Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

terça-feira, maio 06, 2008

O meio Ambiente agradece...


Por: J. Montalvão


Quem tem alto nível de cultura e visão à coisa é outra.
O Dr. Spencer ao tomar posse como Chefe da Administração Municipal tomou várias iniciativas para tirar Jeremoabo/Bahia, da contramão de história, e dentre outras iniciativas, foi o pioneiro em criar na estrutura da Prefeitura Municipal de Jeremoabo, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, palavra desconhecida por muitos, e esquecida por seus antecessores.

Embora ainda engatinhando devido à pobreza dos seus munícipes, hoje Meio Ambiente em Jeremoabo/Bahia é uma realidade, embora ainda haja cegos que não queiram enxergar essa realidade.

Frisamos: estamos ainda iniciando, porém, despertando discussão por parte muitos, o que aprovamos e gostamos, pois são sugestões que no futuro poderão ser apreciadas, e de certa forma é o povo sentindo também os problemas crônicos do município, que não dependem só de soluções do Gestor, mas da conscientização de muitos, embora o Gestor Municipal seja o carro chefe de tudo, pois a busca de recursos está diretamente ligada a ele.

Portanto, o atual prefeito plantou a semente, o povo começa a ajudar na germinação.

PROGRAMAÇÃO DO SÃO JOÃO DE JEREMOABO 2008

PROGRAMAÇÃO DO SÃO JOÃO DE JEREMOABO 2008

Dom 15/06
05:00h - Alvorada com CAVALEIROS DO FORRÓ
12:00h - Festa da Tilla SAIA RODADA / PAGODART & NAPEGADA

Seg 16/06
22:30h – Abertura oficial NINO COUTINHO E BANDA IMORTAL
01:30h – EDCARLOS SOUZA

Ter 17/06
22:30h – MARCELO SILVA E FORRÓ BEIJO COLADO
02:00h – FORRÓ BEIJO ROUBADO

Qua 18/06
22:30h – ZEZINHO DA EMA
01:30h – PURO DESEJO

Qui 19/06
23:00h – ARREIO DE OURO
01:30h – FORRÓ MAIOR

Sex 20/06
23:00h – MOLEKA SEM VERGONHA
02:00h – AVIÕES DO FORRÓ

Sáb 21/06
23:00h – SOLTEIRÕES DO FORRÓ
02:00h – JOÃO BANDEIRA & FORRÓ CALCINHA DE RENDA

Dom 22/06
23:00h – FORRÓ DOS PLAYS
02:00h – STREL´ADA

Seg 23/06
Casamento Matuto: DANIELZINHO E FORROZÃO QUARTO DE MILHA
18:00h – AMOR A2
23:00h – BABY SOM
02:00h – MENINOS DO AGRESTE

Ter 24/06
23:00 - MARCELO SILVA E FORRÓ BEIJO COLADO
02:00 – STREL´ADA
PALCO 2

................................................ 16/06 .................................................
22:00h – Kadência Music
01:00h – Kadência Music

................................................ 17/06 .................................................
22:00h – AMOR A2
01:30h – AMOR A2

................................................ 18/06 .................................................
22:0h – Ozinha dos Teclados
01:00h – Ozinha dos Teclados

................................................ 19/06 .................................................
22:00h – Marcos Bahia
01:00h - Marcos Bahia

................................................ 20/06 .................................................
20:00h – Forrozão Beijo Roubado
01:00h – Forrozão Beijo Roubado

................................................ 21/06 .................................................
19:00h – Grupo Status
02:00h – Kadência Music

................................................ 22/06 .................................................
19:00h – Edcarlos Souza
01:30h – Edcarlos Souza

................................................ 23/06 .................................................
20:00h – Marcos Bahia
01:30h – Grupo Status

................................................ 24/06 .................................................
20:00 – Ozinha dos Teclados

Novo presidente do TSE promete mais rigor

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, que assume hoje a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pretende levar aos colegas de plenário o caso dos prefeitos que driblam a lei e se elegem mais de duas vezes consecutivas, usando o artifício de mudar de domicílio eleitoral. Muitos prefeitos se transferem para municípios vizinhos no último ano de mandato e, eleitos, conseguem garantir no mínimo outros quatro anos no poder. A Lei Eleitoral permite apenas uma reeleição, mas não impede a transferência de domicílio e a candidatura em outro município.
“O que interessa é o espírito da lei. A finalidade da norma é a proibição da reeleição sem limite. Se o tribunal entender que está havendo burla do espírito ou da finalidade da norma proibitiva, tomará a devida providência. Vou levar aos ministros”, afirmou Ayres Britto. O ministro lembrou, porém, que, para analisar casos concretos de prefeitos já reeleitos que tentarão novo mandato em outra cidade, o TSE terá de ser provocado, ou seja, é preciso haver uma denúncia à Justiça Eleitoral. “Se o tribunal identificar que as mudanças topográficas são uma evidente fraude à lei, nós vamos reagir”, prometeu Ayres Britto.
O prefeito de Paulista (PE), Yves Ribeiro (PSB), é um caso exemplar. Ele vai tentar o quinto mandato, administrando três cidades diferentes. Antes de ser eleito prefeito em Paulista, em 2004, onde tentará a reeleição no fim do ano, se elegeu nas cidades de Itapissuma, em 1992, e Igarassu, em 1996 e 2000, ambas próximas dali. Poderia até ser mais, já que ele foi prefeito de 1982 a 1988 em Itapissuma. Na época, porém, não usou o expediente de mudar de domicílio e ficou raros quatro anos fora da prefeitura de uma cidade, depois de não conseguir se eleger como deputado estadual.
Despedida - Hoje, o ministro Marco Aurélio Mello se despede da presidência do TSE, durante a sessão plenária extraordinária de julgamentos. A gestão de Mello à frente do TSE foi marcada pela regulamentação da fidelidade partidária, pela modernização da Corte e por polêmicas. (AE e Folhapress)
Fonte: Correio da Bahia

Presos suspeitos de matar prefeito de Novo Triunfo

Levantamento de confederação aponta 11 assassinatos de gestores desde 2005, sendo três na Bahia


