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sexta-feira, junho 28, 2019

Bolsonaro contra-ataca presidente francês e o convida para conhecer a Amazônia


O presidente Jair Bolsonaro conversa com o presidente da França Emmanuel Macron, em Osaka, no Japão
Bolsonaro com Macron, discutindo a preservação da Amazônia
Talita FernandesFolha
Quatro horas depois de o governo brasileiro ter anunciado o cancelamento de uma reunião bilateral entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o francês, Emmanuel Macron, os dois se reuniram informalmente durante a Cúpula do G20, em Osaka, no Japão.
De acordo com o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, a conversa se deu por volta de 15h desta sexta-feira (horário local).
Eles falaram sobre questões climáticas, fronteira entre Brasil e Guiana, comércio internacional e acordo entre União Europeia e Mercosul.
ACORDO DE PARIS – Rêgo Barros afirmou que Bolsonaro convidou o presidente francês para visitar a região amazônica no Brasil. E que ele reafirmou seu compromisso com o Acordo de Paris, que trata de questões climáticas.
A fala entre eles ocorre em meio a críticas de líderes europeus à política climática brasileira. Macron disse em entrevista que não assinaria acordos comerciais com o Brasil caso o país deixasse o Acordo de Paris. O Mercosul, bloco do qual o Brasil faz parte, negocia um tratado de comércio com a União Europeia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, também afirmou na véspera de embarcar para o G20 que estava preocupada com a situação do desmatamento brasileiro.
REUNIÃO COM MERKEL – Ela e Bolsonaro se reuniram na tarde desta sexta em Osaka em encontro que não estava previsto nas agendas. De acordo com Rêgo Barros, que não soube falar sobre os temas abordados entre eles, o clima da reunião foi “amistosa”.
Merkel disse esta semana que queria ter uma “conversa clara” com Bolsonaro sobre a questão do desmatamento na região Amazônica. Ao desembarcar no Japão na quinta, o brasileiro deu uma resposta dura, ao afirmar que não aceitaria advertências de outros países após ser questionado sobre a declaração da líder alemã.
“Eles [alemães] têm a aprender muito conosco. O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns anteriores que vieram aqui para serem advertidos por outros países. Não, a situação aqui é de respeito para com o Brasil. Não aceitaremos tratamento como no passado, de alguns casos de chefes de estado que estiveram aqui”, disse, sem citar a quem se referia.
VAIVÉM – A conversa entre Macron e Bolsonaro se deu em meio a um vaivém de versões ao longo desta sexta-feira, durante o primeiro dia do G20. Uma reunião com o francês constava na agenda do presidente brasileiro às 14h25, mas teve seu cancelamento anunciado por volta de 11h pela comitiva brasileira.
Num primeiro momento, Rêgo Barros disse à Folha que o Brasil havia recebido um pedido de cancelamento da agenda por parte dos franceses, que haviam proposto o encontro. Ele não soube informar os motivos que levaram Macron a desmarcar.
Mais tarde, em briefing com a imprensa, o porta-voz disse que o presidente francês havia proposto o encontro às 23h de quinta (27), o que havia sido rejeitado por Bolsonaro, que desembarcara horas antes em Osaka, no Japão.
OUTRAS REUNIÕES – O presidente brasileiro também participou de uma reunião dos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia,Índia, China e África do Sul. Após o encontro, o grupo divulgou uma nota dizendo que os países seguirão cumprindo o Acordo de Paris.
Bolsonaro se reúne nesta sexta com o presidente americano Donald Trump e, no sábado, tem bilaterais previstas com outros cinco líderes: Xi Jinping (China), Shinzo Abe (Japão), Lee Hsien-Loong (Cingapura), Narendra Modi (Índia) e Mohammed bin Salman (Arábia Saudita).​
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Bolsonaro tem algumas qualidades importantes. Falar grosso e de igual para igual com outros governantes. Espera-se que também passe a se comportar assim em relação a Donald Trump, evitando subserviências(C.N.)

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