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sexta-feira, maio 08, 2009

Preço do pão pode variar em até 133% na capital baiana

Perla Ribeiro Redação CORREIO Fotos: Marina Silva
Da mercearia que comercializa o pão francês em locais improvisados a delicatessens de luxo, na capital baiana, a diferença no preço praticado pelo quilo do produto pode chegar a 133%. O CORREIO pesquisou o valor cobrado pelo quilo do pão francês em mais de dez estabelecimentos e constatou que a variação vai de R$3,99 a R$9,30. Com o mesmo valor que as famílias mais abastadas levam para casa sete pães, a população de baixa renda consegue adquirir 24 unidades.Teoricamente, os ingredientes são os mesmos, mas, de acordo com o primeiro secretário da Associação de Proprietários de Padarias, José Luiz da Silva Varela Lopes, são os custos operacionais que vão definir o valor final do produto. “Um estabelecimento na Pituba ou na Barra temcustos mais altos do que em uma área periférica. É impossível vender pelos mesmos preços”, justifica Varela. Ou seja, ao consumidor que preza pela economia, vai uma dica: quanto menos nobre o bairro e mais simples o estabelecimento, maiores são as chances de encontrar o produto com custos mais baixos. Enquanto em bairros como Pituba, Barra e Graça, o valor cobrado pelo quilo varia de R$6 a pouco mais de R$9, em localidades como Vale da Muriçoca, Pernambués e Nordeste de Amaralina, pode ser encontrado por R$3,99 a R$4,99. Detalhe, mesmo havendo uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) determinando que a venda deva ser a quilo, há muitos estabelecimentos que comercializam a unidade. UnidadeSeguindo a mesma lógica do quilo, o valor cobrado pela unidade varia de acordo com a localização dos estabelecimentos, podendo variar de cinco a dez por R$1. Empregado do mercado informal, o biscateiro Ruy Conceição, 43 anos, temrenda mensal de R$400. Só com pão ele gasta R$4 por dia, o que representa uma despesa mensal de R$120. “São R$2 de manhã e mais R$2 à tarde. Sobra um pouco, mas fica para o lanche”, conta Ruy, que é cliente do Barateiro, noVale das Muriçocas,onde oito pães são vendidos por R$1. Embora o estabelecimento adote o comércio da unidade há um cartaz anunciando o quilo a R$4,50 e uma balança eletrônica desligada. Comparado às áreas nobres da cidade, o preço é baixo. Mas, pertinho dali há um forte concorrente. No Frios e Mercado Econômico, o consumidor compra nove pães por R$1.“Praticamente não tenho lucro com o pão. Mas quem vem comprar nunca leva só ele”, alega o proprietário Daniel Lima Santiago, revelando que o produto é o chamariz para outras vendas. Segundo o representante da Associação de Proprietários de Panificadoras, embora o decreto do Inmetro determine a venda do pão francês a quilo, ele não exclui a possibilidade do comércio da unidade, apenas exige que ela tenha 50g. “Mas ainda tem muita gente que coloca 30g, 40g”, denuncia, alertando que o consumidor deve estar atento ao local onde está sendo produzido o pão e se o estabelecimento possui alvará de funcionamento. Qualidade Na hora da escolha do local onde comprar pão, o que pesounadecisãodo engenheiro José EmílioChauí, 60 anos, foi a qualidade. Por isso, diariamente, ele desembolsa R$ 7,25 por 12 pães da Perini, onde o preço do quilo é de R$9,30. “Sei que há locais mais baratos, mas o pão daqui é delicioso.A massa é diferente, o tigo é de boa qualidade', aponta o engenheiro que, por mês, gasta um poucop mais da metade do salário mínimo com pão. Produto mais caro Para quem considera que os preços do pão já são bastante salgados, uma péssima notícia: o produto deve ficar mais caro a partir do próximo mês. Como o custo da farinha de trigojá foi reajustado, aspanificadoras deverão passar a diferença para o consumidor tão logo tenham que renovar seus estoques. Apesar do aumento ser certo, o primeiro secretário da Associação de Proprietários de Panificadoras da Bahia, José Luiz da Silva Varela Lopes, diz não ter como precisar o percentual, mas adianta que não será expressivo. “Hoje, para as panificadoras, o percentual da farinha de trigo é muito menor do que o de outros insumos. A mão-de-obra, os custos operacionais, os impostos, tudo isso pesa muito mais”, informou o representante da associação. O aumento da farinha é atribuído à quebra da produção do trigo argentino, de onde o Brasil importa 80% do consumo nacional. “A queda já vinha desde o ano passado e esse ano a produção já caiu em 45%. Coma escassez, os mercados americano e canadense têm sido as alternativas, mas o produto vindo de lá tem um custo bem maior”, explica. O problema é que, além de ter preço mais alto, o trigo destes países também tem frete maior. E, enquanto uma importação do produto argentino chega ao Brasil em menos de uma semana, a dos EUA demora pelo menos 40 dias. De acordo com a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Nádia Vieira, os últimos aumentos do pão estão diretamente relacionados à redução da produção do trigo argentino. “O Brasil importa muito trigo, principalmente o argentino. Com a crise no país vizinho, passou a buscar o produto no Canadá e Estados Unidos, onde ele é bem mais caro”, informa a economista. Dados do Dieese apontam que, de janeiro de 2007 a abril de 2008, o produto teve um aumento de 29,77%. No período, o quilo do pão saltou de R$ 3,90 para R$5,10.

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