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segunda-feira, julho 04, 2022

PT decide manter evento de Lula no Rio, para dar apoio a Marcelo Freixo e André Ceciliano

Publicado em 4 de julho de 2022 por Tribuna da Internet

Marcelo Freixo e Antonia Pellegrino com Janja e Lula

Lula vem apoiar Freixo na manifestação do 7 de Setembro

Deu no Painel
Folha

A presidente do PT, Gleisi Hofmann, decidiu manter o evento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Rio de Janeiro, na próxima quinta-feira (7), apesar da disputa com o PSB pela vaga ao Senado. O diretório no estado se reuniu na sexta-feira (1º) e cogitou cancelar o evento até o impasse ser resolvido.

No entanto, de acordo com o que Gleisi relatou ao presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), André Ceciliano (PT), Lula participará do ato e afirmará que, no Rio, os candidatos do PT são o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) ao governo e Ceciliano ao Senado.

SENADO É O PROBLEMA – O diretório do PT no Rio de Janeiro avaliou a possibilidade de cancelar evento previsto para a próxima quinta-feira (7) com Lula no qual o partido deve selar o apoio à pré-candidatura de Freixo, porque tanto PT quanto PSB mantém pré-candidaturas ao Senado — o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), André Ceciliano (PT), e o deputado federal Alessandro Molon (PSB).

As lideranças tentam convencer um dos dois a abrir mão da candidatura ao Senado, mas está difícil. Se não houver desistência, fica favorecido o senador Romário, que desta vez tenta a reeleição pelo PL, partido que abriga o presidente Bolsonaro.

O deputado Daniel Silveira também quer disputar o Senado pelo PTB, mas há dúvidas se será considerado elegível.


Bolsonaro e militares dividem “fiscalização” das urnas com OAB e Conselho Nacional de Justiça

Publicado em 4 de julho de 2022 por Tribuna da Internet

Pin em Urnas eletrônicas

Charge do Duke (O Tempo)

Rafael Moraes Moura
O Globo

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, convidou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para fiscalizar as eleições deste ano, em paralelo às Forças Armadas e ao Ministério da Justiça. As duas entidades não só aceitaram o convite como já indicaram seus representantes, que vão acompanhar todas as etapas do processo de votação, como mostram dois ofícios obtidos com exclusividade pela equipe da coluna.

A OAB indicou o gerente de tecnologia da informação da entidade, Rodrigo Lemgruber, e o CNJ escolheu o juiz auxiliar João Moreira.

FISCALIZAÇÃO AMPLA – Com a adesão desses dois novos atores, o TSE ganha apoio para não deixar a vigilância das eleições só com militares, a pasta da Justiça (PF) e o PL, partido de Bolsonaro, que vem lançando suspeitas infundadas sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Uma resolução do TSE, de 2021, prevê que a Polícia Federal, o STF, o Congresso, o CNJ, a Controladoria-Geral da União (CGU), empresas privadas brasileiras “com notória atuação em fiscalização e transparência da gestão pública” e outras instituições podem inspecionar o processo eleitoral.

Em 21 de junho, Fachin enviou um ofício para todas as entidades que são consideradas legítimas pelo próprio TSE para participar da fiscalização. No mesmo despacho, o ministro deu 15 dias para que elas informem ao tribunal se têm interesse de participar do supervisionamento das eleições. O prazo termina nesta quinta-feira (7).

FUX E ROSA WEBER – O CNJ é um órgão presidido pelo presidente do STF, Luiz Fux, que passa o bastão para Rosa Weber no dia 12 de setembro. Tanto Fux quanto Rosa já presidiram o TSE e são defensores enfáticos da segurança das urnas eletrônicas.

Em setembro de 2018, Rosa rebateu de forma contundente as declarações do então candidato do PSL à Presidência, que já havia colocado em prática o discurso infundado de fraude nas urnas. Na época, Bolsonaro disse que a possibilidade de fraude no segundo turno, “talvez até no primeiro, é concreta” devido à falta do voto impresso.

“Temos 22 anos de utilização de urnas eletrônicas. Não há nenhum caso de fraude comprovado”, disse Rosa. “As pessoas são livres para expressar a própria opinião, mas quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar os dados”.

OAB APOIA TSE – Já o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), José Alberto Simonetti, avisou em seu discurso de posse, em fevereiro deste ano, que a OAB “rechaçará qualquer ataque ao sistema eleitoral”.

