Publicado em 25 de setembro de 2023 por Tribuna da Internet
Nicholas Shores
Veja
A CPMI do 8 de Janeiro marcou para esta terça-feira o depoimento de Augusto Heleno, que chefiou o GSI durante todo o governo Bolsonaro. Logo antes do interrogatório do general, haverá uma etapa deliberativa da reunião, para votação de requerimentos.
Como mostrou o Radar, o presidente da comissão, Arthur Maia, disse a colegas que colocará pedidos de convocação, quebras de sigilo e outras medidas em pauta mesmo sem acordo entre a base do governo Lula e a oposição sobre quais serão votados e aprovados.
CERCO A MILITARES – Isso significa que o cerco a militares que tiveram cargos de destaque sob Jair Bolsonaro pode apertar ainda mais.
Já está previsto para 5 de outubro o depoimento de Walter Braga Netto, cuja convocação está aprovada, e parlamentares governistas prometem tentar levar à CPMI também o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Oliveira.
Toda a movimentação tem como pano de fundo declarações que Mauro Cid teria supostamente feito à PF como fruto de um acordo de delação premiada e que colocariam Bolsonaro e militares de alta patente no centro da idealização de uma tentativa de golpe – para aliados de Lula, fatos que contrariam o ex-presidente diretamente ao 8 de Janeiro.
OUTROS DEPOENTES
– Uma das principais integrantes da linha de frente governista na CPMI, a deputada Jandira Feghali (PcdoB) afirmou que a base de apoio a Lula ainda quer colocar sob interrogatório, além dos generais Braga Netto e Nogueira, um financiador dos atos golpistas e um participante da chamada milícia digital bolsonarista.
Com previsão de o funcionamento da comissão se estender até a semana depois do feriado de 12 de outubro, contudo, pode faltar tempo hábil para levar tantos convocados à tribuna. Assim, será necessário conseguir uma prorrogação.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os petistas vão fazer render ao máximo os efeitos da delação de Mauro Cid e pretendem convocar todos os generais do Planalto e mais os que estiveram no entorno. Na verdade, o mais importante seria ouvir o general Marco Antonio Gomes, ex-comandante do Exército, para saber se ele participou da reunião e se realmente ameaçou prender Bolsonaro. É isso que o povo quer saber. Os outros generais vão apenas ficar em silêncio ou negar tudo. Augusto Heleno é mestre nisso. (C.N.)