Posted on by Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
O que está no título deste artigo surpreende pelo desencadeamento da temporada eleitoral de 2022 em torno da sucessão presidencial. O presidente da Câmara já vinha insinuando a colocação de seu nome no quadro partidário. No debate da reforma da Previdência ele se afastou do presidente Bolsonaro e também do ministro Paulo Guedes, quando reagiu a este rebatendo a afirmação de que a Câmara era uma usina de corrupção.
Além disso, o ministro da Economia saiu-se mal no relacionamento com os parlamentares, criando uma sequência de reflexos negativos. Tanto assim que caíram os dois temas principais de seu projeto, a capitalização por parte dos empregados e a isenção das contribuições para com o INSS pelos empregadores.
CONTRAPONTO – Numa entrevista a repórter Vera Rosa, O Estado de São Paulo de sábado, o presidente da Câmara reconheceu que seu posicionamento na matéria representa um contraponto ao presidente Jair Bolsonaro.
Seu partido, o DEM, ocupa três ministérios na Esplanada, mas tal realidade política não funcionou para conter o impulso de Rodrigo Maia. Um desses ministros é Onyx Lorenzoni, cuja influência no Planalto reduziu-se substancialmente. Mas esta é outra questão.
Em matéria de eleições presidenciais Rodrigo Maia ressaltou que dois nomes aparecem entre os prováveis candidatos ao Planalto: João Doria e Luciano Huck. Fez a colocação cuja essência choca-se com o presidente Bolsonaro na medida em que este já anunciou a disposição de concorrer a um segundo mandato. Luciano Huck, digo eu, já havia sido incluído pelo ex-presidente FHC como possível candidato no PSDB nas eleições de 2018. Fernando Henrique Cardoso, com tal declaração esvaziou a candidatura de Geraldo Alckmin. Com isso somou para Jair Bolsonaro, embora este tenha proposto na Câmara seu fuzilamento porque no seu período a dívida pública passou a crescer aceleradamente.
A matéria em O Globo é assinada por Geralda Doca, Manoel Ventura, Renata Vieira, Jussara Soares e Gustavo Schmidt. Há pouco falei em contradições. Observem os leitores mais uma: foi aprovada emenda no substitutivo Samuel Moreira proporcionando uma isenção de impostos na escala de 80 bilhões de reais aos ruralistas vinculados ao agronegócio. Assim, acredita-se, as exportações não incluirão contribuições para o Funrural. Surpreende que a liderança do governo na Câmara e o Ministro Paulo Guedes não tenham se manifestado contra a emenda. O episódio foi publicado na Folha pelos repórteres Bernardo Caran e Thais Arbex.
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O ADEUS A JOÃO GILBERTO, UM POETA SONORO
O ADEUS A JOÃO GILBERTO, UM POETA SONORO
João Gilberto cantor e compositor, sem dúvida um excêntrico, mas de fato um grande artista, cujas interpretações vão ficar na história da música popular brasileira. Foi um poeta sonoro. Sua obra foi destacada ontem principalmente por Ruy Castro e Nelson Motta, na Globonews. Hoje desde o amanhecer os jornais certamente vão dar destaque à saída de João Gilberto do palco da arte.
João Gilberto, vejam só uma verdade: ele não existiria sem a Bossa Nova, mas a Bossa Nova no final da década de cinquenta não decolaria sem ele. Coisas da vida e do destino.