Em outra frente, o PL – partido do presidente Jair Bolsonaro – mudou os planos para a fiscalização das eleições. A legenda desistiu de credenciar o Instituto Voto Legal (IVL), empresa comandada por um engenheiro que já travou uma disputa judicial pela patente da urna eletrônica. Em seu lugar, vai contratar diretamente os técnicos que atuam no IVL.

A troca foi feita porque, no PL, se temia que o pedido de credenciamento fosse negado pelo TSE, uma vez que o tribunal exige “notória atuação em fiscalização e transparência da gestão pública” para quem for fazer o trabalho.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É tudo um jogo de cena, porque as entidades fiscalizatórias não podem fazer quase nada. Segundo o excelente repórter Rafael Moraes Moura, a resolução do TSE só permite que as entidades fiscalizadoras verifiquem a integridade e a autenticidade dos sistemas eleitorais durante a preparação das urnas. E depois também podem solicitar relatórios do tribunal sobre urnas substituídas, imagens dos Boletins de Urnas e dados de votação por seção, após a totalização dos votos. Já os tão falados “observadores internacionais”, este não podem fazer nada, a não ser ir à praia, frequentar a noite tropical e curtir os hotéis cinco estrelas, tudo de grátis, como diria Bussunda(C.N.)

Funcionária acusa ex-vice da Caixa de acobertar acusações de assédio sexual

 Segunda, 04 de Julho de 2022 - 10:00

por Folhapress

Funcionária acusa ex-vice da Caixa de acobertar acusações de assédio sexual
Foto: Reprodução / Site da Caixa

Em entrevista ao Fantástico deste domingo (3), uma funcionária da Caixa acusou o ex-vice-presidente de Negócios de Atacado do banco, Celso Leonardo Barbosa, de ter acobertado abusos cometidos por Pedro Guimarães na instituição. Segundo a servidora, Barbosa vigiava as mulheres que não cediam aos assédios do então presidente do banco.
 

De acordo com a funcionária, que preferiu não ser identificada, as mulheres "marcadas" pelo ex-presidente eram subordinadas a Barbosa, que tentava acobertar o caso. Ela diz que o executivo fingia acolher as mulheres que resistiam aos assédios de Guimarães para monitorar se havia o risco de denúncia por parte das servidoras.
 

Em nota, a defesa do ex-vice-presidente afirma que o executivo pediu desligamento do banco mesmo não havendo "absolutamente nada em seu desfavor" e entende que a decisão foi necessária "para que não se questione a imparcialidade das acusações".
 

Barbosa era tido como o número 2 de Guimarães e o substituía com frequência no comando da instituição, além de ser um aliado próximo do ex-presidente. O executivo deixou o cargo na sexta-feira (1°), após as suspeitas de que ele poderia ter acobertado a situação no banco.
 

Numa reunião, o conselho tentou definir a forma de saída de Barbosa: por destituição imediata ou por um afastamento por prazo determinado, enquanto novas informações eram coletadas. Barbosa preferiu, porém, renunciar ao cargo.
 

Os relatos das vítimas e de outros funcionários indicam que os episódios eram conhecidos por ao menos parte da diretoria e dos vice-presidentes. Após a indicação de possível envolvimento de outros integrantes da cúpula da instituição, o conselho de administração do banco decidiu contratar uma auditoria externa para apurar as acusações.
 

Barbosa ingressou na Caixa em janeiro de 2019 como assessor estratégico da presidência do banco e tornou-se vice-presidente em março de 2020.
 

A nova presidente da Caixa, Daniella Marques, deseja criar um comitê de crise para apurar os episódios narrados pelas vítimas e identificar outros possíveis envolvidos.
 

As acusações de assédio sexual contra Pedro Guimarães foram reveladas na terça-feira (28) pelo portal Metrópoles, que relatou também a existência de uma investigação no Ministério Público Federal.
 

As mulheres narraram episódios como toques íntimos sem consentimento, convites incompatíveis com o ambiente profissional e outras condutas inapropriadas. À Folha, uma funcionária relatou ter sido puxada pelo pescoço e ter ficado em choque após o episódio.
 

Ao Fantástico o advogado de Guimarães, José Luis Oliveira Lima, negou todas as acusações.
 

A Caixa informou na semana passada que uma investigação interna sobre assédio foi instaurada em maio e está em andamento, mas corre em sigilo, na corregedoria da instituição.
 

Além disso, a presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), ministra Ana Arraes, determinou a abertura de uma fiscalização na Caixa Econômica Federal para verificar toda a política de prevenção e combate ao assédio sexual no banco.

