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quarta-feira, maio 16, 2007

Radicalismo do PT impediu aliança com PSDB em 1994

BRASÍLIA - A aliança entre o PSDB e o PT para a eleição presidencial de 1994 só não se viabilizou por causa do radicalismo do PT, afirmou o presidente tucano, senador Tasso Jereissati (CE), que seria o candidato a vice-presidente na chapa do petista Luiz Inácio Lula da Silva se tudo tivesse dado certo.
Ontem, em entrevista coletiva, Lula lembrou o fato e as sucessivas conversas que líderes políticos dos dois partidos fizeram na tentativa de concretizar um acordo eleitoral. "Ele só errou a data", disse o senador, revelando que os sucessivos encontros, até semanais, que mantivera com Lula ocorreram em 1992. PSDB e PT estavam afinados na CPI que investigou as denúncias de corrupção do governo Collor.
"Começou a nascer a possibilidade de uma aliança dada a essa proximidade. Esse acordo eleitoral era natural já que estávamos trabalhando juntos na CPI. Começamos a perceber que tínhamos pontos em comum", revelou Tasso, que recentemente foi recebido em audiência por Lula.
Ontem, o presidente Lula citou o nome do senador ao mencionar que tem amigos no PSDB. Outros parlamentares do PSDB confirmaram que o nome cogitado para vice de Lula era Tasso, uma liderança em ascensão no Nordeste que ocupava a presidência do partido.
No entanto, a aliança entre tucanos e petistas não vingou por conta da posição radical do PT. Inicialmente os petistas se recusaram a participar do governo Itamar Franco, após o afastamento de Collor. A petista Luiza Erundina saiu do partido para participar do ministério.
No cargo de ministro da Fazenda, o nome do tucano Fernando Henrique Cardoso começou a crescer. Ao mesmo tempo em que o PT se afastava do PSDB, o PFL, ao perceber que o Plano Real iria fortalecer o ministro, acertou a aliança com os tucanos.
O PT, por sua vez, liderou a campanha contra o Plano Real, lançado em 7 de dezembro de 1993. Mesmo entre os economistas e técnicos que formularam o programa econômico havia dúvidas sobre as condições políticas para a sua implantação. Uma reunião que varou a madrugada, realizada em Brasília, decidiu pelo lançamento do Plano Real.
Naquele momento, lembrou Tasso Jereissati, ficou claro que se o programa de estabilização desse certo, Fernando Henrique seria o candidato natural ao Planalto. "Jogamos o destino do PSDB naquele programa. E o PT virou oposição", enfatizou o senador.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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