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sábado, junho 08, 2024

Se você quer escrever sobre política, tome muito cuidado com os processos judiciais


Chico, Caetano: que brasileiros fazem letras literárias? | VEJA

Chico e Caetano são mestres em pedidos de indenização

Carlos Newton

Trabalhar com as palavras, como jornalista de política, torna-se muito arriscado quando você se dedica à busca da verdade, que é extremamente ardilosa e se oculta sob os mais diferentes disfarces. Queira ou não, o jornalista está destinado a fazer amigos e inimigos, que podem apoiá-lo ou tentar destruí-lo. O risco maior é se deixar conduzir pela vaidade, que é um perigo, porque qualquer exagero pode afetar sua carreira e sua conta bancária, no pagamento de direitos por calúnia, injúria e difamação.

Há pessoas que são mestres em exigir pagamento quando se sentem ofendidas, não importa se o jornalista está defendendo o que é certo.

CHICO E CAETANO – Posso citar Chico Buarque e Caetano Veloso, dois astros que conheço pessoalmente, mas não chegamos a fazer amizade, apesar de minha admiração e curiosidade sobre os dois.

Com toda certeza, é um perigo escrever sobre Chico ou Caetano, que têm larga experiência em processar jornalistas e desafetos. No momento, Chico está vencendo processos contra J.R.Guzzo (R$ 42,3 mil), e os irmãos Eduardo e Flávio Bolsonaro (R$ 48 mil).

E Caetano recentemente condenou Olavo Monteiro de Carvalho (R$ 2,9 milhões) e agora está processando a empresa Osklen por homenagear a Tropicália na nova coleção de roupas, sem pagar nada a ele.

CARDUME DE PIRANHAS – Guzzo foi denunciado por causa do artigo “Amigos de Lula atacam o erário com a voracidade de um cardume de piranhas”. No texto, o jornalista nem cita nominalmente a advogada Clara Poner. Apenas menciona que “a mulher do compositor Chico Buarque tinha sido indicada para trabalhar no BNDES”.

Guzzo não está errado, porque a advogada foi contratada realmente por ser mulher de Chico, amigo íntimo de Lula. A tietagem do PT é tamanha que, ao tomar posse, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, se orgulhou de citar no discurso a presença do compositor, de “óculos escuros”.

Para a mulher de Chico, o salário compensa (um dos mais elevados do serviço público) e há pouco que fazer como assessora internacional, porque o BNDES tem uma diretoria específica, com equipe altamente especializada.

É COISA DE JANJA – Chico jamais pediu nada para si e sempre ajudou Lula, que faz o que pode para retribuir, dando o nome de Maria Amélia Buarque de Holanda à mais moderna maternidade federal do Rio, ou nomeando para o Ministério uma das irmãs Buarque de Holanda, na gestão Dilma 1.

O emprego para a mulher dele no BNDES foi coisa de Janja e Lula, por isso Guzzo despertou a ira do compositor. E o pior é que a própria mulher de Chico reclamou que havia pouco a fazer no BNDES. Por isso, Lula a nomeou para atuar também na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, órgão que analisa denúncias contra servidores do governo, como em casos de conflito de interesses. O mandato é de três anos, sem remuneração. E assim ficou tudo resolvido, à moda petista.

Quanto a Caetano, certa vez escrevi na “Ultima Hora” um artigo esculhambando um show dele no Rio. O título era “Vai trabalhar, Caetano”. Mas ele não conseguiu me processar, porque seu empresário Guilherme Araújo telefonou ao jornal, para me agradecer: “Você escreveu tudo o que eu tenho dito a ele”.

Lira resgata projeto que proíbe delação premiada, que Centrão e PL querem votar

Publicado em 8 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Proposta poderia beneficiar extrema-direita, alvo de investigações

Pedro do Coutto

O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira, decidiu pautar um requerimento de urgência para um projeto que proíbe a validação de delações premiadas fechadas com presos e criminaliza a divulgação do conteúdo dos depoimentos. A proposta foi apresentada em 2016, na esteira da Lava Jato, pelo então deputado do PT Wadih Damous.

À época, o governo da presidente Dilma Rousseff enfrentava a abertura de um processo de impeachment e o avanço da operação, comandada pelo ex-juiz Sergio Moro. O projeto foi protocolado semanas antes da divulgação da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral, que provocou um terremoto político em Brasília. Se na ocasião a intenção era proibir que réus presos da Lava Jato delatassem para obter benefícios e evitar a divulgação de conteúdo atingindo o governo do PT, atualmente o cenário aponta para outro plano.