Bahia Notícias

'Estou convencido de que eu mereço ser o vice de Neto', diz Marcelo Nilo

 Segunda, 04 de Julho de 2022 - 10:20


por Gabriel Lopes / Anderson Ramos

'Estou convencido de que eu mereço ser o vice de Neto', diz Marcelo Nilo
Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

O deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos) está convicto de que será o escolhido para a vice na chapa de ACM Neto (União) na disputa pelo Governo do Estado. O parlamentar falou com a imprensa na manhã desta segunda-feira (4).

 

“Eu estou aguardando a decisão. Estou convencido de que eu mereço ser o vice, tenho todas as condições políticas de ser o vice, mas a decisão que ACM Neto tomar eu acatarei. Ele vai escolher aquele que politicamente for o melhor pra ele”, disse Nilo. “Tenho tanta certeza [que será escolhido] que eu não fiz plano B. Quem faz plano B é quem não acredito no plano A”, acrescentou.

 

O assunto voltou à tona após o colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, cravar que o presidente nacional do Republicanos, Márcio Pereira, teria dito que Nilo já teria sido escolhido para o cargo. Márcio Marinho, presidente do partido na Bahia, tratou a informações como “fake news”  (veja aqui e aqui).

 

Apesar do imbróglio, o deputado garantiu que sua relação com Marinho é de grande amizade. “Eu e Márcio Marinho somos amigos pessoais, nós temos dito de público que aquele que Neto escolher nós vamos apoiar. Se escolher Márcio Marinho pode ter certeza que eu trabalhei como se fosse eu mesmo”, afirmou.

 

Segundo o deputado, o anúncio da definição da majoritária só deve acontecer no dia 5 de agosto, data prevista para a convenção.

Bahia NOtícias

Defensoria pede indenização de R$ 50 milhões à União após mortes de Dom e Bruno

 Segunda, 04 de Julho de 2022 - 11:20


por Juliana Braga | Folhapress

Defensoria pede indenização de R$ 50 milhões à União após mortes de Dom e Bruno
Fotos: Reprodução Redes Sociais

 A Defensoria Pública da União protocolou neste domingo (3) um pedido de indenização por danos morais coletivos contra a União no valor de R$ 50 milhões a serem revertidos em favor dos povos indígenas isolados e de recente contato.
 

O pedido foi protocolado após o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips no Vale do Javari em uma ação que já corre desde 2018 na Justiça Federal.
 

Nela, DPU e Ministério Público Federal acionam a Funai (Fundação Nacional do Índio) e a União e, entre outros pleitos, apresentam um plano para que as bases das Frentes de Proteção Etnoambiental no Amazonas passem a gozar de recursos humanos e materiais mínimos para o efetivo cumprimento de suas finalidades.
 

A Unijava, ONG na qual Bruno trabalhava quando foi assassinado, participa da ação como amicus curiae. O plano proposto teve a participação do próprio Bruno e de outras 44 pessoas de diversas entidades indígenas,etnias e servidores da própria Funai.
 

O defensor Renan Sotto Mayor afirma que, quando da propositura da ação inicial, o cenário já era catastrófico e as medidas, caso atendidas, poderiam ter evitado ou, ao menos, diminuído sensivelmente o risco de morte entre os índios isolados recém-contatados e a exploração indevida dos seres e bens que se encontram em suas terras. Segundo diz, todos os riscos e problemas já eram de conhecimento da Funai e dos órgãos competentes.
 

"Infelizmente, nada foi feito. E desse nada advieram as violências perpetradas aos indígenas, a reiterada violação a seu território e as mortes daqueles que lutaram contra isso. Não é demais lembrar que a proteção territorial das terras indígenas incumbia e incumbe ao poder público, que se omitiu e se omite", afirma.
 

"O indigenista e o jornalista referidos são a face mais recente e trágica do cenário esmiuçado na inicial da presente demanda. Eles deram a vida para registrar e enfrentar as ameaças que os territórios indígenas e seus povos sofriam. Lutaram por essa causa e por ela morreram. Tentaram agir na omissão do poder público e naquilo que o poder público falhou e segue a falhar."
 

Na ação, a DPU associa o pagamento da indenização à apresentação de um projeto e um cronograma por parte da Funai para "não deixar à míngua" outros setores da instituição ou mesmo aqueles voltados à preservação dos índios de recente contato.
 

A DPU protocolou também, na manhã desta segunda-feira (4), um pedido para a Funai se manifestar sobre outra ação, na qual é instada a se abster de "atentar contra a dignidade" de Dom e Bruno.
 

Na ocasião, a Defensoria solicitou a retirada do site de um texto em que a fundação insinuava que ambos tinham responsabilidade pelo desaparecimento por, supostamente, não terem informado que adentrariam a região na qual foram vistos pela última vez.
 

