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terça-feira, maio 29, 2007

Após Operação Navalha, PF investiga empresários da área da segurança da BA

LUIZ FRANCISCOda Agência Folha, em Salvador
Em meio às prisões de empreiteiros, políticos e lobistas envolvidos com a Operação Navalha, a Polícia Federal voltou a investigar oito empresários da área de segurança na Bahia que atuariam nos mesmos moldes da Gautama para fraudar licitações públicas realizadas pelo governo. A construtora Gautama é comandada pelo empresário Zuleido Veras, acusado de corromper políticos para vencer licitações.
Batizada de Octopus (polvo, em inglês), a operação foi congelada em junho de 2005, depois que dirigentes da PF teriam vazado as informações. Um dos alvos da investigação era João Batista Paiva Santana, ex-superintendente da Polícia Federal no Ceará.
De acordo com relatório da inteligência da corporação, ele foi avisado pelo diretor-executivo da instituição Zulmar Pimentel, segundo na hierarquia da PF, de que estaria sendo investigado. Anteriormente, Pimentel negou a acusação.
No último dia 10, uma semana antes das prisões efetuadas pela Operação Navalha, a Octopus foi retomada. O inquérito revela que os empresários teriam recebido quase R$ 39 milhões provenientes de licitações fraudulentas nos últimos cinco anos.
O grupo, segundo a Polícia Federal, começava suas fraudes antes das licitações. Com a ajuda de servidores públicos, as empresas obtinham as certidões negativas necessárias para disputar os contratos. Em seguida, uma empresa apresentava o "preço justo" --as outras colocavam valores acima da média de mercado. Em outras licitações, havia o revezamento de empresas.
Depois da assinatura do contrato, a empresa vencedora alegava desequilíbrio financeiro e era beneficiada com os aditivos. Levantamento feito pelo Ministério Público revela que os empresários não recolhiam as parcelas patronais e empregatícias ao INSS e não depositavam os valores relativos ao FGTS dos funcionários.
Internamente, a PF abriu uma sindicância para apurar o vazamento das informações sobre a Octopus. Com o "congelamento" da operação, os agentes federais utilizaram algumas informações para deflagrar a Operação Navalha.

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