RETROATIVIDADE – Com grandes nomes da extrema-direita envolvidos em atos golpistas e episódios que resvalam no ex-presidente Jair Bolsonaro, o projeto pode beneficiar a ala ideologicamente oposta ao evitar que prisões possam ser usadas como instrumento de pressão psicológica para obter confissões. Além disso, não está claro se o texto pode ou não retroagir para anular delações premiadas já validadas, como a do ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que atinge diretamente o ex-presidente.

Ao desengavetar o projeto, Arthur Lira criou uma nova confusão que pode levar a contradições bem amplas. O PL e o Centrão, de acordo com reportagem publicada no O Globo de ontem, se uniram para aprovar tal projeto que poderia beneficiar Bolsonaro, uma vez que pesa contra ele uma nuvem de acusações que levaram a que se tornasse inelegível. Caso aprovada a matéria, a retroatividade poderia, eventualmente, reabilitá-lo eleitoralmente.

PRESSÃO – Não é fácil tal trajetória, mas ela tornou-se possível pela iniciativa de Lira.  A união do PL e do Centrão foi uma forma de ameaçar o governo Lula que teria que enfrentar uma nova frente de obstáculos. Coisas da política. É por isso que em matéria de legislação todo cuidado é pouco, pois a aprovação de uma matéria pode gerar um efeito em sequência.

Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal fechou um acordo com big techs para combater a desinformação nas redes sociais da internet. Trata-se de uma medida positiva, mas que terá que ser desenvolvida com extrema atenção, pois é preciso distinguir o que é uma opinião, mesmo errada, e a intenção proposital de desinformar e tumultuar o comportamento de um grande número de pessoas.

A desinformação é um veneno injetado no processo político e social, atingindo os mais diversos setores, criando as mais diversas contradições no quadro brasileiro, sobretudo agora com a inteligência artificial, permitindo, se não bem utilizada, uma confusão ainda maior na comunicação.  

sexta-feira, junho 07, 2024

Financial Times mostra como Toffoli ajudou a desmantelar a Lava Jato

Publicado em 7 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Ministro Dias Toffoli

Toffoli segue exemplo de Moraes e está ficando famoso

Mateus Salomão
Metrópoles

O jornal inglês Financial Times publicou reportagem em que repercute decisões do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atingiram a Operação Lava Jato. A publicação escreve que a atuação do magistrado tem gerado repercussão ao ajudar a “desmantelar” o legado da operação de combate à corrupção no país.

Para a publicação, episódios como reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, mostram como o legado da Lava Jato tem sido apagado após o regresso do petista à presidência.

CORRUPÇÃO GENERALIZADA – “A investigação de uma década a respeito do pagamento de propina revelou corrupção generalizada envolvendo dezenas de políticos e empresários durante um período em que o partido de Lula estava no poder”, descreve a reportagem.

O Financial Times cita que muitas das decisões para deslegitimar os resultados da investigação estiveram nas mãos de Toffoli. Recentemente, o ministro anulou todas as condenações da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) contra Marcelo Bahia Odebrecht no âmbito da Lava Jato.

“Nos últimos seis meses, Toffoli também suspendeu multas multimilionárias por corrupção cobradas em um acordo da Odebrecht — agora rebatizada como Novonor — e a J&F, a holding dos irmãos Batista com o Ministério Público Federal “, contextualizou.

TOFFOLI SE DEFENDE – À publicação, o gabinete de Toffoli afirmou que as decisões seguem precedentes estabelecidos pela Suprema Corte em 2022 e são “baseados na Constituição e nas leis do país”, além de afirmar que as multas suspensas estão atualmente em renegociação.

A Operação Lava Jato, segundo o jornal, foi aplaudida por combater uma cultura de “impunidade profundamente arraigada entre os ricos e poderosos do Brasil”, mas revelações posteriores de conluio entre juízes e procuradores alimentaram alegações “de que se tratava de uma caça às bruxas com motivação política”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Toffoli resolveu seguir o exemplo de Alexandre de Moraes e também está se tornando famoso no exterior. Mas o vento está virando e o posicionamento do procurador-geral Paulo Gonet, que recorreu contra a decisão de Toffoli a favor da Odebrecht, é um bom motivo para o ministro aumentar a dose noturna de Lexotan. Na vida, tudo tem limites, mas o Supremo está extrapolando todos eles, para destruir a Lava Jato. Essa bagaça não vai dar cento, como dizia o Delcio Lima(C.N.)