O conteúdo foi removido, mas outras determinações atendidas pela juíza, como o envio de forças de segurança para garantir a integridade física de servidores e indígenas, não foram cumpridas.
 

Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos em região próxima à terra indígena do Vale do Javari, no estado do Amazonas.
 

O crime jogou pressão sobre o governo Jair Bolsonaro (PL) por evidenciar o cenário de conflito ambiental na Amazônia e de insegurança de lideranças que atuam na defesa de indígenas.
 

Até o momento, três pessoas foram presas por envolvimento no duplo homicídio. Dois confessaram participação: Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, e Jefferson da Silva Lima (o Pelado da Dinha).
 

O terceiro suspeito de envolvimento direto nas mortes, Oseney Oliveira (o Dos Santos), nega. Apesar disso, investigadores dizem que uma testemunha o colocou na cena do crime.

Bahia NOtícias

Morre dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, aos 87 anos

 Segunda, 04 de Julho de 2022 - 12:40

por Reinaldo José Lopes | Folhapress

Morre dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, aos 87 anos
Foto: Reprodução / Vatican News

O cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, morreu nesta segunda (4), prestes a completar 88 anos. Em nota em que confirmou o falecimento, o arcebispo dom Odilo Scherer afirmou que o cardeal passava por "prolongada enfermidade, que suportou com paciência e fé em Deus".
 

Apontado como um dos principais "candidatos a papa" do primeiro conclave do século 21, aquele que se seguiu à morte de João Paulo 2º em 2005, o cardeal brasileiro acabou se tornando o inspirador de um dos nomes papais mais surpreendentes da história da Igreja Católica, o escolhido pelo argentino Jorge Mario Bergoglio, em 2013.
 

Hummes recontou a história da seguinte maneira ao jornal italiano "La Stampa": "Os votos convergiam para ele [Bergoglio]. Ele estava muito introspectivo, silencioso. Quando as coisas começaram a ficar um pouco mais perigosas para ele, eu o confortei. Depois, houve o voto definitivo e começou um grande aplauso. Eu logo o abracei e beijei. E lhe disse aquela frase, 'Não se esqueça dos pobres'. Eu não tinha preparado nada, mas naquele momento me veio do coração, com força, dizer-lhe isso."
 

Dom Cláudio Hummes celebra missa em encontro de preparação para o Sínodo da Amazônia, em São José dos Campos (SP) Lucas Lacaz Ruiz - 29.set.2019/Folhapress 0 **** É assim que dom Cláudio Hummes provavelmente entrará para a história: como o cardeal que ajudou o novo papa a escolher o nome Francisco, em homenagem ao "santo dos pobres" são Francisco de Assis, na primeira vez que um pontífice se arriscou a usar essa designação.
 

Lembrar-se dos pobres e de são Francisco foi algo extremamente natural vindo de um membro da ordem franciscana (fundada pelo santo de Assis), como era o caso de Hummes.
 

Nascido em 8 de agosto de 1934 numa família de lavradores de origem alemã de Montenegro, interior gaúcho, Auri Affonso Hummes se tornou Cláudio Hummes ao virar franciscano e receber a ordenação sacerdotal, poucos dias antes de completar 24 anos.
 

Professor de filosofia em seminários e universidades gaúchas, o frade se especializou na questão ecumênica (o diálogo entre as várias igrejas cristãs) e ocupou cargos importantes na estrutura de sua ordem e na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) nos anos 1960 e 1970.
 

Mas foi a partir de 1975, com sua ordenação como bispo coadjutor de Santo André, na Grande São Paulo, que o jovem prelado passou a entrar em contato com o movimento sindical de operários da região, que tentavam se organizar em desafio às limitações impostas pela ditadura militar.
 

Oferecendo espaços da diocese de Santo André para que os operários pudessem se organizar, o bispo se tornou amigo do metalúrgico e futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de se aproximar da Teologia da Libertação, corrente de pensamento que defendia a união entre fé e compromisso social e político.
 

Apesar do uso, por parte do governo militar, de algumas táticas de intimidação --como o sobrevoo de helicópteros do Exército num estádio onde o bispo celebrava uma missa, em 1978--, a aliança entre o religioso e os militantes sindicais nunca chegou a ser atacada frontalmente pela ditadura.
 

Com a democratização, o bispo franciscano passou a ser um crítico dos abusos do capitalismo e da globalização, antecipando, em parte, a pregação que o papa Francisco faria na segunda década do século 21.
 

