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terça-feira, março 12, 2019

Polícia fez um trabalho perfeito e identificou o matador por causa da tatuagem dele

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A equipe do delegado Lages fez um trabalho de primeiro mundo
Carlos Newton
Foi um trabalho extraordinário da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Os investigadores souberam utilizar os modernos recursos da tecnologia para chegar aos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Além de descobrir as evidências do crime nas “nuvens” do celular do sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa (o atirador), que agiu com o comparsa ex-PM Elcio Vieira de Queiroz (o motorista), os investigadores conseguiram levantar todo o trajeto do carro utilizado no crime, inclusive em dias anteriores.
Foram 363 dias de um minucioso trabalho policial que honra a equipe da Delegacia de Homicídios, chefiada pelo jovem delegado Giniton Lages. E vem calar os críticos da dedicação dos investigadores, que desde a morte da vereadora e do motorista vem sendo perseguidos pelos chamados “arquitetos de obras feitas”, com cobrança incessante de resultados num caso de elevadíssimo grau de dificuldade.
O ERRO FATAL – O mais curioso foi o modo usado pela Polícia para identificação do assassino, cuja autoria só foi comprovada materialmente por possuir uma tatuagem no braço. Se não tivesse essa peculiaridade, o sargento reformado não poderia ser reconhecido, porque o automóvel utilizado tinha vidros escuros.
Na hora de atirar, ele abaixou o vidro da janela para usar a metralhadora com silenciador. Se estivesse usando uma camisa de mangas compridas, a Polícia jamais poderia identificá-lo com total certeza, pois não se veria a tatuagem.
Por essas circunstâncias é que se diz ser praticamente impossível o crime perfeito. De uma forma ou de outra, acaba aparecendo alguma pista.
O MANDANTE – Agora, falta a segunda etapa da investigação – descobrir o mandante do crime. Já foram investigados vários políticos da Assembleia e da Câmara de Vereadores, sem êxito. Há possibilidade de o próprio sargento Lessa ser o responsável, para proteger seus interesses juntos aos milicianos que controlam grande parte das comunidades carentes do Grande Rio, onde atuava a vereadora Marielle Franco.
O governador Wilson Witzel, que participou da entrevista coletiva, disse estar confiante na possibilidade de os criminosos recorrerem à delação premiada, para reduzir as penas, conforme se viu na Lava Jato. É uma grande possibilidade, não há a menor dúvida.

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