Luiza Torres
Foram presos na tarde de ontem dois dos principais acusados do assassinar o prefeito em exercício de Novo Triunfo e ex-presidente da Câmara de Vereadores, Manoel Messias Santana (PSDB), morto na última sexta-feira na porta de sua residência. Os suspeitos, José Almeida Sobrinho – pai do ex-prefeito do município, Pedro José Carvalho de Almeida – e o ex-secretário de Obras, João Batista, foram detidos em Jeremoabo, a 373km de Salvador.
Segundo o procurador jurídico do Novo Triunfo, José Adelmo Matos, que assumiu a cidade, a polícia recebeu pela manhã a notícia que os dois estavam em Jeremoabo, seguindo imediatamente para o local. Até o fechamento desta edição, a reportagem não conseguiu entrar em contato com delegada Márcia Xavier, da 25ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), responsável pela investigação. Na delegacia, a informação é de que os acusados seriam transferidos para uma delegacia de Salvador. Entretanto, não souberam informar o dia da transferência e para qual unidade estariam sendo conduzidos os detidos.
Para o advogado dos acusados Saulo Calazans Eloy, não havia necessidade da prisão de José Almeida Sobrinho e João Batista, já que os dois estavam dispostos a colaborar com a Justiça. Segundo ele, os dois estariam em Jeremoabo a fim de prestar depoimento. “Não entendi esta prisão, que foi arbitrária. Meus clientes ainda nem foram ouvidos pelos delegados. Não queremos dificultar o inquérito e sim facilitar, comprovando, assim, a inocência dos acusados”, afirmou. O advogado negou que o ex-prefeito Pedro José Carvalho de Almeida estaria foragido. De acordo com ele, o principal acusado também esteve na delegacia de Jeremoabo, sendo o único a ser liberado pela polícia.
Manoel Messias Santana foi assassinado por dois homens encapuzados na porta de sua residência, enquanto conversava com amigos e familiares. A polícia do município acredita que o crime pode ter sido encomendado por políticos da região. De acordo com o procurador José Adelmo Matos, em agosto do ano passado, o prefeito Manoel Messias recebeu uma carta anônima. Nela, havia um recado ameaçador. Além da carta, a vítima vinha recebendo telefonemas anônimos e ameaçadores desde meados de 2007.
***
Manifestantes protestam e pedem justiça
Camila Vieira
Revoltados com a lentidão da Justiça no caso do homicídio do ex-prefeito do município de Aurelino Leal, Gilberto Andrade, assassinado há um ano, moradores da cidade realizaram um protesto, ontem, defronte ao Tribunal de Justiça da Bahia, no Centro Administrativo (CAB). Após sete horas de viagem, as cerca de 450 pessoas vindas numa caravana pararam o trânsito na Avenida Paralela, de onde partiram em caminhada rumo ao TJ. Diante do tribunal, eles gritavam por justiça e celeridade no andamento do processo. Doze policias militares se posicionaram a fim de conter os manifestantes e a comissão não foi recebida ontem. O assunto será discutido em uma audiência no próximo dia 14, às 15h30, com a presidente do TJ, desembargadora Silvia Zarif.
À frente do caso, o advogado Vivaldo Amaral afirma que o processo vem se arrastando. Segundo ele, há dois meses o Ministério Público do estado pediu a prisão preventiva do acusado de ser o mandante do crime, o atual prefeito do município, Giovane Lopes Gagliano, que está afastado do cargo. Mas o pedido está parado no TJ e o suspeito continua solto. “Queremos que o TJ solicite a prisão de Giovane. Além disso, é preciso que as testemunhas arroladas pela defesa sejam ouvidas para que o processo se encerre e todos os culpados sejam levados a júri popular”, disse.
As palavras dos advogados foram reforçadas pelo irmão da vítima, o empresário Raimundo de Andrade, 47 anos. “É preciso que a Justiça seja feita. Viemos aqui cobrar uma posição do TJ”, afirmou. Encerrado o ato, os manifestantes se dirigiram à Assembléia Legislativa, onde pediram o apoio da Comissão de Direito Humanos. Depois de sair da Assembléia, o grupo retornou para Aurelino Leal, onde assistiu uma missa de um ano da morte de Gilberto.
História - No dia 5 de maio de 2007, o prefeito Gilberto de Andrade, 48 anos, foi morto com um tiro no peito, num trecho da BR-101, perto da Fazenda Santa Cruz,. A polícia trabalha com a hipótese de crime político. O autor do disparo, conhecido como Carcará, está foragido desde março. Giovane Lopes, acusado de ser o mandante, foi afastado em decorrência de denúncias de improbidade administrativa. Os vereadores empossaram como novo prefeito de Aurelino Leal o presidente da Câmara, Eduardo Soares.
***
Casos sem solução no estado
Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), divulgado em janeiro deste ano, aponta que o assassinato de prefeitos tem se tornado comum, principalmente em cidades com cerca de 30 a 40 mil habitantes. De acordo com a pesquisa, desde 2005 foram mortos 11 gestores públicos e três vice-prefeitos em todo Brasil. Na Bahia, foram encomendadas as mortes de três prefeitos (Aurelino Leal, Jussari e Novo Triunfo), sendo que todos por motivação política.
Segundo o consultor da área de pesquisa da CNM, Eduardo Stranz, os assassinatos de prefeitos em municípios de pequeno porte ocorre com mais facilidade porque os administradores estão muito próximos da população e expostos a todos os perigos. Muitas vezes alguns homicídios estão relacionados a questões pessoais e a maioria por brigas políticas.
“Não temos registros de assassinatos de prefeitos em cidades de médio ou grande porte. Outra coisa interessante é que tentamos verificar se há algum caso de assassinato de deputado, governador ou senador relacionados a política e constatamos que isto ocorre apenas com os gestores municipais. Eles estão expostos demais, todos sabem aonde moram, com quem andam, quando estarão ou não na cidade. Com certeza, isso facilita a ação dos criminosos”. A CNM iniciou esta pesquisa pela primeira vez no ano passado e não tem dados sobre gestões anteriores.
Bahia - O prefeito de Aurelino Leal, Gilberto Ramos de Andrade, foi morto com um tiro no peito, num trecho da BR-101, perto da Fazenda Santa Cruz. O prefeito dirigia um Passat quando foi interceptado por um Siena, que era ocupado por dois homens. Um deles desceu e atirou no peito de Andrade. Mesmo baleado, ele tentou se esconder em um matagal às margens da rodovia, mas foi espancado na cabeça.
Em 2005, na cidade Jussari, o prefeito Valdenor Cordeiro da Silva (PSDB), em menos de 24 horas após ter sido empossado, foi encontrado morto em sua casa por familiares. A polícia não conseguiu confirmar se ele se suicidou ou foi envenenado. (LT)
***
Tribunal julga três e afasta um
Cíntia Kelly
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) decidiu afastar o prefeito de Camamu, José Raimundo Assunção, por 90 dias, enquanto as denúncias de contratação irregular de pessoal e a aquisição de um Ford Ranger sem licitação estiverem sendo investigadas. A decisão foi tomada ontem, durante sessão do Pleno, que julgou outros quatro processos contra prefeitos baianos, sendo dois referentes ao gestor de Camamu. O Ministério Público do estado, que ofereceu a denúncia, pediu, ainda, a decretação da prisão preventiva do gestor, negada pela Corte.
José Raimundo Assunção já responde a outros seis processos por malversação do dinheiro público. Em seu voto, o desembargador Sinézio Cabral chegou a criticar a posição do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tem anulado as decisões do Judiciário baiano em caso de afastamento de chefes do Executivo. Um exemplo foi o prefeito de Queimadas, José Mauro Filho, que na sessão do Pleno do mês passado foi afastado, mas, em 15 dias, após recorrer ao STJ, voltou ao cargo.
O advogado de defesa do prefeito de Camamu chegou atrasada ao julgamento, tumultuando a sessão. É que pela pauta, a ação penal contra Raimundo Assunção seria a 12ª a ser julgada, mas foi antecipada quando o advogado Fabiano Resende estava em outra sala. Apesar dos argumentos e das súplicas, Resende teve que esperar até o final da exposição da relatora, a juíza substituta Gardênia Pereira Duarte.
O fato, segundo ele, atrapalhou o seu desempenho. “Eu nunca vi isso antes. A pauta foi antecipada sem que eu tivesse pedido”, disse Resende, ao que ouviu da presidente do TJ, desembargadora Silvia Zarif, que a antecipação foi pedida por ela e acatada pela mesa do Pleno. O advogado disse que vai recorrer da sentença.
No caso dos prefeitos Manoel Dantas Cardoso, Rosângela Lemos Maia de Abreu e Milton José Fonseca Borges, de Gandu, Euclides da Cunha e Mucuri, respectivamente, o Pleno recebeu as denúncias, mas rejeitou o pedido de afastamento do cargo. A próxima sessão para julgamento de prefeitos acontecerá no dia 6 de junho e a pretensão é limpar a pauta, estendendo a sessão até o final da tarde.
O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, teve a ação penal rejeitada pelo TJ. O Ministério Público pedia o afastamento de Caetano por seis meses, porque ele teria utilizado o termo “Todos juntos por uma Camaçari do Bem” na campanha e ter levado slogan semelhante para a sua administração. Tanto o relator do processo, desembargador Salomão Resedá, quando os demais colegas disseram que a denúncia não se sustentava.
Fonte: Co0rreio da Bahia

Dez trechos de rodovias estaduais serão privatizados

O Sistema Viário BA-093 totaliza 200 quilômetros de estradas na região metropolitana de Salvador