Ao mesmo tempo, por se manter próximo da doutrina tradicional da Igreja Católica em temas envolvendo a moralidade sexual, como o aborto e uso de anticoncepcionais, seu prestígio durante o papado de João Paulo 2º se manteve intacto e até aumentou.
 

Tornou-se arcebispo de Fortaleza em 1996 e, dois anos depois, arcebispo de São Paulo. Em 2001, recebeu o chapéu de cardeal das mãos de João Paulo 2º, sendo convidado, no ano seguinte, para conduzir os exercícios espirituais anuais promovidos pelo papa (sua pregação na ocasião viraria um livro, intitulado "Sempre Discípulos de Cristo").
 

Embora tenha comemorado a ascensão do PT ao poder e reiterado sua admiração por Lula, Hummes não hesitou em criticar os escândalos de corrupção envolvendo o partido do então presidente.
 

Em sermão, chegou mesmo a afirmar que o povo tinha razão em desenhar o rosto de políticos nos Judas destruídos durante a tradicional malhação do Sábado de Aleluia, avaliando que, ao chegar ao poder, o PT estava sendo menos zeloso do que se esperaria do partido no combate às desigualdades sociais do país.
 

O corpo do cardeal será velado na Catedral Metropolitana de São Paulo, na Sé.

Bahia Notícias

Em busca da reeleição, Bolsonaro dobra gasto de publicidade com a Globo

 Segunda, 04 de Julho de 2022 - 13:00

Em busca da reeleição, Bolsonaro dobra gasto de publicidade com a Globo
Foto: Alan Santos / PR

Alvo de diversas críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Governo Federal gastou quase o dobro em publicidade na Globo  de janeiro a junho deste ano, se comparado ao mesmo período de 2021. 

 

De acordo com o Uol, de 1º de janeiro a 21 de junho do ano passado, a emissora recebeu R$ 6,5 milhões em valores líquidos pagos por materiais publicitários de televisão veiculados em âmbito nacional e regional. Já em 2022, no mesmo período, observa-se aumento de 43% (R$ 11,4 milhões). Os dados são da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência), órgão responsável pelas contratações na área de publicidade e propaganda do governo.

 

O levantamento feito pelo UOL mostra ainda uma mudança no perfil de investimento feito pela pasta. Na TV, o Palácio do Planalto deu prioridade às campanhas institucionais, isto é, que mostram os feitos da gestão e ajudam a inflar a popularidade do presidente. Em 2021, a Secom havia comprado espaço na Globo para 46 inserções publicitárias categorizadas como "utilidade pública" e apenas dez para materiais institucionais. Já de 1º de janeiro a 21 de junho deste ano, são 72 campanhas institucionais na maior emissora do país (86% a mais) e apenas duas, "utilidade pública" (96% a menos).

 

2022 será o único ano do mandato de Bolsonaro que a Globo vai ultrapassar as concorrentes SBT e Record em valor recebido por publicidade federal. Neste ano, durante o período analisado, enquanto a emissora carioca recebeu R$ 11,4 mi, a Record ganhou R$ 9,8 mi e o SBT R$ 8,4 mi.

Bahia Noticias

Assessor diz que Bolsonaro tem acesso a documentos da Polícia Federal




Informes de inteligência seriam, em tese, sigilosos. Presidente Jair Bolsonaro é suspeito de interferir na Polícia Federal

Por Luana Patrolino

No momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se envolve em mais um episódio de suposta interferência na Polícia Federal, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Filipe Martins, afirmou que o chefe do Executivo tem acesso a documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da PF que, em tese, são sigilosos. A declaração aconteceu em entrevista ao canal Cara a Tapa, no YouTube.

"Eu, como assessor, tendo a manifestar minhas discordâncias internamente. Acho que é descortês e deselegante eu vir aqui e dizer: 'não, naquele episódio eu disse isso. E foi feito aquilo'. Uma vez que ele fechou questão, o meu papel também é fazer com que a posição dele dê certo. Ele é o cara que tem a visão de conjunto e tem informações que eu não tenho", disse.

"Ele está falando com os militares de uma forma que eu não estou. Ele está recebendo informe de inteligência da Abin e da Polícia Federal de uma forma que eu não estou", completou o assessor.

Filipe Martins é um dos nomes mais próximos de Jair Bolsonaro e tem bom trânsito em todas as alas do governo. Ele também foi um dos responsáveis pelo alinhamento ideológico entre o presidente e Steve Bannon, o ex-estrategista de Donald Trump.

