Pedro do Coutto
Ontem, Dia Internacional da Mulher, as comemorações no Brasil afastaram-se de colocações vagas e sentimentais e se deslocaram para o plano da realidade, no qual opera uma violência latente e a ideia de que a mulher é uma propriedade sua. Ninguém nesta vida pode ser dono de alguém e do destino das pessoas que convivem diariamente participando do combate diário de sobrevivência.
Sobrevivência e afirmação. É exatamente isso que na história moderna representa uma emancipação e uma atuação de acordo com sua visão e vontade.
“SÃO MAIORIA” – A mulher no Brasil só teve direito de voto a partir de 1934. Hoje o eleitorado feminino supera o masculino por 52 a 48. Essa é também é a proporção existente quanto ao número de habitantes. Falar da mulher é falar da existência humana, porque a mulher mantém o relacionamento mais profundo que marca o andar da vida. Ela abriga dentro de si um ser humano durante nove meses. Não existe relacionamento mais profundo do que este. A mulher assim tem o código da existência, no sentido que proporciona a ela colocar no mundo tanto homens quanto mulheres.
Os debates e informações que ocuparam programas de televisão, jornais e redes sociais deixaram em foco a situação mais importante entre os sexos: a violência contra as mulheres levado ao extremo por homens desequilibrados, capazes de se valer da força física para agredir aquelas que se colocam no plano oposto nas questões do dia a dia.
INSEGURANÇA – A violência, por paradoxal que pareça representa um covarde sentimento de rancor e às vezes ódio que tem origem na insegurança do homem em relação a mulher. Exemplos recentes confirmam essa opinião.
O problema da violência doméstica, sobretudo, é gravíssimo entre nós, pois exemplos não faltam de crimes covardes que se desenrolam tanto nos centros urbanos quanto em todos os pontos do país.
É hora de dar um basta à violência, ao crime deformante e à covardia que marca os desentendimentos entre homens e mulheres.
LONGO PERCURSO – As mulheres têm avançado muito no país, mas ainda falta um longo percurso para que a intolerância e a alucinação deem espaço para a convivência sadia, em que alucinações e agressões não ocorram. Trata-se de um longo percurso, é verdade.
Mas com base nas comemorações de ontem, 8 de março, já se vislumbra uma saída do túnel da maldade, insegurança, desespero e da covardia.
Que seja assim, pois essa disposição está sendo injetada em toda a população do Brasil.