Graciela Alvarez
O primeiro passo para a concessão de dez trechos de rodovias estaduais foi dado ontem com a assinatura de um convênio entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo da Bahia e o International Finance Corporation (IFC) – braço do Banco Mundial com foco no setor privado. A iniciativa estabelece as bases de atuação para a realização de estudos necessários para a exploração do Sistema Viário BA-093, na região metropolitana de Salvador (RMS). Ao todo, serão aportados US$1,53 milhão pelo BNDES e Banco Mundial, com uma contrapartida simbólica de US$65 mil pelo governo do estado.
O secretário estadual de Infra-estrutura, Antônio Carlos Batista Neves, explica que este primeiro projeto consiste na elaboração da avaliação técnica de engenharia do projeto e preparação do edital de licitação. “A BA-093, que interliga mais nove rodovias, responde hoje por 65% da circulação do PIB baiano. O estudo vai determinar o projeto de concessão mais indicado, que pode ser na forma de parceria público-privada (PPP) ou apenas concessão pública”, diz o secretário. Segundo ele, o processo completo da BA-093 (avaliação técnica e preparação da licitação) será concluído em um ano. “Em maio de 2009 vamos fazer um leilão público”, completa.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, esteve presente na assinatura do convênio. Para ele, o acordo representa eficiência logística, pois, segundo ele, a Bahia é carente na área de infra-estrutura. “Além da BA-093, o BNDES já preparou as bases de financiamento para a concessão das BRs 324 e 116. O que é de nossa competência, a parte técnica, já está pronto. Agora, só falta o presidente Lula anunciar”, garante o dirigente.
O Brazil PSP Development Program, fundo multirateral formado pelo BNDES, IFC e BID, gerido pela IFC, prestará o apoio financeiro e técnico para estruturação do projeto de modelagem dos trechos rodoviários.
Além de beneficiar as empresas do Pólo Petroquímico de Camaçari, o Sistema Viário da BA-093 vai resolver o problema de muitos municípios que estão às margens das rodovias”, afirma o governador Jaques Wagner. Na oportunidade, ele diz que está fazendo um ajuste fiscal para permitir que o Pólo não seja paralisado, mas ganhe dinamismo.
***
Sistema BA-093
O Sistema BA-093 é composto por dez trechos rodoviários, totalizando quase 200km. A estrada interliga os principais pólos industriais do estado (Candeias, Camaçari e Centro Industrial de Aratu), terminais portuários de Aratu e o aeroporto internacional de Salvador, o que possibilitará o aumento das exportações. Atualmente, mais de 50% do PIB do Estado da Bahia trafega pelo Sistema Viário BA-093, segundo a Secretaria estadual de Infra-estrutura (Seinfra), que está ligado à rodovia federal BR-324, permitindo o acesso da região metropolitana de Salvador ao resto do país. “Com a privatização a nossa expectativa é que esse fluxo passe para 30 mil carros por dia”, finaliza o secretário.
Fonte: Correio da Bahia

Caiu a máscara

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Enganou-se quem quis, mas não durou mais de três dias a euforia que o governo Lula tentou espargir sobre o País a respeito de a Standard & Poor's haver dado ao Brasil o status de "nação confiável para investimentos externos". A festa acabou quando uma analista da empresa americana declarou que se quisermos subir de patamar precisaremos "fortalecer a política fiscal, promovendo a reforma tributária, a reforma trabalhista, reduzir os gastos públicos e a relação entre a dívida pública e o PIB".
Traduzindo as exigências dessa intrometida senhora: mais brasileiros precisam pagar mais impostos, inclusive os que, por impossibilidade absoluta, não pagam; devem desaparecer os últimos direitos sociais que sobraram, como férias remuneradas e décimo-terceiro salário; é preciso diminuir investimentos públicos em educação, saúde e infra-estrutura; finalmente, devemos crescer menos para reduzir as dívidas pública e externa...
Tudo para atender exigências de uma empresa especializada em orientar especulações estrangeiras em nossa economia. Empresa, aliás, que não contratamos e de cujos cálculos não participamos.
Numa palavra, botaram mais uma cenoura na frente do burro, para que ele continue carregando a carga do capital-motel, aquele que chega de tarde, passa a noite e vai embora de manhã, depois de haver estuprado um pouquinho mais nossa economia.
Algum dia acordaremos dessa ilusão de nos ser favorável uma classificação externa referente ao "risco-Brasil", quando, na realidade, deveríamos criar, aqui, o "risco-malandragem", forma de resistir a exames vestibulares para cursos nos quais não nos inscrevemos. Por que não darmos notas para a lambança hoje verificada na economia americana ou para os riscos evidentes de sermos atingidos pela crise que assola os Estados Unidos?
A ingenuidade do governo atual, aliada à má-fé do governo anterior, sem faltar a cupidez de nossas elites financeiras, mantém o País refém de diagnósticos externos contrários aos nossos interesses, o maior dos quais continua sendo o desenvolvimento.
O burro vai falar
Uns dizem que a história vem da China Antiga, outros a atribuem à Idade Média na Europa, mas óbvia continua sendo sua aplicação entre nós. Um camponês foi condenado à morte pelo rei, mas viu um burro pastando nos jardins de Sua Majestade e pediu o adiamento por dois anos da aplicação da sentença, anunciando dispor do dom de fazer os burros falar. Na dúvida, o rei concedeu a moratória, e a mulher do camponês o interpelou, perguntando se estava maluco. Resposta: "Dentro de dois anos, três coisas podem acontecer: o rei morrer, o burro morrer ou eu morrer...".
A mesma coisa acontece com o PT. Está condenado à derrota na próxima sucessão presidencial, pela absoluta falta de candidatos em condições de vitória. Assim, os companheiros precisam de tempo, podendo três coisas acontecer, até 2010: o presidente Lula aceitar o terceiro mandato, um candidato surgir entre os partidos aliados da base governamental, ou o partido desaparecer.
O Alto Comando petista trabalha com as três hipóteses, mas, assim como o camponês sabia da impossibilidade de fazer o burro falar, o PT tem consciência de que nenhum candidato viável emergirá de seus quadros...
Fonte: Tribuna da Imprensa

Há suspeita contra Paulinho, diz procuradora

"Sim", respondeu a procuradora Adriana Scordamaglia ao ser perguntada se Paulinho recebia dinheiro do esquema montado no BNDES
SÃO PAULO - A procuradora da República Adriana Scordamaglia, que investiga suposto esquema de desvios de dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), declarou ontem que existem suspeitas de que o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), recebeu propina.
"A suspeita com relação a Paulinho é de que ele faz parte também do desvio de verbas do BNDES. É esta a suspeita", afirmou Adriana. "Temos suspeitas nas interceptações telefônicas, nos monitoramentos, analisadas dentro de um contexto de que é o Paulinho."
A procuradora não falou sobre valores que teriam sido pagos ao parlamentar. Alegou que não é da sua competência rastrear a conduta daqueles que detêm foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal (STF), caso de Paulinho.
Cópia do inquérito da Operação Santa Tereza, que revela como operava a fraude a partir do BNDES, foi remetida ontem ao STF, por ordem do juiz Marcio Catapani, da 2ª Vara Federal. Indagada se a suspeita é de que o deputado recebia uma parte dos recursos desviados, a procuradora foi taxativa: "Sim."
Durante conferência com a imprensa na sede do MPF em São Paulo, Adriana Scordamaglia deu pistas sobre os indícios que cercam Paulinho. "(Os indícios) estão no monitoramento telefônico, na citação do seu nome nos monitoramentos telefônicos, mais de uma vez."
A procuradora disse: "Os indícios de que seja ele (Paulinho) são as ramificações das investigações. Na verdade, algumas vezes não foi só citado o nome Paulinho, ele foi citado num contexto em que faz-se supor que seja ele." Diante da insistência dos repórteres, a procuradora retrucou: "Não vou falar do Paulinho, vocês estão me pressionando."
Ela revelou que "outras autoridades, inclusive políticos, aparecem como beneficiários" da partilha. Afirmou que "funcionários do BNDES" estão sob suspeita, mas não citou nomes. Com relação aos novos personagens do caso, a Polícia Federal vai abrir outros inquéritos.
Pelo menos mais 10 prefeitos podem estar envolvidos em contratos ilegais de empréstimos do banco. Até agora, apenas um prefeito, Alberto Mourão (PSDB), de Praia Grande, está formalmente citado na Santa Tereza. Mourão nega ter sido beneficiário de desvio de verbas.
A procuradora disse, ainda, que requisitou abertura de inquérito para apurar o vazamento da Santa Tereza. Um mês antes da operação sair às ruas, alguns suspeitos trocavam e-mails falando da investigação. Reclamou que no curso da investigação "houve destruição de provas".
A procuradora disse que "são cabais, ricas", as provas já reunidas de ilegalidade em três contratos de financiamento do BNDES que somam cerca de R$ 400 milhões - nem todo o dinheiro foi liberado pelo banco porque a remessa é parcelada, de acordo com o andamento de projetos. Alguns integrantes da quadrilha, segundo Adriana, dividiram R$ 2 milhões de propina.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Chinaglia já admite levar caso à Corregedoria

