Daniela LimaFolha/Painel
Aqui se faz, aqui se paga. A bancada evangélica, representante de segmento que teve forte influência na eleição de Jair Bolsonaro, ensaia um protesto público contra atos do presidente. Integrantes do grupo afirmam que o inquilino do Planalto vem se distanciando dos compromissos que firmou e de “valores que o elegeram”. O pano de fundo é a demissão de quadros ligados à frente religiosa sem prévia comunicação. Haverá reunião nesta quarta-feira (dia 13). Um boicote à tramitação da nova Previdência está na pauta.
A bancada evangélica atribui o afastamento de Bolsonaro aos militares. O grupo se irmana às críticas do escritor Olavo de Carvalho contra integrantes das Forças e diz que os fardados isolam o presidente de sua base social.
INTOLERÂNCIA – Uma ala da frente evangélica diz ainda que há intolerância religiosa entre os militares, mas a queixa não é endossada por todos. A reivindicação comum é por diálogo. A queda de Pablo Antônio Tatim de uma secretaria da Casa Civil, por exemplo, foi mal digerida. Ele foi indicado pelo grupo.
“O governo continua errando quando toma decisões unilaterais sem consultar a bancada”, diz o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos líderes da frente.
Os evangélicos também pretendem cobrar Bolsonaro de promessas como a mudança da Embaixada de Israel para Jerusalém – ideia criticada pelo vice, general Hamilton Mourão.
OUTROS RACHAS – A insatisfação dos religiosos vem à tona no momento em que o presidente já enfrenta outros rachas em sua base ideológica. O ministro Ricardo Vélez (Educação) foi ao Planalto nesta segunda (11) para conter a pressão que havia para reverter a exoneração de discípulos de Carvalho.
A certeza de que o ministro não teria força para barrar o reingresso de olavistas era tão grande entre os alunos do guru que dois deles seguiram articulando trocas na pasta, mesmo após o anúncio de sua saída, inclusive com o uso dos números funcionais.
Vélez conseguiu convencer Bolsonaro a manter seu plano, mas está fragilizado. A área técnica, que ganhou força após o expurgo dos olavistas, corre agora para fazer a máquina da pasta girar.
PAGO PARA VER – A animação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a reforma da Previdência, não contagiou os líderes das principais bancadas da Casa. Eles dizem que, embora a conversa de Maia com Bolsonaro no fim de semana tenha sido boa, vão esperar para ver se “palavras viram atos”.
Desafinados Jandira Feghali (PC do B-RJ), líder da minoria, chamou partidos que não apoiam o presidente para reunião na manhã de quarta-feira (13). Tema: reforma da Previdência. Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição, fez o mesmo, só que o chamado é para esta terça-feira (12), às 18h.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, todos querem mandar em Bolsonaro, Todavia, como diz a Bíblia, “muitos são chamados, mas poucos, escolhidos!” (Mateus 22:14). (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, todos querem mandar em Bolsonaro, Todavia, como diz a Bíblia, “muitos são chamados, mas poucos, escolhidos!” (Mateus 22:14). (C.N.)