Programa AvançaJere: Um Palco de Mentiras, Fake News e Ataques à Democracia

Programa AvançaJere: Um Palco de Mentiras, Fake News e Ataques à Democracia

O programa AvançaJere, pago com dinheiro público e transmitido pela Rádio Jeremoabo FM, se tornou um púlpito de desinformação, ataques pessoais e desrespeito às instituições. Em vez de informar a população de forma honesta e transparente, o programa se dedica a:

  • Espalhar mentiras e Fake News: Na semana passada, o programa chamou os vereadores de mentirosos e, nesta semana, envolveu até o o juiz que concedeu uma liminar, distorcendo suas palavras para se encaixar na narrativa falsa do programa.
  • Pergunto ao radialista onde nos autos consta que o Juiz falou nos autos  que está tudo certo, e pode continuar?
  • Desmoralizar autoridades e órgãos públicos: O programa ataca indiscriminadamente vereadores,  e até mesmo o SINPROJER, que luta contra as fraudes no concurso público.
  • Incitar o ódio e a divisão: O programa tenta jogar a população contra aqueles que defendem a moralidade pública e combatem as irregularidades, utilizando palavras chulas e ofensivas.
  • Cometer atos ilícitos: O programa compara o concurso público atual com concursos de governos anteriores, o que é proibido por lei.
  • Induzir ao clientelismo: Sem citar nomes, o programa insinua que os vereadores que defendem a moralidade pública estão praticando clientelismo.
  • Desqualificar quem defende a verdade: O programa chama quem defende a moralidade pública de "desocupados", diminuindo a importância da luta pela justiça e pela transparência.

O AvançaJere não é um programa de informação, é um instrumento de manipulação e ataque à democracia. É inadmissível que o dinheiro público seja usado para financiar um programa que propaga mentiras, desrespeita as instituições e tenta silenciar aqueles que lutam pela verdade.

A população de Jeremoabo merece um programa de rádio sério, honesto e comprometido com a verdade. É preciso que as autoridades tomem medidas para que o AvançaJere deixe de ser um palanque de mentiras e se torne um espaço para o debate democrático e a informação de qualidade.

#ChegaDeFakeNews #BastaDeAtaques #DefendamosADemocracia #JeremoaboMereceMais

Por mais avançada que seja a mídia, não há nada melhor do que um velho jornal

Publicado em 7 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Banca de jornal no Largo do Machado, em maio de 2022

Os jornais e as revistas documentam a história no dia-a-dia

Washington Olivetto
O Globo

Nos últimos anos, com o crescimento da mídia digital, muitas bancas de jornal encolheram ou simplesmente desapareceram. No Rio de Janeiro e em São Paulo, são poucas as que sobreviveram, como a Piauí, no Leblon, e a Groenlândia, no Jardim América. O mesmo aconteceu noutras cidades do mundo. Sumiram várias bancas das Ramblas de Barcelona e de Saint-Germain-des-Prés, em Paris.

Outro dia, o dono de uma das bancas sobreviventes de Saint-Germain teve uma ideia que, se não faz fortuna, pelo menos faz barulho. Está vendendo, por encomenda, jornais do dia e do ano, ou só do dia, ou só do ano em que o cliente nasceu. Vende encalhes, mas a pedido.

UMA PESQUISA – Esse fato me despertou curiosidade. Resolvi pesquisar os dias e os anos em que nasceram algumas pessoas, começando comigo mesmo. Nasci no dia 29 de setembro de 1951, dia em que nasceu também a política e médica chilena Michelle Bachelet.

Noutros 29 de setembro nasceram o cineasta Michelangelo Antonioni, o primeiro medalhista olímpico brasileiro, Ademar Ferreira da Silva, e o empresário e político italiano Silvio Berlusconi. Morreram o pintor Roy Lichtenstein e a genial Hebe Camargo. Foi também o dia em que estourou a crise econômica de 2008.

O boleiro Vini Jr., jovem craque do Real Madrid e grande combatente da campanha antirracismo, nasceu no dia 12 de julho de 2000. Também num 12 de julho nasceu o sambista Almir Guineto, morreu o técnico João Saldanha, e o filme “E.T.” bateu o recorde mundial de bilheteria, faturando US$ 100 milhões em um mês.

