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sexta-feira, agosto 09, 2024

Gelo nas asas: perito explica a principal hipótese para a queda do avião em Vinhedo

 Foto: Reprodução/TV Globo

Avião caiu em Vinhedo, interior de São Paulo nesta sexta-feira, deixando 61 mortos entre passageiros e tripulantes09 de agosto de 2024 | 19:05

Gelo nas asas: perito explica a principal hipótese para a queda do avião em Vinhedo

brasil

As condições climáticas estão entre as hipóteses mais fortes para explicar a queda de um avião em Vinhedo, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira, 9. A queda da aeronave da Voepass, que partiu de Cascavel, no Paraná, para Guarulhos, deixou 61 pessoas mortas. A empresa informou que não há sobreviventes entre os 57 passageiros e quatro tripulantes.

Imagens da queda do avião, que mostram a aeronave caindo em um giro vertical, posição chamada de “parafuso chato” no meio da aviação, é o principal indicativo de que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, o “estol”. Segundo especialistas, a perda de sustentação da aeronave pode estar associada à formação de gelo nas asas do avião.

“Toda vez que cai assim é porque a asa perdeu a sustentação. Se os comandos não estivessem travados pelo gelo, ele poderia recuperar. Mas, mesmo assim, em uma queda nessa posição e dependendo do acúmulo de gelo, talvez até um piloto com muita experiência em acrobacia teria dificuldade em sair”, explica Laert Gouvêa, diretor do Instituto Brasileiro de Segurança na Aviação.

Ele explica que o modelo ATR-72 voa em um nível intermediário de altura, o que facilita a formação de gelo sobretudo quando há frentes frias. De acordo com o especialista, a formação de gelo ocorre em média a uma altura entre 14 mil pés e 24 mil pés.

“Já houve outros acidentes por causa de gelo com esse modelo de avião. Esse tipo de avião voa num nível mais propenso à formação de gelo. São níveis intermediários (de altura). Nesse nível, tem grãos de gelo muito grandes, isso tanto pode danificar o avião como pode formar um gelo que gruda na aeronave. Quando ele gruda no perfil da asa, ela perde a sustentação. Também pode grudar na hélice e fazer com que ela perca rendimento”, afirma Gouvêa.

Segundo ele, o controle de voo estava alertando os pilotos nesta sexta-feira. “Hoje era um dia atípico com muita formação de gelo em função dessa frente fria de inverno, que é pior”, diz o especialista.

Gouvêa destaca que os aviões têm um sistema para fazer um degelo quando há condições adversas, mas em alguns casos a formação é tão grande que o sistema pode não dar conta. Uma das opções é o piloto alterar o nível de altura em que trafega para evitar exposição a essas massas polares.

O especialista destaca que é preciso esperar a conclusão das investigações para que a causa da queda seja determinada. Caso a hipótese se confirme, ele afirma que as autoridades devem emitir algum tipo de recomendação a respeito.

Queda do Air France

Em 2009, o AF447, que fazia a rota Rio-Paris, caiu após um estol. Na ocasião, as condições climáticas congelaram as sondas de velocidade do avião. O piloto se desestabilizou e subiu o avião, que perdeu a sustentação com essa movimentação. O acidente vitimou 216 passageiros e 12 tripulantes. Desses, 61 eram franceses, 58 brasileiros e 28 alemães, além de italianos (9), espanhóis (2) e um argentino.

A Justiça francesa absolveu as empresas Airbus e Air France da acusação de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Segundo o tribunal, não foi possível demonstrar “nenhuma relação de causalidade” segura com o acidente.

Paula Ferreira/EstadãoPoliticaLivre

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