Na mesma entrevista, ele também negou a existência de um gabinete do ódio no governo. O Supremo Tribunal Federal (STF) apura suspeitas de uma rede especializada em disseminar notícias falsas.

"Não existe gabinete do ódio. Já disseram que eu formulava as estratégias, que eu mantinha robôs, que eu mantinha uma série de coisas. Eu não tenho tempo para isso, por causa das demandas do meu trabalho. O negócio do gabinete do ódio é uma coisa muito séria, porque isso tem sido utilizado pela oposição e pelo Judiciário também para destruir a vida de pessoas", disse.

Supostas interferências

O presidente Jair Bolsonaro já se envolveu em dois episódios de supostas interferências no trabalho da corporação. No primeiro, em 2020, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que o chefe do Executivo queria trocar o diretor-geral da PF para ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência.

Agora, as suspeitas giram em torno do caso do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Em gravações autorizadas pela Justiça, ele afirmou ter sido avisado por Bolsonaro a respeito da busca e apreensão da PF - que resultou em sua prisão.

O Correio entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República e com a Polícia Federal, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações dos envolvidos.

Correio Braziliense / Estado de Minas

Eleitor terá que escolher quem vai gerenciar um país na pindaíba




Alívio temporário aumenta competitividade de Bolsonaro e leva brasileiro à urna em terreno da ilusão

Por Bruno Boghossian

Quase 20 milhões de famílias vão às urnas em outubro com um valor extra em seus cartões do Auxílio Brasil. Outras tantas terão um vale-gás turbinado, enquanto milhares de caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativo contarão com uma ajuda do governo para encher o tanque. Todos esses eleitores devem votar com mais dinheiro no bolso, mas estarão mais pobres no dia em que o próximo governo tomar posse.

A movimentação do Congresso para abrir os cofres e criar benefícios temporários no período de campanha devolve alguma competitividade a Jair Bolsonaro. Os pagamentos devem contribuir para uma redução transitória da sensação de mal-estar provocada pela inflação, ao menos em segmentos-chave.

A criação do Auxílio Brasil em dezembro não foi suficiente para impulsionar Bolsonaro no eleitorado de baixa renda porque o aumento de preços comeu boa parte do benefício. O reajuste oferecido agora não deve tornar o presidente favorito, mas pode suavizar a desvantagem de 36 pontos que ele tem em relação a Lula nesse grupo —o que seria suficiente para garantir que haverá um segundo turno.

O voto desses eleitores será dado num terreno ilusório. O candidato que eles escolherem não vai administrar o Brasil de outubro, com os amortecedores criados pelo governo, mas um país na pindaíba.

A política de improvisos para tapar buracos da inflação e dar fôlego a Bolsonaro muda um parâmetro relevante da eleição. O futuro presidente já não teria vida fácil a partir de 2023, mas agora também terá quer dar respostas aos brasileiros que verão o fim de benefícios, além de pagar a fatura de R$ 41 bilhões deixada por esses programas.

O quadro força um ajuste na decisão que o eleitor vai tomar diante da urna. Em vez de julgar o desempenho de um governo e o alívio criado por medidas temporárias, ele deverá escolher quem vai gerenciar a próxima crise econômica. Bolsonaro já mostrou o que (não) consegue fazer em situações como essa.

Folha de São Paulo

Raízes da intolerância




Politicamente, Gil se comportou como o criador que ausculta o entorno com atenção religiosa

Por Muniz Sodré* (foto)

Em Salvador, algum tempo depois do golpe de 64, um elefante ainda parecia estar deitado sobre os corpos e as esperanças de toda uma geração de universitários. Raros eram os momentos públicos de distensão pessoal.

Num desses momentos à noite, num bar onde se comia fatia de pizza no balcão, irrompe um migrante e encanta os presentes com boa voz e uma toada sertaneja. Animado, um jovem em elegantes calça e paletó sem gravata tira de um estojo um violão e passa a acompanhar o cantor com uma destreza invulgar. Por instantes, o mundo parecia melhor. Mas súbito aparece um policial militar, que diz ao violonista: "O sereno não é mais permitido!"

O jovem era Gilberto Gil, que se formava na época em administração, mas dele já se sabia em círculos restritos como um virtuoso musical. Eu o conheci ali e, em várias etapas da vida subsequente, pude acompanhar a sua trajetória fulgurante na música, assim como em intervenções felizes na política nacional.

Menor que fosse, entretanto, o episódio do bar me deixou a impressão tenaz de que a obra criadora desse artista era um modo de resposta àquela proibição que violava a essência do estar-junto alegre da gente comum, isto é, o "sereno". Em tudo o que ele fez e faz, existe afirmação da vida, um "é permitido, sim".

