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quarta-feira, março 20, 2019

Nesta primeira negociação com Trump, até que Bolsonaro não se saiu muito mal


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Trump é espertíssimo; se Bolsonaro bobear, ele leva até nossas cuecas.
Carlos Newton
Negociações entre governantes jamais admitem surpresas, tudo é minuciosamente combinado antes pelos respectivos chanceleres. No caso do encontro de Jair Bolsonaro com Donald Trump, a coisa foi meio bagunçada, porque não houve acerto prévio, até porque o Brasil parece nem ter chanceler, o neoembaixador Ernesto Araújo já deveria ter pedido exoneração, se tivesse um mínimo de dignidade. Aliás, foi corretíssima a decisão de Bolsonaro barrá-lo na reunião com Trump, porque o ministro é tão americanófilo que poderia se atirar aos pés do presidente da matriz USA, prometendo-lhe mundos e fundos aqui da filial Brazil.
Sem apoio diplomático, pode-se avaliar que Bolsonaro não se saiu assim tão mal na assinatura de dois importantes acordos. Um deles permite à matriz USA testar foguetes e lançar satélites da base de Alcântara, no Maranhão, O outro prevê troca de informações entre a Polícia Federal e o FBI, a polícia federal norte-americana, iniciativa muito importante no combate à corrupção, ao contrabando e à criminalidade em geral.
BASE ABANDONADA – Embora seja considerado o melhor local do mundo para lançamento de foguetes e colocação  de satélites em órbita, a base de Alcântara está praticamente abandonada desde o acidente ocorrido em 2003, quando morreram 21 cientistas e técnicos brasileiro altamente especializadas. Em 2017 o governo Temer falou em retomada do programa espacial, mas falta dinheiro.
Os americanos vão investir e pagar pelo uso da base, o que, aliás, não representa novidade. Em 1994, no governo FHC, a Agência Espacial Americana (NASA) lançou 47 foguetes em Alcântara.
O acordo espacial terá de ser aprovado no Congresso. Portanto, se houver algum inconveniente nas cláusulas, logo ficaremos sabendo. Quanto ao segundo entendimento, para cooperação entre FBI e Polícia Federal, é só uma confirmação do acordo que já existe há décadas. Nada de novo no front ocidental.
PORTAS ABERTAS – A permissão para entradas de americanos, canadenses e australianos sem visto também parece acertada, porque quase sempre as visitas são de turismo, e o Brasil está precisando desesperadamente de divisas. Aliás, o momento é oportuno para colocar no Ministério do Turismo um especialista no assunto, defenestrando-se o atual ocupante, que nada sabe de turismo e não passa de um plantador de laranjas eleitorais.
Por fim, quanto à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), é uma grande bobagem, tem o mesmo valor de uma nota de três dólares. E o espertíssimo Trump ainda exigiu que o Brasil abandone o status de “nação em desenvolvimento” na Organização Mundial do Comércio (OMC). É uma gelada para as exportações brasileiras, Bonsonaro precisa ficar atento.
Presssionado pelo “chanceler” informal Eduardo Bolsonaro, que nada entende de comércio exterior, o ministro Ernesto Araújo imediatamente se apressou em lançar um comunicado anunciando que o Brasil vai começar a “abrir mão” de tratamento especial na OMC, uma burrice colossal.
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P.S. 1
 – A matriz USA é nossa maior concorrente no agronegócio, opera com altos subsídios e defende a tese de que a filial Brazil não deve conceder subsídio algum. O abandono da condição de “nação em desenvolvimento” na OMC será o primeiro passo para atender aos interesses da matriz.
P.S. 2 – E a Piada do Ano foi a matriz USA pedir que a filial Brazil deixe de cobrar sobretaxa no etanol americano. Quando o Brasil desenvolveu o Proálcool, maior programa de energia alternativa do mundo, a matriz USA nos boicotou, criando sobretaxas que inviabilizaram as exportações brasileiras de etanol. Até hoje estão em vigor essas sobretaxas, criadas em lei no governo Reagan, mas a matriz agora exige que a filial elimine as sobretaxas que equilibram o jogo. Que falta faz um chanceler de verdade. A situação é verdadeiramente bestial, como dizem os portugueses(C.N.)

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