Deu na Folha
A imprensa estrangeira repercutiu nesta quarta-feira (6) as publicações obscenas que o presidente Jair Bolsonaro postou em uma rede social. “Bolsonaro ridicularizado após tuitar vídeo carnavalesco explícito”, titulou o The Guardian. O jornal britânico cita em seu texto as marchinhas de protesto contra o presidente no Carnaval deste ano e afirma: “Bolsonaro, que goza de comparações com Donald Trump, aparenta não ter recebido bem as críticas”.
Nesta terça-feira (5), Bolsonaro compartilhou em sua conta oficial do Twitter um vídeo de uma cena que causou polêmica no Carnaval paulistano na qual um homem aparece dançando após introduzir o dedo no próprio ânus e um outro rapaz surge urinando na cabeça do que dançava.
FEZ PERGUNTA – Já na manhã desta quarta, o presidente publicou uma pergunta: “O que é golden shower?” Golden shower é o nome popular (em inglês) para o fetiche de urinar na frente de um parceiro ou sobre ele.
“As guerras culturais no Brasil fazem uma aparição gráfica no feed de Twitter de Bolsonaro”, afirma o título da reportagem do jornal americano The New York Times sobre o episódio.
“Para iniciantes, tornou-se evidente que o sr. Bolsonaro não está menos impulsivo em suas redes sociais do que quando candidato. Assessores têm expressado descontentamento com o fato de que, como presidente, ele continue a conduzir os assuntos pelo WhatsApp. Talvez mais significativo, o post sinaliza que o sr. Bolsonaro acha válido estimular os debates sobre orientação sexual e moralidade na sociedade que turbinaram sua chegada ao poder”, diz o texto escrito pelo correspondente do NYT no Brasil, Ernesto Londoño.
QUESTIONAMENTOS – “O tuíte, que pretendia despertar indignação sobre como o feriado se tornou vulgar, rapidamente despertou uma tempestade de críticos que questionaram o julgamento do presidente por compartilhar um vídeo gráfico como esse”, afirma reportagem publicada pelo jornal The Washington Post.
“Como um congressista por 28 anos, Bolsonaro frequentemente fez comentários disparatados sobre gays, mulheres, grupos indígenas e negros”, segundo texto da agência Associated Press publicado pelo jornal americano Los Angeles Times com o título “Bolsonaro do Brasil tuíta vídeo obsceno e é criticado”.
Título similar usou o diário espanhol El País: “Bolsonaro tuíta um vídeo obsceno de Carnaval e provoca polêmica no Brasil”. Segundo a reportagem, as publicações deixaram seus compatriotas “envergonhados, indignados e atônitos”.
FORTE POLÊMICA – O jornal argentino La Nación destacou que as postagens geraram “forte polêmica” no Brasil e que mesmo seguidores de Bolsonaro que se declararam apoiadores do presidente criticaram a atitude.
Em vídeo, o jornal italiano Corriere Della Sera também noticiou o episódio, afirmando que a publicação do vídeo obsceno pelo presidente, que se pretendia uma denúncia, acabou tendo um efeito bumerangue.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O mais incrível é que os defensores de Bolsonaro alegam que as cenas exibidas são comuns no Carnaval. Isso não é verdade. Jamais foram mostradas cenas semelhantes. E a exibição obscena ocorreu no bloco intitulado “Blocu”, do qual jamais se ouvira falar. A verdade é que Bolsonaro divulgou cenas que não são comuns no Carnaval. O presidente perdeu uma boa oportunidade de ficar calado.(C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O mais incrível é que os defensores de Bolsonaro alegam que as cenas exibidas são comuns no Carnaval. Isso não é verdade. Jamais foram mostradas cenas semelhantes. E a exibição obscena ocorreu no bloco intitulado “Blocu”, do qual jamais se ouvira falar. A verdade é que Bolsonaro divulgou cenas que não são comuns no Carnaval. O presidente perdeu uma boa oportunidade de ficar calado.(C.N.)