Não se trata simplesmente de ir contra as regras, mas de fazer frente às mumificações do poder em todas as latitudes. Múmias costumam ser fantasias de eternização da vida do que já morreu. Celebrar a vida concreta é um modo de driblá-las.

Numa entrevista de décadas atrás, Gil se explicaria: "Eu sou muito celebratório. Por meio da música, celebro a possibilidade do júbilo, do encontro, da egrégora, do grupo, da energia que se põe em movimento aglutinador com relação a todas as cabeças, todas as mentes, todos os corações. Isso é próprio da arte. Eu sou um radical da religiosidade na arte".

Nada disso é mera retórica: nele reside a tônica de que a relação do artista com o povo é a sacralidade. Ao contrário da política, que dessacraliza. No entanto, politicamente Gil se comportou como o criador que ausculta o seu entorno com atenção religiosa.

No Ministério da Cultura, as reuniões de trabalho com assessores e diretores dos órgãos vinculados prescindiam de barreiras hierárquicas, todos tinham voz e escuta. Dali partiram iniciativas seminais, como os pontos de cultura, reformas de museus, seminários e a implantação de bibliotecas municipais.

O samba e a capoeira foram contemplados como patrimônios imateriais. Com Gilberto Gil, o tempo da cultura é Tempo-Rei de transformações.

*Sociólogo, professor emérito da UFRJ, autor, entre outras obras, de "A Sociedade Incivil" e "Pensar Nagô".

Folha de São Paulo

Favorecer Bolsonaro com bilhões é ladroagem eleitoral




Isso foi o que o Senado fez e é o que a Câmara está sendo ativada por seu presidente, Arthur Lira (foto)

Por Janio de Freitas

Descaracterizar o texto constitucional para favorecer o candidato Jair Bolsonaro com o direito de gastar, nos 90 dias anteriores à eleição, dezenas ou centenas de bilhões a pretexto de benefícios sociais é, em sua escancarada imoralidade, ladroagem eleitoral. Foi o que o Senado fez.

É o que a Câmara está sendo ativada por seu presidente, Arthur Lira, para fazer nesta semana.

É injustificável e vergonhoso que a oposição, incluída a chamada esquerda, tenha votado e vote outra vez a favor desse golpe parlamentar-eleitoral, que cria até o perigoso estado de emergência. A alegação oposicionista, de que não poderia opor-se aos auxílios sociais infiltrados nessa mudança constitucional, é oportunista ou, em eventual sinceridade, obtusa. A mistura ardilosa e má-fé são explícitas.

O preço da cesta básica está maior do que o salário mínimo porque, entre suas causas, o aumento dos combustíveis foi logo repassado aos preços do transporte de carga. E R$ 1.000 de vale-caminhoneiro nada soluciona. O vale-gás proposto é engodo duplo.

Um botijão de 13 kg para a família por dois meses é ridículo e encobre a falta de verificação governamental da relação custo/lucro do botijão de gás para as distribuidoras.

Esses dois exemplos servem para outras verbas do pacote, como os R$ 200 a mais no Bolsa Família rebatizado e piorado com o abandono da condicionante ao número de filhos.

Há meses o governo vinha falando nos auxílios agora encaminhados e que então prescindiam de ataque à Constituição e ao Código Eleitoral.

Bastaria racionalizá-los e dar-lhes as verbas de gastos patifes e mesmo criminais, como o corrupto orçamento secreto.

A protelação transitou sob a vadiagem da oposição, há muito desinteressada de ações públicas e a histórica indiferença social da chamada mídia. Ao custo de piores dificuldades de vida para a maioria da população, Bolsonaro e Paulo Guedes empurraram o auxílio segundo a conveniência eleitoral. Auxílio Social que, a rigor, deve se chamar Auxílio a Bolsonaro.

Esse arrombamento dos cuidados eleitorais da Constituição e da legislação é infernal: ou Bolsonaro vence ou trava o governo do sucessor.

Com o também proposto "orçamento impositivo" que se junta ao orçamento secreto, obrigando o futuro governo a exaurir-se em gastos determinados por parlamentares ou com as obrigações financeiras que Bolsonaro crie nos três meses da campanha.

As carências sociais atingidas pela pandemia e, agora, pela guerra ucraniana agravaram-se mais no Brasil do que em grande parte do mundo. Mesmo em nossa vizinhança. Mas as necessidades pedem o encaminhamento de soluções, não paliativos espertos e efêmeros, que logo tornarão a pobreza mais pobre, a fome mais desesperante.

