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segunda-feira, maio 25, 2020

Ministro interino da Saúde ignora recomendações da OMS e participa de manifestação pró-governo


Pazuello rasgou protocolos e desfilou sem pudor em manifestação
Jussara Soares, Dida Sampaio e Emilly Behnke
Estadão
O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, esteve neste domingo, dia 24, em um ato pró-governo ao lado do presidente Jair Bolsonaro, contrariando as recomendações do próprio Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS) de evitar aglomerações durante a pandemia do novo coronavírus. Pazuello não é médico, mas permaneceu no posto após o ex-ministro Nelson Teich se demitir no dia 15 deste mês.
A ida à manifestação ocorre seis dias após atender o desejo do presidente e, em seu primeiro ato como chefe da Saúde, publicar um protocolo liberando o uso da cloroquina para todos os pacientes de covid-19. Em documento divulgado na quarta-feira, 20, o ministério recomenda a prescrição do medicamento desde os primeiros sinais da doença causada pelo coronavírus.
ISOLAMENTO SOCIAL – A pandemia, segundo dados de sábado, dia 23, já matou 22.412 pessoas no País. Há 354.460 casos confirmados da covid-19 e o Brasil é o segundo no mundo em casos de contaminação. Apesar dos números, Bolsonaro é a favor do fim do isolamento social e, frequentemente, sai para atos e passeios pelo comércio. No sábado, Bolsonaro causou aglomeração ao comer um cachorro-quente na Asa Norte, em Brasília, sob gritos de apoio e vaias.
Dois ministros da Saúde, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, se demitiram por não concordarem com as divergências sobre o fim do isolamento e a ampliação da cloroquina. Ainda não há comprovação científica da eficácia do medicamento contra a doença, mas o Ministério da Saúde alegou, no documento, que o Conselho Federal de Medicina autorizou recentemente que médicos receitem a seus pacientes a cloroquina e a hidroxicloroquina, uma variação da droga.
De máscara, Pazuello, conforme imagens feitas pelo Estadão, saiu de helicóptero do Palácio de Alvorada junto com o presidente, o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ).
ATO ESVAZIADO – A aeronave pousou em uma área próxima à vice-presidência e o grupo seguiu andando até a frente do Palácio do Planalto onde estavam concentrados os apoiadores. O ato deste domingo foi esvaziado, segundo mostram imagens aéreas compartilhada nas redes sociais do presidente.
Durante a manifestação, o ministro foi flagrado com o celular direcionado para o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, que também esteve no local. Pazuello, no entanto, não estava perto quando presidente se aproximou da grade de segurança para cumprimentar os apoiadores.
SEM MÁSCARA – No ato com a participação do ministro interino da Saúde, Bolsonaro tirou a máscara, que é de uso obrigatório no Distrito Federal. O não uso do acessório pode gerar multa de até R$ 2 mil. Em cerca de 30 minutos, o presidente cumprimentou pessoas com as mãos, parou para fotos e pegou pelo menos duas crianças no colo.
Dois deputados confirmaram se tratar do ministro Pazuello na manifestação. O Estadão procurou o Ministério da Saúde e o próprio ministro, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Se tivesse o troféu “Ferradura de Ouro” para os maiores exemplos de descaso de governantes durante a pandemia em uma disputa internacional, Bolsonaro & Cia já teriam conquistado a premiação por antecipação. Quando além do presidente, o próprio ministro da Saúde, ainda que interino, rasga protocolos e desfila sem pudor com um rebanho cego e lunático, arriscando as próprias vidas e a de seus familiares, é de chorar de vergonha. (Marcelo Copelli)

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