ANITTA E CLEPTON – Por falar em bilheteria e faturamento, a jovem cantora Anitta nasceu no dia 30 de março de 1993. Noutros 30 de março nasceram o astro do cinema Warren Beatty, o diretor de teatro Zé Celso Martinez Corrêa e o guitarrista Eric Clapton. Também em diferentes 30 de março morreram o designer Beau Brummell e o humorista Ankito, e o presidente americano Ronald Reagan sofreu um atentado à bala. Reagan escapou, Sebastião Salgado fotografou e se consagrou a partir daquele instante.

Saindo da Presidência americana para a brasileira, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nasceu em 22 de março de 1982, no mesmo dia em que nasceu o futebolista ítalo-brasileiro Inácio Piá. É também o dia da morte do pianista e compositor Bebo Valdés, percursor do jazz latino, e a triste data em que a Alemanha abriu seu primeiro campo de concentração nazista.

JANJA E DOM HELDER – A atual primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, nasceu em 27 de agosto de 1966, no mesmo dia em que nasceu o goleiro malabarista colombiano René Higuita. Esse é também o dia de nascimento de Edinho, filho do Pelé, da morte de Dom Hélder Câmara, e a data em que foi publicada a primeira edição do Guinness Book of Records.

Depois de duas mulheres opostas como Michelle e Janja, vamos a dois homens opostos. O aventureiro Elon Musk, dono do X e da Tesla, nasceu no dia 28 de junho de 1971, no mesmo dia em que o francês Fabien Barthez. Noutros 28 de junho nasceram o compositor Raul Seixas e a atriz Grazi Massafera, e morreu o pintor Jean-Baptiste Debret. É o dia em que foi assinada a Lei do Divórcio no Brasil.

MORAES E MENGÃO – O justiceiro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, nasceu em 13 de dezembro de 1968, dia em que nasceram também o rei do baião Luiz Gonzaga, o escritor angolano José Eduardo Agualusa e em que o Flamengo derrotou o Liverpool em Tóquio, em 1981, conquistando o Mundial Interclubes.

Lendo e relendo minhas pesquisas, cheguei à conclusão de que não cheguei a conclusão alguma. Não existe correlação importante entre as datas e os fatos descobertos.

O que aprendi são coisas que já sabia. A primeira é que, com a tecnologia digital, ficou mais fácil e mais rápido descobrir qualquer coisa. A segunda é que, por mais avançada que seja a tecnologia, não existe nada melhor para documentar um fato importante que o papel impresso. Essa é a aposta do jornaleiro parisiense. Faço votos de que ganhe algum dinheiro com ela. Até porque os tempos não andam nada fáceis para os analógicos como ele.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como sempre, a crônica de Olivetto é divina, como as escritas por Joaquim Ferreira dos Santos, que o publicitário tanto admira, ou por Arthur Dapieve e também Arnaldo Bloch, que o Globo fez a burrice de não publicar mais. Como dizia François Rabelais, 500 anos atrás, a ignorância é a mãe de todos os males(C.N.)


Use filtro solar, óculos e boné para suportar a PEC que privatiza praias

Publicado em 7 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Gilmar Fraga: propriedade particular... | GZH

Charge do Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Vicente Limongi Netto

Estou pronto e radiante para ir ao Senado, acompanhar os debates da PEC das Praias. Vou com bermuda nova, com as cores do fluminense, chinelo de dedo, filtro solar, óculos escuros e boné de aposentado. Na entrada do plenário, peço ao segurança um guarda-sol.

Alguns senadores vão querer usar meu filtro solar. Só empresto para a senadora Leila Barros. Para cuidar da pele bonita e para o senador Esperidião Amin, proteger a famosa careca.

PRAIAS DE SATANÁS – Passarei pelo carrinho do bigodudo senador Chico Rodrigues, vendendo mate gelado. Mais à frente, barraca de lona azul. Com mesas e cadeiras. Coisa de senador abonado. Vendendo carne de sol, caldo e cana e distribuindo santinhos de Chico Xavier, o cearense boquirroto, Eduardo Girão. Berra e xinga o vento, chamando a PEC das Praias de Satanás.

O trio do Amazonas, Omar Aziz, Eduardo Braga e Plinio Valério, armou barraca saudando o Festival de Parintins e oferecendo aos presentes sanduiches de tucumã e tigelas de açaí.