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), deve acionar a Corregedoria da Casa para investigar as denúncias sobre o suposto envolvimento do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), no esquema de desvio de recursos públicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A mudança de tom de Chinaglia é proporcional à deterioração da situação política de Paulinho. Na semana passada, Arlindo dissera que o episódio era "confuso" e descartou a abertura de processo na Corregedoria. Em outra frente, a bancada do PDT na Câmara e a Executiva do partido, constrangida pelos indícios contra Paulinho, exigiram que o deputado dê explicações sobre as denúncias.
No caso de decidir encaminhar o pedido de apuração e a Corregedoria identificar indícios do envolvimento de Paulinho nas irregularidades, o deputado será representado no Conselho de Ética e pode ser alvo de um processo por quebra de decoro, que pode levar à cassação de seu mandato. A decisão a ser tomada por Chinaglia ocorrerá em meio a uma crise aberta entre a Polícia Federal, que investiga o desvio de recursos do BNDES na Operação Santa Tereza, e a Presidência da Câmara, que critica a ação dos agentes.
Agentes da PF entraram na Câmara para acompanhar a movimentação de um lobista e ex-assessor de Paulinho, João Pedro de Moura, nos corredores da Casa. Durante essa investigação, chegaram a fazer imagens de Moura e Paulinho juntos, fotos que estão entre os documentos da polícia.
Chinaglia reclama que a PF deveria ter pedido sua autorização para entrar na Câmara e do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar um deputado, que tem foro privilegiado. Por isso, adiantou, Chinaglia cogita acionar judicialmente a PF. "A Polícia Federal sempre merecerá nosso apoio e aplauso quando investigar e cumprir a lei", afirmou ontem. "Eu acho que nesse caso ela não cumpriu a lei", criticou. "O que temo é uma estrutura de poder sem controle, um controle que é definido por lei."
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, depois de se reunir com Chinaglia, reforçou as críticas à PF. "O parlamento tem uma simbologia muito forte: ela é a casa da cidadania e não é bom ver a polícia dentro do Parlamento", disse. "A investigação faz parte da democracia, mas dentro dos limites da lei. Não se pode, no caso de um Parlamento a polícia estar lá presente, sem autorização da autoridade que tem controle policial sobre aquela Casa."
O ministro da Justiça, Tarso Genro, tem negado qualquer irregularidade no procedimento da PF. Os agentes, de acordo com ele, não precisariam de autorização para entrar na Câmara porque o prédio é um local público e diz que Paulinho não estava no rol dos investigados - portanto não haveria necessidade de autorização do STF.
O ministro admite, porém, que o Ministério Público resolva essa crise entre Câmara e PF. "Vou propor uma conversa tripartite entre o presidente da Câmara, o procurador-geral da República e o Ministério da Justiça. Existe um conflito de interpretação, que deve ser resolvido pela relação harmoniosa entre os Poderes", disse Tarso na semana passada.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Reajuste de servidores deve sair por MP

BRASÍLIA - O governo deve reajustar os salários de 17 categorias de servidores por medida provisória, em vez de projeto de lei, por causa da ameaça de greve em vários setores do serviço público.
Ontem, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o projeto que trata do reajuste está pronto e em fase final de avaliação na Casa Civil. Segundo Bernardo, a proposta saiu do Planejamento no formato de projeto de lei, mas a tendência é de que seja publicada como medida provisória para entrar em vigor assim que o presidente a assinar. "Mas isso depende do presidente Lula", disse. O reajuste salarial beneficiará cerca de 800 mil servidores.
Paulo Bernardo disse ainda que não é possível melhorar a proposta de reajuste feita aos auditores fiscais da Receita Federal, em greve desde 18 de março. "Nós lamentamos que não tenha havido acordo, mas de fato não temos mais como oferecer além do que já fizemos", afirmou o ministro.
Os auditores têm salário inicial de R$ 10.155, que pode chegar a R$ 13.382 no final da carreira. A categoria reivindica equiparação salarial com os funcionários da Polícia Federal, que têm teto superior a R$ 19 mil.
Em relação ao corte de ponto dos auditores da Receita Federal, Bernardo reafirmou que os grevistas terão descontados os dias parados de seus salários. "Não deixaremos de cortar. Vocês podem fiscalizar isso."
Entre as categorias contempladas estão professores de instituições federais de ensino superior; servidores administrativos da Polícia Federal, do Incra, do Hospital das Forças Armadas, do Ministério da Cultura, do PGPE (Plano Geral de Cargos do Poder Executivo), da Previdência Social, da Saúde e do Trabalho; agentes de combate a endemias; fiscais federais agropecuários; e técnicos administrativos em educação.
Segundo os percentuais divulgados ontem, alguns servidores passarão a ganhar até 2010 mais do que o dobro do que recebem hoje. O reajuste dos servidores do PGPE, por exemplo, deve variar entre 27,19% e 106,11%, dependendo do cargo. Já para os trabalhadores da Previdência, da Saúde e do Trabalho, a variação será entre 37,25% e 137,28%.
Paulo Bernardo afirmou que espera ver o projeto de reforma tributária aprovado ainda neste ano pelo Congresso. Segundo o ministro, o crescimento da economia está entre os fatores que favorecem a aprovação do projeto neste momento.
Segundo Bernardo, o aumento da arrecadação, que bateu recorde no primeiro trimestre e garantiu uma melhora das contas públicas no mesmo período, se deve ao crescimento da economia, já que o governo não conta mais com os recursos da CPMF, que deixou de ser cobrada no início do ano.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Lula pede que consumidor denuncie aumento da gasolina

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou ontem o programa semanal de rádio "Café com o Presidente" para incentivar a população a denunciar aumentos de preços da gasolina cobrados pelos postos de combustíveis. Desde o dia 2 de maio, está em vigor um reajuste de preços cobrados pela Petrobrás, de 10% para gasolina, e 15% para o óleo diesel, nas refinarias.
Lula afirmou que o consumidor deve denunciar a elevação do preço nas bombas porque houve o governo reduziu a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), de forma a compensar o aumento nas refinarias e evitar que a alta chegue ao consumidor.
"É importante as pessoas ficarem atentas. Se algum posto estiver aumentando, as pessoas podem denunciar, porque a gasolina não aumenta nada e o óleo diesel aumenta 8,8%", disse Lula, lembrando que o governo reduziu a Cide sobre a gasolina de R$ 0,28 para R$ 0,18 por litro. No caso do diesel, a Cide caiu de R$ 0,07 para R$ 0,03 por litro, o que não anulará totalmente a subida de preço nas bombas.
O apelo do presidente, no entanto, é inócuo porque os preços cobrados pelos postos de abastecimento são livres, conforme prevê a legislação em vigor desde janeiro de 2002. O controle de preços existe só no início da cadeia produtiva, ou seja, da Petrobras para as refinarias.
O gerente jurídico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Marcos Diegues, classificou como "um exercício de retórica" a declaração de Lula."O presidente da República tem de dizer a quem o consumidor vai reclamar: ao bispo, ao papa?", indagou. Ele enfatizou não haver mecanismo legal que impeça os fornecedores de atribuir o preço que quiserem ao seu produto.
"O governo está ressuscitando práticas antigas, que se imaginavam sepultadas, de intervenção no sistema de preços, com objetivos populistas", disse o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega.
Mailson classificou como lamentável o anúncio da redução da Cide ter sido feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, na sua opinião, deveria ter sido contrário à medida. "A idéia partiu de quem deveria ser contra. Isso mostra que a qualidade da política econômica se deteriorou e que o Banco Central é o único baluarte da racionalidade", criticou. "O arranjo da Cide é um retrocesso, porque representa um subsídio aos proprietários de veículos.
Na sua visão, a medida prejudica o papel dos combustíveis como sinalizador no sistema de preços. Explicou que quando o preço do petróleo, é um sinal de que o consumidor deve reduzir o consumo. "Se os consumidores se comportam como se nada tivesse acontecendo, isso gera distorções econômicas."
Cartel
A cobrança de preços rigorosamente iguais pelos postos, no entanto, pode esconder a formação de cartel para dividir mercados. O cartel é considerado um crime contra ordem econômica e, se identificado, os responsáveis podem ser processados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, acompanha a evolução de preços dos combustíveis para calcular o impacto sobre a inflação ou para identificar crimes contra a concorrência. Denúncias sobre cartéis também podem ser feitas à Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça.
Fonte: Tribuna da Imprensa

segunda-feira, maio 05, 2008

Unicef diz que Ronaldo não é embaixador

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) anunciou nesta segunda-feira em seu site oficial que o atacante Ronaldo não é o embaixador da entidade e não tem vínculo oficial com a agência.
Assim, a Unicef desmente as informações divulgadas pelo próprio jogador em entrevista à Rede Globo, no domingo, que o problema com travestis no Rio de Janeiro não prejudicaria a imagem como embaixador da agência.
O único jogador que ocupa esta função na entidade é o inglês David Beckham. Já outros atletas, como Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Michael Ballack e Figo são embaixadores de outros órgãos da ONU (Organização das Nações Unidas).
Ronaldo seria apenas um garoto-propaganda, mas sem ligação oficial com a Unicef.
Fonte: Diário do Grande ABC
Fonte: JC Online

