ele escreveu na manhã desta quarta: “Sinto meu estômago embrulhado como não sentia há tempos!”

UNANIMIDADE –  Silveira foi preso na noite desta terça-feira, dia 16, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, decisão que foi referendada nesta quinta-feira, dia 17, por unanimidade, pelo plenário do STF. Ele é alvo de dois inquéritos na corte —um apura atos antidemocráticos e o outro, fake news.

Moraes é relator de ambos os casos, e a ordem de prisão contra o deputado bolsonarista foi expedida na investigação sobre notícias falsas. Por se tratar da prisão de um deputado federal, a decisão precisará passar pelo crivo do plenário da Câmara, que tem o poder de derrubá-la.

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