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sábado, agosto 10, 2024

Declaração de Amorim foi muito mal recebida pela oposição da Venezuela


O assessor especial da presidência, Celso Amorim, 26/06/2023. (Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Amorim duvidou das atas da oposição e previu conflito grave

Bruno Boghossian
Folha

Caiu mal na oposição venezuelana uma declaração de Celso Amorim sobre o impasse em torno da eleição no país. Em entrevista à GloboNews, o ex-chanceler demonstrou frustração com o segredo de Nicolás Maduro sobre as atas de votação e acrescentou: “Eu também não tenho confiança nas atas da oposição”.

Dentro da prudência radical que é recomendada a quem pretende ser árbitro de uma disputa perigosa, Amorim não falou nenhum absurdo. Se o Brasil exige a divulgação dos documentos oficiais, não haveria razão para declarar fé antecipada nos papéis apresentados por apenas uma das partes. Mas também não era preciso dizer o contrário.

MAIOR PROVA – As atas coletadas pela oposição são o principal argumento do grupo para contestar o resultado declarado por Maduro. Sem direito de recorrer ao órgão eleitoral e diante de tribunais dominados pelo regime, os adversários do chavismo dependem de uma análise desse material para sustentar seus questionamentos.

Os opositores queriam que os países que fazem a intermediação da crise dessem um bom nível de crédito ao material apresentado por eles.

Afinal, os adversários do regime ao menos mostraram alguns documentos e os submeteram ao escrutínio público, enquanto Maduro mantém seus papéis sequestrados.

SITUAÇÃO DELICADA – Há um limite para esse pleito. Órgãos independentes avaliaram as atas em posse da oposição, que representam 80% das seções eleitorais, e apontaram que Edmundo González derrotou Maduro.

Já o Brasil, a Colômbia e o México, corretamente, sustentam a necessidade de uma verificação do resultado a partir da documentação completa.

A queixa dos partidários de González reflete a posição delicada do governo brasileiro na crise. Além de manobrar dentro das fronteiras da tolerância de um ditador como Maduro, o país também precisa manter a confiança da oposição para buscar o que se pode chamar de saída negociada. Fora dessas linhas, a Venezuela estará entregue ao regime e ainda pode explodir num conflito grave.

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