INQUÉRITO NÃO É PROCESSO



“O juiz não é nomeado para fazer favores com a Justiça, mas para julgar segundo as leis” (Platão).


Sob o título CASO NARDONI. JÚRI A CÉU ABERTO, tratei sobre o papel da imprensa e o seu pré-julgamento sobre os autores do crime, onde a mídia investigou, denunciou, processou e julgou o pai e madrasta da garota como culpados. Na reconstituição da cena do crime no apartamento do Edf. London, último domingo (27.04), os índices de audiência foram às alturas e a imprensa viveu seu momento mágico, quando um participante segurou um boneco simbolizando Isabella e deixou cair ao solo.

A cada passo dado pelas autoridades policiais paulistas encarregadas do caso, a imprensa noticia e faz a sua interpretação do que poderá ser bom para a acusação ou a defesa, como se houvesse na fase do Inquérito Policial, acusação formal e defesa. Alguns colegas advogados foram ouvidos em cadeia nacional e pela imprensa escrita, alguns, até emitindo juízo de valor sobre a provável culpabilidade do pai e da madrasta de Isabelle. Lembro-me, que, em horário nobre, uma preclara professora universitária paulista em matéria penal, concluiu que pelos dados que se dispunha, já havia como condenar o casal. Um outro advogado entrevistado na mesma edição, com muito acerto, lembrou do princípio da inocência e condenou o julgamento antecipado em face do princípio da presunção de inocência.

Acontece que inquérito policial não é processo penal, e ai não reside acusação e nem defesa.

Acontecido uma fato que a lei o defina em tese como crime, o homicídio, por exemplo, capitulado no art. 121 do CP, que é de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial, de ofício, dá início Inquérito Policial, art. 5º do CPP, tomando as providências enumeradas no art. 6º do mesmo CPP, quais sejam:

“Art. 6º - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2 (duas) testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. Art. 7º - Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.”.

Não se aplica o disposto no inciso IV acima transcrito, se o homicídio é consumado. O prazo de conclusão do Inquérito Policial será de 10 (dez) dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 (trina) dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela, art. 10, caput.

Ao final, a autoridade policial que presidir o inquérito, fará minucioso relatório, § 1º do art. 10 do CPP, podendo solicitar a devolução dele, quando o fato for de difícil elucidação, § 3º do mesmo artigo, e houver necessidade de realizar novas diligências imprescindíveis. O Ministério Público, por sua vez, poderá pedir o retorno dos autos a Polícia se houver necessidade de realizar diligências que entender que deixaram de ser realizadas, não podendo pedir o retorno para repetir atos já realizados.

No relatório, que deverá ser minucioso, o Delegado narra os fatos, as diligências realizadas, a ouvida das testemunhas, perícias realizadas e conclui sobre a provável autoria do fato típico criminal. Se a autoria for conhecida, no inquérito, o suspeito passa a condição de Indiciado. Quanto à capitulação legal, poderá ele adiantar ou não, não precisando sequer falar em qualificantes ou agravantes, porque isso fica a cargo do titular do rei persecutio criminis, o Ministério Público.

Na fase do Inquérito Policial não há acusação e nem defesa. O procedimento é inquisitorial, a cargo da autoridade que presidir o inquérito, não se estabelecendo ai, o contraditório. Como no interrogatório realizado na Polícia, se aplica o procedimento do interrogatório em juízo, art. 6º, inciso V, do CPP, depois de qualificado indiciado e respondido as perguntas formuladas, o delegado indagará do Promotor de Justiça que acompanhar o Inquérito e ao do advogado constituído pelo suspeito ou indiciado, se têm pergunta a se formular para melhor esclarecimento do fato investigado, art. 188 do CPP, sem, contudo ai, ainda se estabelecer o contraditório.

Se não há processo e nem se estabelece o contraditório, qual a função do advogado no Inquérito Policial?

Em primeiro plano, cabe dizer sobre suas prerrogativas profissionais definidas pelo EOAB – Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, Lei nº. 8.906, 04 de julho de 1994, dentre as quais, a de avistar-se pessoalmente e reservadamente com o cliente preso, mesmo sem mandato, art. 7º, XIII, e examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, art. 7º, XIV.

O problema para o advogado, acontece nos chamados Inquéritos Sigilosos, sejam os civis, instaurados pelo Ministério Público, quanto no Policial. Nos juízos federais, a regra é declarar o sigilo, bastando um pedido da autoridade policial, o que ocorre muito nos crimes contra a administração pública e nos crimes de natureza fiscal, começando a partir daí, o calvário do advogado que terá de bater as portas do STF, porque as Cortes Regionais Federais e o STJ, lastimavelmente, vêm admitido a prática.

Eu diria que a grande função do advogado no Inquérito Policial é preservar a integridade física do seu cliente. No caso Nardoni, a possibilidade do emprego de tortura para obtenção da confissão da autoria deixou de haver por dois motivos: a) a cobertura da mídia; b) a imediata constituição de advogado para acompanhar o casal, por iniciativa do avô da criança, que também é advogado.

No Brasil, a e regra é a tortura empregada nas Delegacias para obtenção de confissão do suspeito quando a autoria não é conhecida. Se o dessastido, o residente na periferia e socialmente marginalizado, é preso, em flagrante, o cacete fica por conta da Polícia Militar, a primeira a chegar. Se há apenas suspeito, a tortura ocorre nas delegacias, nas madrugadas, nos porões, sem testemunhas, exceto, dos algozes. No período da santa Inquisição, a confissão somente era válida se obtida mediante emprego de tortura.

A par disso, o advogado deverá fiscalizar os atos do inquérito e ainda requerer diligências, cabendo a autoridade policial, deferi-las ou não. Quanto à prova pericial, ela será dissecada na fase da instrução do processo, no sumário de culpa e no Tribunal do Júri, se o crime é doloso contra a vida. No caso Nardoni, a grande estrela pericial foi o luminol, produto capaz de encontrar resíduos de sangue e de marcas, não vistos a olho nu, que no final revelou ser ineficaz para se obter amostra para realização do DNA.

O embate acusação e defesa acontece no processo penal, quando oferecida denúncia, é ela recebida e citado o denunciado para comparecer em juízo e ser qualificado e interrogado. Depois de interrogatório, vem defesa prévia e instrução processual. Para haver processo, é necessária a citação válida. Se o denunciado não é encontrado, a citação se faz por edital. A ausência do réu não impede a aplicação da lei penal.

Tratando-se de processo da competência do Tribunal do Júri, temos diversas fases. O inquérito policial que não é processo, somente integra a ação penal quando juntado na denúncia, peça informativa. O processo começa com a denúncia, vindo a citação do acusado, interrogatório, ouvida de testemunhas de acusação e defesa, os incidentes processuais e produção de outras provas previstas em lei. Em seguida, vem às alegações finais e sentença de pronúncia ou não. Essa fase é de formação do sumário de culpa. Com a sentença de pronúncia, o juiz não aprecie o mérito da ação, ou seja, não declara a culpabilidade do acusado, apenas reconhece a materialidade e se houver indícios suficientes da autoria, manda que o réu seja submetido ao Tribunal do Júri. Ai se aplica o princípio de que na dúvida, pro societatis.

