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segunda-feira, março 07, 2011

Regra do salário mínimo deve valer para todos os vencimentos

Pedro do Coutto

Foi publicada no Diário Oficial de 28 de fevereiro, sancionada sem vetos pela presidente Dilma Rousseff, a lei que estabeleceu o salário mínimo de 545 reais para este ano e manteve o atual sistema de aumentos anuais até o exercício de 2015. Está bom, é um modo lógico e positivo de recuperar a defasagem encontrada ainda existente e que teve origem nos períodos que antecederam o governo Lula.

A forma fixada baseia-se no resultado do PIB verificado dois anos antes e mais a inflação registrada pelo IBGE no ano imediatamente anterior. Para o atual exercício ficou assim estabelecido um percentual de 6%. O PIB de 2009 registrou 0,2 pontos. Apenas.
Para 2012, haverá uma descompressão e um avanço do mínimo em relação à taxa inflacionária. O PIB de 2010 acusa uma evolução de 7%. A inflação de 2011 vai oscilar entre 6 e 7 pontos. Assim, daqui a um ano, o salário mínimo terá de receber um acréscimo de 13 a 14%.

A entrada do PIB no cálculo é um avanço. Sem dúvida. O PIB reflete o ritmo de desenvolvimento econômico do país. Mas – aí é que está – não deve ficar restrito à base salarial. Mas ser extensivo a todos os níveis de vencimentos. Afinal de contas, a inflação sobe para todos e também todos contribuem, em suas faixas de atividade, para o processo de desenvolvimento econômico. Não há razão para incluir os 27% que ganham o piso e excluir os 83% da mão de obra ativa cuja remuneração espalha-se pelas diversas outras categorias.
Isso de um lado.

De outro, por uma razão lógica. Se, através do tempo, o mínimo receber uma correção superior à utilizada para os demais salários, em determinado instante todos os trabalhadores e servidores públicos estarão englobados no piso. O que não faz o menor sentido.
A desigualdade significa um desestímulo ao maior esforço, à formação mais completa, a maior capacidade de execução e complexidade do próprio trabalho. E, como disse há pouco, todos contribuem dentro de seus limites para o avanço do PIB. Que resulta na maior renda per capita, já que esta é o resultado da divisão do PIB pelo número de habitantes.

E neste ponto entra um outro aspecto: o Produto Bruto pode crescer e não acarretar melhora na distribuição de renda. Esta – não adianta supor o contrário – somente pode ser alcançada através do salário. Isso porque o salário é o único instrumento possível de, no caso brasileiro, desconcentrar a renda nacional e redistribuí-la em condições socialmente justas.
CASO DOS TERCEIRIZADOS

Um outro assunto, mas que também se refere ao trabalho humano. O diretor do Departamento de Coordenação das Empresas Estatais, Sérgio Silva, através do site Mediacon News, revelou, edição de 2 de março, que o governo está preparando um projeto de lei ou decreto para regulamentar a presença da mão de obra terceirizada nas empresas estatais. O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, apresentou um relatório sobre a questão. Somente a Petrobrás possui 291 mil empregados terceirizados, dentre os quais 143 mil prestadores de serviços. A Petrobrás apresentou suas explicações. São convincentes. Não se pode fazer concursos públicos para contratar tal número de empregados. Não haveria tempo, não seria possível. Entretanto não é apenas a Petrobrás que possui terceirizados. Possuem também o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, os Correios, a Eletrobrás, o Banco do Nordeste do Brasil, Furnas. Esta última a
que tem menos. Sérgio Silva tem razão: não se pode demitir mais de 400 mil pessoas, impossível substituí-las. Daí a necessidade de um estatuto próprio para o setor que respeite os direitos trabalhistas e assegure a continuidade plena dos trabalhos. Interessa ao Brasil.
Fonte: Tribuna dsa Imprensa

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