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sexta-feira, junho 28, 2019

Vaza Jato, "aerococa" e a última cruzada da grande mídia



Tal como os violinistas do Titanic, a grande mídia sabe que terá que tocar a música até o fim – as instituições entraram em acelerado estado de deterioração: o “aerococa” da comitiva de Bolsonaro, pego pela polícia espanhola, é apenas um pequeno indício. Diante da audiência com Glenn Greenwald na Câmara (verdadeira aula de jornalismo investigativo que valeu mais do que todos os congressos da Abraji), na qual o jornalista alertou que nenhuma intimidação evitará as publicações do site “Intercept” porque está amparado pela Constituição, a grande mídia sabe que chega rápido ao seu “vanish point” – as máscaras terão que desaparecer e o jornalismo ser rifado. Por isso que, paralelo à bomba relógio que representa a Vaza Jato, a grande imprensa vem se “ajustando” ao que está por vir: a última cruzada – afastamentos, demissões em massa e ameaças nas redações para manter os jornalistas firmes nas rédeas e antolhos.

Paralelo ao terremoto da Vaza Jato detonado pelo site Intercept, liderado pelo jornalista Glenn Greenwald, a grande mídia televisiva parece iniciar um movimento de “ajustes” para enfrentar o que estar por vir. Se não, vejamos:
a) Como é do feitio dos rompantes de Silvio Santos, o SBT promoveu demissões em série no seu Departamento de Jornalismo, cortando jornalistas e âncoras com décadas de casa, além de produtores. Cabendo a um repórter, João Fernandes, apresentar a última edição do SBT Notícias. Para depois saber que também estava no “pacote” de demissões.
Rachel Sherazade, âncora do SBT Brasil, também está no radar depois que o Napoleão de hospício e patrocinador do SBT, Luciano Hang da rede Havan, pediu a cabeça da jornalista quando ela se declarou decepcionada e enganada por Sérgio Moro, diante dos vazamentos do Intercept.
Pouco importa se, ao jogar no fosso o jornalismo da casa, o SBT correr o risco de afugentar anunciantes. Silvio Santos quer mesmo os jabás e anúncios estatais do governo Bolsonaro.
b) Depois de ancorar por 15 anos o programa de maior audiência da emissora (“Domingo Espetacular”), o premiado jornalista Paulo Henrique Amorim foi colocado no gancho da Record até o RH saber o que fazer com ele – PHA edita um dos blogs de esquerda mais acessados do País e há tempos as milícias digitais bolsonárias ameaçavam e exigiam o seu afastamento.
Motivo da Record? Certamente os mesmos de Sílvio Santos.

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