Para quem faz direito penal ou a ele já se dedicou, sabe que na fase do sumário de culpa que antecede o julgamento pelo Tribunal do Júri, o embate acusação e defesa é limitado. A defesa sabe que para o acusado ser mandado a julgamento pelo Tribunal do Júri, basta haver inícios da autoria. Somente em condições excepcionais é que o acusado não é pronunciado.

O CPP no seu art. 408 tem a seguinte redação: “Se o juiz se convencer da existência do crime e de indícios de que o réu seja o seu autor, pronunciá-lo-á, dando os motivos do seu convencimento.” Quando o réu é mandado a júri, não se diz que ele é culpado e nem que deverá ser condenado. Já no art. 409 e seu parágrafo único, o mesmo CPP, dispõe: “Art. 409. Se não se convencer da existência do crime ou de indício suficiente de que seja o réu o seu autor, o juiz julgará improcedente a denúncia ou a queixa. Parágrafo único - Enquanto não extinta a punibilidade, poderá, em qualquer tempo, ser instaurado processo contra o réu, se houver novas provas.”

Pronunciado o réu, tem início o processo da competência do tribunal do Júri, onde se tem oferecimento de libelo acusatório pelo Ministério Público, art. 417 do CPP, contrariedade ao libelo pela defesa, art. 421 e parágrafo único, no prazo de 05 dias. Escolhido 21 (vinte e um) jurados, na Sessão de Julgamento que é presidida por um Juiz de Direito, são sorteados 07 (sete) que comporão o Tribunal do Júri e que definirão sobre a condenação ou absolvição do Réu, depois de interrogado o réu, ouvida as testemunhas arroladas pela acusação e defesa, debates orais. Se houver apenas um acusado, o Promotor terá 02 (duas) horas para sustentar suas alegações, sendo reservado idêntico tempo para a defesa, admitido à réplica e tréplica, com tempo de 30 (trinta) minutos para cada um. Se houver mais de um acusado, o tempo de sustentação será de 03 (três) horas para cada uma das partes, com réplica e tréplica, de uma hora para cada parte.

Nos processos dolosos contra a vida, quem decide pela condenação ou absolvição do réu, é o Tribunal do Júri, ao responder aos quesitos formulados pelo Juiz. Se for negada a autoria e assim for reconhecido pelo Júri, a quesitação será simples, composta de duas perguntas. Se for ao contrário, haverá uma complexidade de quesitos.

Somente com a sentença penal condenatória com trânsito em julgado, é que se poderá afirmar que o então réu, é o autor do delito, quando, então, o direito adquire validade e eficácia. Enquanto o acusado não é condenando, lhe são asseguradas as seguintes garantias do art. 5º da CF: processo e julgamento por autoridade competente, LIII; presunção da inocência, LVII; preservação da liberdade, LXVI, do devido processo legal e da ampla defesa, incisos LIV e LV c.c. o art. XXXVIII, a.

O que não é possível, é que a imprensa ou qualquer pessoa, antecipe a responsabilização penal de um suspeito ou acusado, antes de uma sentença penal condenatória, porque assim acontecendo, lastimavelmente, se estará prestando um desserviço ao Estado de Direito e a Ordem democrática. Com garantias constitucionais não se declina e nem se transige.

No processo penal, incumbe ao advogado o que está definido no EOAB: Art. 2º, § 2º. “No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público.”

No processo penal, o advogado contratado ou dativo, exerce em favor do cliente a ampla defesa e os recursos ela inerentes. Se não lhe é dada oportunidade de pedir a absolvição do acusado em razão da prova produzida pela acusação, deverá ele procurar mitigar a pena. Se não houver possibilidade de pedir as hipóteses anteriores, deverá ele diligenciar no cumprimento das garantias constitucionais asseguradas a todos os acusados. A defesa deverá ser ampla. Se não há defesa, ou se a defesa por deficiente, capaz de comprometer a ampla defesa, o processo ficará crivado de nulidade, por não haver defesa no processo penal, sem que ela não seja ampla.

No caso Nardoni, se anuncia que a autoridade policial representou pela prisão preventiva, cujo caminho também será tomado pelo Promotor encarregado do caso. No caso Nardoni ou em qualquer outro, a prisão preventiva é medida de exceção, somente aplicável em condições de excepcionalidade e por imperiosa necessidade, isso, em razão dos princípios da presunção de inocência e da liberdade. Para o decreto de prisão preventiva, não basta repetir a letra da lei. É imprescindível que o juiz indique os fatos concretamente e fundamente sua decisão, art. 93, IX, da CF, a necessidade dela.

No sentido, da ementa do HC 97.236 - PB (2007/0303812-6), o eminente Min. Paulo Gallotti, ao deferir a garantia constitucional, decisão de 16.04.2008, transcreveu ementa de decisão da mesma Corte, da qual se extrai os seguintes ensinamentos (transcrição parcial):

“1. A decretação da prisão preventiva, de natureza eminentemente não satisfativa, exige a demonstração dos pressupostos e motivos autorizadores do art. 312 do CPP, de modo a justificar a necessidade da medida restritiva de liberdade, nos termos do art. 93, inciso IX, da Constituição, sob pena de antecipar-se a reprimenda a ser cumprida quando da condenação.

2. Impondo o juiz de primeiro grau a custódia cautelar tecendo considerações de ordem genérica, com menção à gravidade abstrata do delito supostamente realizado pelos pacientes, ao suposto clamor público, à necessidade de garantir a credibilidade da justiça, e ainda, à possibilidade de o paciente evadir-se do distrito da culpa, sem, no entanto, demonstrar concretamente a necessidade da prisão antecipada, evidencia o constrangimento ilegal. Precedentes.

3. A gravidade genérica do delito supostamente realizado pelos pacientes, dissociada de qualquer outro elemento concreto e individualizado, não tem, de per si, o condão de justificar a custódia cautelar.

4. Segundo a jurisprudência deste STJ e do STF, também não constituem fundamentos idôneos à prisão preventiva a invocação da repercussão do delito, tampouco, a necessidade de acautelar a credibilidade das instituições judiciárias.
5. Conclusões vagas e abstratas, como a possibilidade de comprometimento da eventual aplicação da lei penal pelo fato do paciente não residir no distrito da culpa, não se revela suficiente para respaldar a custódia cautelar se dissociada de elementos concretos autorizem essa conclusão. Precedentes.

4. Ordem concedida, para revogar o decreto preventivo, salvo se por outro motivo estiverem presos, sem prejuízo de que seja decretada novamente a custódia, com base em fundamentação concreta."

Relevante destacar a decisão do TJRS, extraída da seção Notícias, edição de 15/12/2005, no ac. da 1ª Câm. Criminal, rel. o eminente Des. Manuel José Martinez Lucas:

