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sexta-feira, maio 15, 2009

Ex-coronel Santana é suspeito de lavar R$ 1 milhão com gado


Flávio Costa e Deodato Alcântara, do A TARDE

Arestides Baptista/Agência A TARDE

Vivaldo Amaral, responsável pela defesa do Cel. Santana e de sua sobrinha, chega à sede do COE

O flagrante da movimentação próxima de R$ 1 milhão por ano, transitando por uma de suas contas correntes na suposta compra de gado para abate, tornou o ex-comandante-geral da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), coronel da reserva Antônio Jorge Ribeiro de Santana, 56 anos, o primeiro oficial militar suspeito de lavagem de dinheiro na Bahia.
O caso veio à tona com o desdobramento da Operação Nêmesis – deflagrada em 5 de março –, com o cumprimento, na quinta-feira, 14, de seis mandados de busca e apreensão em residências e endereços comerciais de uma sobrinha do militar e de outros dois homens suspeitos de envolvimento no suposto crime.
A sobrinha dele, Miriam Nanci Santana Ferreira, 39 anos, empresária do ramo de açougues; o fazendeiro Zuldário Ribeiro de Oliveira; e o açougueiro João Francisco dos Santos, 50, que teria participação nos negócios de Nanci, prestaram depoimentos na sede do Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (COE), após uma espécie de convite. Eles foram surpreendidos por volta das 6h, com o cumprimento dos mandados, em Candeias (Grande Salvador), e Feira de Santana (109 km da capital).
Zuldário chegou a ser detido em flagrante por possuir duas armas ilegais (das quatro encontradas em seus endereços), mas livrou-se da prisão pagando fiança. Os três foram liberados. A TARDE não conseguiu o teor das declarações de Zuldário e Francisco. Quanto a Nanci, ela alegou que a movimentação financeira do tio tratava-se de cheques emprestados a ela, uma vez que ela somente teria aberto conta bancária depois que Santana foi preso, há dois meses, suspeito de participação em esquema de fraudes em licitações. Nanci teria dito, ainda, segundo fonte ligada ao caso, que o coronel tornou-se uma espécie de tutor dela depois que seu pai morreu, deixando como herança quatro fazendas e “alguns outros imóveis”. Por isso, quando ela decidiu passar a negociar com abate e venda de gado bovino, teria pedido a ele para emprestar os cheques para pagar o fornecedor. “Mesmo com a movimentação vultosa na conta corrente, os valores teriam sido esquecidos nas declarações de renda do oficial”, confirmou o advogado Vivaldo Amaral, que faz a defesa do coronel e sua sobrinha. Lavagem – O coronel Santana vai prestar novo depoimento no inquérito da Nêmesis, que teve início com as acusações de fraude em licitações da Polícia Militar, por meio do superfaturamento mediante propina de várias compras da corporação, em especial a negociação de 191 viaturas para a PM, que custaram cerca de R$ 32,3 milhões. Na ocasião em que a operação foi deflagrada pela primeira vez, em 5 de março, além de Santana, foram presos os também coronéis Jorge Silva Ramos e Sérgio Barbosa, além de um tenente, um procurador do Estado e outros sete falsos empresários. A suspeita no caso da lavagem de dinheiro foi levantada com a análise dos documentos apreendidos durante a primeira fase da operação, entre março e a última semana, segundo o promotor de Justiça Marco Chaves, da 1ª Vara Criminal (especializada onde os mandados foram expedidos e assinados pela juíza substituta Marivalda Moitinho). De acordo com ele, poderá será aberto pela primeira vez na Bahia um processo criminal de lavagem de dinheiro contra um oficial de alta patente da PM. “Não há registro de caso como este contra militar nas duas varas criminais especializadas”, declarou. Representante do MP no caso desde o começo, Chaves disse que a conclusão do inquérito da Nêmesis, já prorrogada, deve em 5 de junho.
Fonte: A Tarde

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