Ao lado, o ambulante Jorge Kajuru vende biscoitos de polvilho e picolé de diversos sabores. A senadora e ex-ministra da agricultura, Tereza Cristina, montou barraca com frutas e verduras. Garante que não tem agrotóxicos.

SALVA-VIDAS – Escadas e binóculos para os salva-vidas, Humberto Costa, Jader Barbalho e Renan Calheiros. Bandeirinhas vermelhas indicam mar agitado no plenário. Algumas senadoras e senadores não sabem nadar.

O vice-presidente Veneziano do Rêgo mandou buscar coletes de salva-vidas.  Rodrigo Pacheco solicitou a operosa diretora-geral da Casa, Iana Trombka, uma ambulância de prontidão. Com tubo de oxigênio.

A excrescência PEC das Praias foi aprovada na Câmara dos deputados em fevereiro de 2022, com apoio amplo de partidos de direita e centro-direita e votos, também, de deputados do PCdoB, PT e PSB. Falta o Senado confirmar essa emenda que parece vir do esgoto e não do mar.

No TSE, Moraes atropelou o Congresso e criou leis contra fake news, inclusive censura

Publicado em 7 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Charge do Kleber Sales (Correio Braziliense)

Bruna Aragão
Poder360

Com uma gestão marcada por controvérsias com as duas casas do Congresso, com resoluções centralizadoras e protagonismo forçado, o ministro Alexandre de Moraes deixou a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na segunda-feira (dia 4), ao completar seu biênio (2 anos) na Corte e passar o cargo para a ministra Cármen Lúcia.

Os poderes inconstitucionais de Moraes começaram no início de sua gestão, quando o TSE aprovou, em 20 de outubro de 2022, resolução que permitia à Corte mandar excluir ‘de ofício’ conteúdos das redes sociais, ou seja, sem a necessidade de iniciativa externa – queixa ou decisão judicial.

PODER DE POLÍCIA – A regra permitiu ao tribunal remover publicações consideradas falsas ou descontextualizadas sobre o processo eleitoral, com poderes semelhantes aos de polícia.

Parte da sua atuação no combate à desinformação ainda atropelou o trabalho das Casas Legislativas, com a edição de resolução em fevereiro de 2024 considerada um “copia e cola” de texto parado – e criticado – na Câmara dos Deputados, o chamado PL das Fake News.

Para o advogado constitucionalista e articulista do Poder360 André Marsiglia, a gestão do ministro à frente do TSE evidenciou um “ativismo judicial”, especialmente quando se tratava do tema das fake news e ataques às Cortes superiores.

DEFESA DA DEMOCRACIA? – “Não tenho dúvida de que esse foi um papel em relação às redes sociais, sempre justificado pela ausência de uma lei, de uma regulação, e pela necessidade de defender a democracia, e exercido com um ativismo que é indesejável para um tribunal e para ministros”, disse.

Esse “ativismo judicial” já estaria há um tempo presente nos tribunais superiores por todos os magistrados, segundo Marsiglia, opinião endossada pelo especialista em direito eleitoral e integrante da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político) Antônio Ribeiro.

Segundo Ribeiro, a abertura de inquéritos para investigar casos de fake news e desinformação, que, a priori, estariam sob regência do MP (Ministério Público), denotam o ativismo judicial.  “O ministro tem sempre que ser reativo. Ele não pode ser ativista de nada. Vejo isso acontecer com Moraes e também com outros ministros quando os casos estão sob sua relatoria”, acrescentou Marsiglia.

PAPEL INDEVIDO – Para os especialistas, as atitudes do ministro Alexandre de Moraes, de atropelar o Legislativo e proferir decisões centralizadoras, evidenciaram ainda um modus operandi que foge, por vezes, do papel de um magistrado.

André Marsiglia e Antônio Ribeiro classificaram a gestão de Moraes como “implacável” e inédita em um Tribunal Superior. Mas a característica ressaltada, para Marsiglia, levanta questionamentos acerca do protagonismo do ministro acima do voto, da opinião pública e dos demais Poderes.

Em março deste ano, houve a criação do Ciedde (Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia), uma nova tentativa para reforçar esse combate, definido por Moraes como um “salto” do Tribunal Eleitoral.