“A mera repercussão negativa do fato, envolvendo indignação, revolta e clamor público, não é razão bastante para a decretação da prisão preventiva. O entendimento é da 1ª Câmara Criminal ao negar ontem (14/12) pedido do Ministério Público de prisão preventiva do motorista denunciado pela morte de 17 crianças e adolescentes em Erechim, bem como do dono da empresa de transporte escolar e do mecânico responsável pela manutenção do veículo.
As mortes ocorreram, em 22/9/2004, por volta das 7h, quando o ônibus que transportava as vítimas - alunos da rede pública de ensino – caiu em reservatório da Barragem da Corsan, na Linha Rio Tigre. Os estudantes morreram por afogamento.
O relator, Desembargador Manuel José Martinez Lucas, destacou que a prisão preventiva constitui situação excepcional, justificando-se apenas nas hipóteses perfeitamente enquadradas na previsão do artigo 312 do Código de Processo Penal. Deve haver, explicou, prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria, e os fundamentos da necessidade da segregação: a garantia da ordem pública ou da ordem econômica, a conveniência da instrução criminal e a segurança de aplicação da lei penal.Enfatizou que não há nenhuma dúvida quanto à materialidade e à autoria do fato, porém, não se vislumbra necessidade da segregação cautelar dos acusados. “Não vejo qualquer ameaça à ordem pública na permanência dos réus em liberdade, situação, aliás, que se prolonga por mais de um ano”. Salientou que o motorista não continua realizando transporte escolar, não havendo necessidade de prisão para prevenção de novo evento semelhante.
“Também não se vislumbra a necessidade da prisão pela conveniência da instrução criminal. O feito, ao que tudo indica, tramita regularmente, e, embora soltos os réus, não há notícias de que tenham tentado pressionar testemunhas ou, de qualquer outra forma, interferir no normal andamento do processo.”
Acrescentou o relator que a prisão também não é necessária para assegurar a aplicação da lei penal, já que os acusados possuem vínculos na Comarca de Erechim, não havendo qualquer indício de que pretendam fugir.
Ao encerrar o voto, o Desembargador Lucas lembrou: “Diante do que se ouve e se lê nos meios de comunicação, diante da já referida repercussão do fato em comento e diante do que afirma o próprio recorrente, em suas razões, que a permanência dos réus em liberdade, durante a tramitação do feito, nada tem a ver com impunidade, chaga social contra a qual tantas vozes se levantam, com inteira Justiça, e que precisa ser definitivamente banida de nosso meio. Tal decisão, na realidade, é apenas expressão de normas constitucionais e princípios gerais do Direito, cuja observância é imperiosa, sob pena de se instaurar, através do Poder Judiciário, o mais indesejável arbítrio. É evidente, no entanto, que, vindo o réu a ser condenado, após o devido processo legal, deverá cumprir a pena, nos estritos termos da sentença que for proferida”.

O certo é que houve um crime no Edf. London, que culminou na morte de Isabelle, de 05 anos de idade. Se o pai e sua madrasta foram os responsáveis, esperemos por uma decisão futura do Tribunal do Júri, caso não se reconheça, no decorrer do processo, a ocorrência de um crime de natureza culposa, hipótese em que o julgamento ficaria a cargo do juiz singular.

Paulo Afonso, 04 de maio de 2008.

Fernando Montalvão.
www.montalvao.adv.br
Titular do Escritório Montalvão e Advogados Associados, consultor de Direito Eleitoral, colaborador de sites jurídicos, jornalísticos, jornais e revistas impressas.


SC em estado de emergência

Ciclone extratropical deixa centenas de desabrigados no Sul do país
Os municípios de Ermo e Arroio do Silva, no Sul de Santa Catarina, decretaram situação de emergência devido aos efeitos do ciclone extratropical que atinge a Região Sul do país. Segundo a Defesa Civil, 31 municípios relataram prejuízos, com possibilidade de Jacinto Machado e Paulo Lopes também anunciarem situação de emergência. A situação mais crítica é em Ermo, onde a chuva destruiu casas, um posto de saúde, alagou ruas e deixou, pelo menos, 40 famílias desabrigadas – que foram alojadas no prédio da prefeitura.
Em Jacinto Machado, quatro famílias deixaram suas casas, devido a alagamentos, e pelo menos 300 ficaram ilhadas, com a elevação do Rio da Pedra. Segundo o diretor do Departamento Estadual de Defesa Civil, capitão Márcio Luiz Alves, desde quarta-feira Santa Catarina está em situação de alerta, devido ao ciclone.
O Rio Grande do Sul foi outro Estado afetado pelo ciclone, com 22.500 pessoas desalojadas. Outras 1.600 estão desabrigadas. O maior número de vítimas é de moradores da região metropolitana de Porto Alegre.
Na noite de ontem, cerca de 247 mil pessoas estavam sem energia elétrica no Estado. De acordo com as três empresas responsáveis pela distribuição da energia, os desligamentos foram causados pelo mau tempo, como rompimento de cabos e quedas de árvores.
Fonte: JB Online

Postos sobem GNV, álcool e até a gasolina

Por Roberta Cerqueira
Ignorando a orientação do governo federal de não elevar o preço dos combustíveis para o consumidor final, muitos postos de Salvador já praticam novos valores. No posto Brasil Plus, por exemplo, que fica na Avenida San Martin a gasolina saltou de R$ 2,63 para R$ 2,84. No entanto, no rol do aumento, o óleo diesel é o principal vilão, que de R$ 1,89 em média já chega a R$ 2,20, R$ 0,31 a mais. O álcool, embora com um reajuste mais tímido, também já pesa no bolso da população – de R$ 1,69 já é encontrado por R$ 1,79. O Gás Natural Veicular (GNV), por sua vez, teve seu segundo aumento este ano. Em fevereiro havia apresentado um reajuste de 5,5% e agora de R$ 6,2%. A orientação da esfera federal é que os consumidores denunciem os estabelecimentos que estejam praticando o aumento arbitrário, já que só foi permitido um aumento de 10% para as refinarias. Como garantia, o governo reduziu o Cide, imposto sobre os combustíveis de R$ 0,28 para R$ 0,18 por litro. Questionados, os proprietários dos postos de gasolina, se limitam a dizer que a culpa é do governo. “Será que o governo é tão inocente a ponto de não saber que quando se repassa um aumento para as refinarias, conseqüentemente, se repassa para nós, o que nos obriga a repassar para o consumidor final? Eles deveriam era aumentar o salário do povo, de forma proporcional a todos os reajustes que estão tendo, que não são poucos”, destacou o gerente do Posto San Martin, Manuel Silva, ressaltando que o acréscimo partiu da distribuidora Esso. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado da Bahia (Sindicombustível), Walter Tannurs, os proprietários seguem a pauta das distribuidoras. “Quanto a gasolina, elas alegam que o governo do Estado reajustou a pauta do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em R$ 0,08 (3,5%). No caso do diesel, o executivo estadual foi muito mais além e aplicou um reajuste de R$ 0,30. Portanto, a tendência é a elevação de preços”, destacou. “Ou seja, o governo federal fez um sacrifício enorme para reduzir a carga tributária e o governo estadual pôs tudo a perder com o aumento do ICMS, que já é um dos mais altos do país. Não conheço nenhum posto que vendesse óleo diesel a mais que R$ 1,90 e de repente passa para quase R$2,50. Isso é um absurdo”, lamentou. “E, como sempre, o povo é quem paga por isso. Nos dão um aumento salarial mísero, mas em contrapartida reajustam tudo que estão ao alcance deles. Desse jeito não sei onde vamos parar. Pelo que estou vendo seremos obrigados a andar a pé, afinal não temos a quem recorrer”, desabafou o administrador Antonio Fonseca. “Como de costume fui abastecer na San Martin, mas me surpreendi com o preço da gasolina. Subiu de forma absurda, sem nenhum aviso prévio. Isso não pode continuar. É um desrespeito. Tive que correr para outro posto no Largo da Tanque, antes que aumentasse”, declarou o gestor de redes, Ives Vieira.
Governo vai punir postos
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, declarou ontem que o governo fará intensa fiscalização, além de tornar punições mais severas, para que as distribuidoras e os postos de combustíveis não repassem para o consumidor o recente reajuste. Segundo Lobão, tais empresas devem absorver em seus custos o aumento. O ministro de Minas e Energia disse que é uma preocupação do governo não deixar a população sentir no bolso o reajuste anunciado pela Petrobras na última quarta-feira, pelo qual a companhia estatal venderá a gasolina 10% mais cara, e o diesel, 15%. Em contrapartida, o governo anunciou que haverá redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis. A Cide é cobrada sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás e álcool etílico. Edison Lobão disse que a determinação de não haver repasse pelos postos será expressa no momento do fornecimento do combustível às distribuidoras. “Eles [postos e distribuidoras] não repassarão. Os órgãos [de fiscalização] do governo estarão fiscalizando permanentemente e esse risco [de encarecimento nos postos] não vai ocorrer para o consumidor”, disse Lobão. Ele reiterou que a “fiscalização muito intensa” já foi debatida e acertada no governo. “A decisão foi tomada e já anunciada pelo Ministério da Fazenda”, afirmou. “As punições serão estabelecidas de acordo com a lei (para quem descumprir a ordem do governo em não repassar o reajuste)”.
Tempo muda e maré pode chegar a quase 3 metros
Desde o feriado do 1º de maio que o tempo mudou e surpreendeu os baianos, e desde a madrugada de ontem que a chuva caiu mais forte, criando problemas para o tráfego, com alagamentos nas ruas, mas nenhuma ocorrência registrada pela Codesal. Entretanto, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inamet) alerta para a maré alta, pois em Salvador podem atingir até 2.6 metros, de zero hora até as 13h34min. Desde o início da manhã de ontem, em períodos intercalados com o sol, começaram a cair as primeiras pancadas esparsas em algumas regiões da cidade. A Codesal, até as 16h30 da tarde desta sexta-feira, registrou 19 solicitações, entre elas, oito deslizamentos de terra, quatro ameaças de deslizamento e quatro de desabamento. No bairro do Itaigara, por volta das 15h30, foi registrado o desabamento de muro, na rua Érico Veríssimo, 147, próximo ao Colégio Anchietinha. Ainda ontem, foram registrados dois desabamentos de imóveis, em Campinas de Pirajá e na Fazenda Coutos III. Motoristas enfrentaram engarrafamentos, por conta de alagamentos e deslizamentos de terra. Na Baixa do Fiscal, Cidade Baixa, como de praxe, a chuva deixou a pista parcialmente alagada, comprometendo o movimento no comércio e o trânsito de pessoas e veículos. De acordo com Carlos Alves, proprietário de uma revenda de peças e acessórios automotivos, a região é problemática pela precariedade de esgotamento pluvial e sanitário. “Depois da chuva vem o mau cheiro. As caixas de esgoto transbordam, além daquelas que estão com as tampas quebradas. A água da chuva fica acumulada pelo fato das bocas de lobo estarem sujas”, afirmou o comerciante. Já ao lado do posto de combustíveis San Martin, uma encosta deslizou e os moradores já providenciaram a contenção no local. A previsão para este final de semana, de acordo com o Inmet e o Centro Estadual de Meteorologia da Superintendência de Recursos Hídricos (Cemba/SRH), é de que a frente fria que veio do Sudeste do país e que originou as chuvas fortes se desloque para o oceano. No entanto, o tempo pode ficar nublado com chuvas fracas e o sol pode aparecer na maior parte do tempo, para consolo dos adeptos de praia nos finais de semana, porém o meteorologista Ricardo Rodrigues, do Cemba/SRH, adverte para os cuidados com a maré alta, pois em Salvador podem atingir até 2,6 metros, no período de 00h23 a 13h34.
Fonte: Tribuna da Bahia