Com soluções, Bolsonaro, Paulo Guedes e os militares influentes não consumiram nem um minuto sequer. Mas a desgraça social não pode servir para ardis e êxito dos que a tornam sempre maior.

Bolsonarista ou oposicionista, quem votou no Senado e quem votar na Câmara pela emenda que derruba a proibição de gastos eleitoreiros nos 90 dias antes da eleição —fundamento das regras anticorrupção eleitoral—, não está dando um voto.

Está contribuindo para a permanência dos assediadores de mulheres, a já prometida liberação geral do porte de arma, as milícias, o desmatamento e as extrações ilegais da Amazônia, o garimpo e o contrabando, os cortes de verbas da saúde e da educação, a repressão à cultura, os privilégios a militares e policiais, o racismo e variadas fobias desumanas.

E o ódio às mulheres, esse sentimento —para dizer o mínimo, muito esquisito— que Bolsonaro representa tão bem na convicção de que gerar a filha foi, por ser mulher, uma fraquejada sua.

Tão amigos.

Aos que não pude levar agradecimentos diretos, vai aqui minha gratidão por suas delicadezas no meu indelicado nonagésimo ano. Com franqueza, foram comoventes.

Folha de São Paulo

O conto do cidadão de bem




Milton Ribeiro e Pedro Guimarães (esq.) têm mais em comum do que a folha de serviços prestados ao bolsonarismo. Até caírem em desgraça, os dois cultivavam a imagem de “cidadãos de bem”, defensores da moral e dos bons costumes.

Por Bernardo Mello Franco 

O ex-ministro da Educação desembarcou em Brasília com credenciais de pastor. Vendia-se como homem de fé, temente a Deus e à bancada evangélica. Com sua fala mansa, quase pastosa, gostava de discursar em defesa da família. Desde que ela não contrariasse os padrões impostos pela igreja.

O ex-presidente da Caixa encarnava outro tipo de “cidadão de bem”: o rico que dá lições de patriotismo e meritocracia. O executivo também se apresentava como guardião das mulheres. Numa reunião ministerial, disse estar disposto a pegar em armas para defendê-las — mas só as da própria família, é claro.

O “cidadão de bem” não cultiva a modéstia. Mira o espelho e enxerga um virtuoso. Pensa ter tantas virtudes que se julga acima da lei. Em entrevista, Ribeiro ligou a homossexualidade a “famílias desajustadas”. A declaração lhe rendeu uma denúncia por crime de homofobia.

Cinco meses depois, o pastor seria preso sob suspeita de comandar um balcão de negócios no MEC. De acordo com as investigações, o esquema cobrava pedágio para repassar verbas aos municípios. Um prefeito relatou ter recebido pedido de propina em barras de ouro.

Na quarta-feira, foi a vez de Guimarães ser despejado da Caixa. Em depoimentos ao Ministério Público Federal, funcionárias o acusaram de cometer abusos em série. Relataram toques indesejados, abordagens impróprias, convites indecentes.

O “cidadão de bem” se embrulha na bandeira, brada contra o comunismo e estufa o peito para se dizer conservador. Na verdade, só quer conservar o direito de ser machista, racista e homofóbico. Ele sabe que os tempos mudaram, mas não teme ser punido. No Brasil de 2022, o mau exemplo vem de cima. 

Bibliofobia presidencial

Que Jair Bolsonaro detesta livros, não é segredo nem para as traças do Alvorada. Mas a bibliofobia presidencial tem ganhado contornos inéditos com a proximidade da eleição.

Na sexta-feira, a Biblioteca Nacional concedeu a Ordem do Mérito do Livro a Daniel Silveira. O deputado não deve ler nem a bula dos anabolizantes que consome.

Um dia antes, o capitão manifestou horror com a possibilidade da vitória de Lula: “Vai recolher as armas, clube de tiro vai virar biblioteca...”

Diplomacia do Cavalão

Às vésperas do bicentenário da Independência, Bolsonaro fez uma grosseria com o presidente de Portugal: cancelou, pela imprensa, um almoço marcado para segunda-feira.

O capitão retirou o convite ao descobrir que Marcelo Rebelo de Sousa também se encontraria com Lula. O português nem tentou simular incômodo: “É possível o almoço, tudo bem. Não é possível, ninguém morre”.

Avesso à diplomacia, Bolsonaro já acumulava episódios de incivilidade com líderes eleitos de França, Alemanha, Noruega, Estados Unidos, Argentina, Chile e Bolívia. Agora acrescenta à lista mais um chefe de estado europeu.

O Globo

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