ZONA DE PENUMBRA – O senador Eduardo Girão (Novo-CE) relatou, em pronunciamento em 14 de março deste ano, preocupação com o formato do Ciedde. De acordo com especialistas, há uma “zona de penumbra” na identificação do que são notícias falsas e quais os critérios para definir desinformação.

Para identificar a publicação dessas informações supostamente falsas nas redes sociais e acionar a Justiça, o Tribunal utiliza a AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação), citada por Moraes em decisões que derrubam perfis e conteúdos supostamente falsos.

Inicialmente, o foco da assessoria era combater a desinformação entre candidatos, depois contra a própria Justiça Eleitoral, mas a atuação da ferramenta teve uma mudança significativa na gestão de Moraes, adotando um perfil de polícia.

FALTA DE CRITÉRIOS – Segundo apurou o Poder360, a alteração foi considerada problemática dentro da Corte Eleitoral por atropelar o processo de investigação, já que não há critérios que definam se uma informação é verdadeira ou falsa.

A ferramenta inclusive já foi questionada pela oposição sob a alegação constatada no relatório da Comissão de Assuntos Judiciários da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que acusa o ministro de “censurar” opositores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Brasil.

Segundo os especialistas ouvidos pelo Poder360, parte da atuação de Moraes nesse combate à desinformação atropelou o trabalho das Casas Legislativas.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – O ministro é um assíduo defensor da regulamentação das redes sociais. Além da norma que não só ampliava os poderes do presidente da Corte em relação ao tema, mas adotava diversos critérios rejeitados pelo Congresso, o TSE aprovou a resolução 23.732/24 com o objetivo de coibir o uso de IA (inteligência artificial) para espalhar desinformação em eleições, de forma permanente.

Com a primeira resolução, segundo Moraes, uma vez verificado pelo TSE conteúdo “difamatório, injurioso, discurso de ódio ou notícia fraudulenta”, este não pode ser perpetuado na rede.

A segunda resolução veda ainda o uso dos deep fakes, ferramenta que através da Inteligência Artificial adultera ou fabrica áudios, imagens, vídeos, representações ou outras mídias. Além disso, a resolução responsabiliza plataformas das big techs por fake news.

CÓPIA DO PL 2.630 – Essas determinações constam do PL das Fake News  (PL 2.630 de 2020), que não foi acatado pelo Congresso. O projeto de lei teve seu requerimento de urgência rejeitado pelo plenário da Câmara dos Deputados em abril de 2022 porque levantou divergências, porque deputados argumentaram que o texto limitava a liberdade de expressão.

Segundo o integrante da Abradep, um problema na República brasileira é esse grande conflito entre os Três Poderes constituídos: Legislativo, Executivo e Judiciário.

ATIVISMO JUDICIAL – O advogado diz que a postura de Moraes, regida pelo “ativismo judicial”, evidenciou uma mudança de paradigmas: a magistratura passou a se confundir com a realização e a execução das leis, prerrogativas dos outros dois Poderes.

De acordo com Ribeiro, o fenômeno tem se tornado comum nos tribunais superiores diante da inércia do Congresso em legislar especificidades importantes. E o Judiciário, sob esse argumento, “adentrou” questões reguladoras.

“Sempre tivemos e vamos ter por um bom tempo esse debate de judicialização da política e politização do Poder Judiciário, porque há, em certos momentos, omissão de alguns órgãos. Então, vemos esse papel no Judiciário, onde há, sem dúvida nenhuma, um fenômeno de ativismo judicial”, disse.

PROJETO REJEITADO – Para André Marsiglia, a inexistência de uma lei específica deve fazer com que juízes recorram às leis que já existam.

No caso da norma reguladora das fake news, por exemplo, não houve omissão do congresso, mas uma escolha de rejeitar o projeto de Lei.

“No momento em que aquele projeto está rejeitado, não significa que estejamos sem lei ou não temos lei específica que permita com que ministros decidam ao avesso da lei. Nós os vemos considerando que a inexistência de alguma lei permita a eles interpretar as redes sociais de uma forma subjetiva e muitas vezes arbitrária. Isso é absolutamente indesejável na tarefa dos magistrados”, acrescentou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como se vê, Moraes não respeita limite e cria suas próprias leis, todas absolutamente inconstitucionais. É lamentável, porque houve e ainda há apoio e conivência dos demais ministros. São todos iguais. Aliás, dou um pelo outro, e não quero troco, como se dizia antigamente. (C.N.)

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