Amazônia: mais um protesto

Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Mais cedo do que imaginavam os ingênuos e os malandros que contestam a soberania brasileira na Amazônia, começa a frutificar o exemplo do general Augusto Heleno. É preciso denunciar e resistir diante desse crime de lesa-pátria praticado entre nós faz muito, mas acelerado a partir do governo Fernando Henrique e continuado pelo governo Lula.
Quem aparece agora é o coronel Gélio Fregapani, mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva, fundador e primeiro comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva, hoje servindo na Inteligência Federal na Amazônia, da Abim. É autor de "A cobiça internacional na Amazônia", editado em 2000.
Acaba de conceder entrevista ao repórter Ray Cunha, da Agência Amazônia, da qual selecionamos alguns trechos, profundos e surpreendentes, verdadeiros e trágicos.
Está preparada a ocupação militar
"O problema crucial da Amazônia é que ainda não foi ocupada. Ledo engano é supor que a região pertence de fato ao Brasil. Será do Brasil quando for desenvolvida por nós e devidamente guardada. Daí porque às potências estrangeiras não interessa o seu desenvolvimento. Por enquanto, Estados Unidos, Inglaterra e França, principalmente, lançam mão da grita ambientalista.
Com a região intocada, mantêm os cartéis agrícolas e de minerais e metais. A soja da fronteira agrícola já ameaça a soja americana. E a exploração dos fabulosos veios auríferos da Amazônia poria em xeque as reservas similares americanas. Despovoada, inexplorada e subdesenvolvida, não haverá grandes problemas para a ocupação militar da região. Aliás, tudo já está preparado para isso."
A farsa da reserva ianomâmi
"A reserva ianomâmi, etnia forjada pelos ingleses, do tamanho de Portugal e na tríplice fronteira em litígio (Brasil, Venezuela e Guiana), é a maior e mais rica província mineral do planeta". As Forças Armadas e a Polícia Federal não podem entrar nela, por força de lei. Mas já há manifestação na Organização das Nações Unidas para torná-la nação independente, se necessário por força das armas.
"São quatro grupos distintos, lingüística e etnicamente, às vezes hostis entre eles. Sua criação foi manobra muito bem conduzida pela WWF (World Wildlife Found), multinacional nefasta, provocadora de conflitos como a ferrugem na soja brasileira, produzida a preços mais baratos do que a soja americana."
"Segundo a Funai, existem 10 mil índios no parque ianomâmi. A Força Aérea, que andou levando pessoal para vacinação, viu que os índios não passam de 3 mil. Não há motivo para se deixar a área mais rica do País virtualmente interditada ao Brasil. Há outra área ianomâmi na Venezuela. Está tudo pronto para a criação de uma nação.
Orientado naturalmente pelos falsos missionários americanos, um desses pretensos líderes, Davi Yanomami, já andou pedindo na ONU uma nação. Teria pedido proteção contra os colonos brasileiros, "que os querem exterminar". As serras que separam o Brasil da Venezuela e da Guiana, e um pouquinho da Colômbia, contêm as principais jazidas minerais do mundo.".
Será ocupada
"A Amazônia será ocupada. Por nós ou por outros. Numa humanidade em expansão, com uma série de terras superpovoadas, uma terra despovoada e habitável, ela será ocupada. Por quem? Nós temos, legitimamente, a posse, mas essa legitimidade não nos garante o futuro. Se nós não ocuparmos, alguém a ocupará. Se nós não a utilizarmos, alguém vai utilizá-la. Portanto a questão é: somos brasileiros, devemos ocupá-la."
"A necessidade de ocupação da Amazônia é um fato, e a melhor forma é deixar prosseguir a fronteira agrícola. E quanto mais perto das serras que separam o Brasil dos países ao Norte, melhor. É nítido o desejo dos povos desenvolvidos tomarem conta das serras: para evitar que o Brasil concorra com seus mercados e como reserva futura de matéria-prima."
Os madeireiros
"Os madeireiros não fazem o mal que os ambientalistas falam. Eles pegam espécies selecionadas, que interessam ao mercado. É claro que eles abrem picadas para chegar até essas árvores, mas isso não faz dano à floresta, porque há milhões de pequenas árvores, chamadas de filhotes, que estão lá há muitos anos esperando uma chance de chegar ao sol para poder crescer. Quando uma árvore é abatida, aqueles filhotes que estão em redor crescem numa velocidade espantosa, na disputa para ver qual irá substituir a que foi abatida. Isso não altera em nada a floresta."
"Na floresta úmida, real, as árvores crescem com uma rapidez incrível, fora da área de transição da periferia, aberta à agricultura. Em dois anos, as imbaúbas já estão com mais de 40 metros. Então, não é possível uma agricultura como nós a concebemos no Sul ou no Hemisfério Norte, porque a floresta não deixa. O correto seria a silvicultura, ou seja, a substituição de árvores por outras árvores. Muitas são interessantes para substituir as de menos valor. A castanheira, a seringueira, mas, no momento, o que chama a atenção, mesmo, é o dendê, como potencial para a substituição da energia não renovável. As reservas de petróleo estão diminuindo no mundo e o consumo de energia está aumentando. Vai chegar o momento em que o uso de petróleo será inviável.
Não estou dizendo que o petróleo vai acabar. Sempre vai sobrar um pouco, ou um achado novo, mais fundo, mas o uso do petróleo, como fazem atualmente, está com seus dias contados. Além do mais, os Estados Unidos estão procurando tomar conta de todas as jazidas que existem no mundo. Alguns países estão realmente preocupados com isso."
A entrevista é detalhada, mas vale referi-la pelo seu significado principal: existem outros raciocínios e outras soluções para contrabalançar o ambientalismo que pretende manter a floresta intocada, apenas como reserva para quem vier a ocupá-la...
Fonte: Tribuna da Imprensa

Em destaque

Golpe de 1964 é imperdoável, mas precisa ser colocado no passado

Publicado em 11 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Reprodução de foto de Orlando Brito  Mario Sabino...

Mais visitadas