Considerada tão pesada quanto exclusão da Rússia do Swift, medida dificulta financiamento da guerra contra a Ucrânia e uso de reservas russas em moeda estrangeira para estabilizar o rublo.
As sanções da União Europeia ao Banco Central russo entraram em vigor na madrugada desta segunda-feira (28/02). Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, as restrições incluem uma proibição de transações com o instituto financeiro.
Além disso, todos os ativos do banco na UE deverão ser congelados para impedir o financiamento da guerra do presidente Vladimir Putin contra a Ucrânia.
As sanções são consideradas tão pesadas quanto a exclusão de instituições financeiras russas da rede de comunicações bancárias Swift.
As medidas punitivas da UE combinadas com as dos seus parceiros do G7 fazem com que cerca de metade das reservas financeiras do Banco Central da Rússia seja congelada, segundo afirmou o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, na noite de domingo.
Rublo despenca
De acordo com especialistas, a medida impede, por exemplo, que a Rússia consiga usar suas reservas em moeda estrangeira para estabilizar o rublo. A moeda russa está apresentando queda acentuada, o que trará mais dificuldades para a população da Rússia.
Nesta segunda-feira, o rublo alcançou uma desvalorização recorde em relação ao dólar nas bolsas asiáticas, apesar do anúncio do Banco Central da Rússia de que lançaria uma série de medidas para apoiar os mercados domésticos, afetados pelas sanções. A moeda russa chegou a cair 30% em relação ao valor da sexta-feira, se recuperando ligeiramente logo depois.
Nem todas as reservas do Banco Central russo podem ser bloqueadas, segundo Borrell, porque nem todos estão presentes em estados ocidentais. Ele disse que a UE não pode bloquear reservas em Moscou ou na China, por exemplo, acrescentando que a Rússia vem ocultando cada vez mais reservas em países onde elas não podem ser bloqueadas.
Belarus e oligarcas na mira
A exclusão da Rússia do sistema Swift também deve começar a vigorar nesta segunda-feira. A UE também planeja impor novas sanções contra o aliado russo Belarus e contra oligarcas russos, empresários e políticos.
Em uma decisão surpreendente, o presidente suíço, Ignazio Cassis, disse ser "altamente provável" que seu governo decida na segunda-feira congelar ativos russos no país, de acordo com a agência de notícias suíça SDA. Ele acrescentou que a possibilidade de seguir outros países nas sanções contra Putin também estaria na mesa. Cassis também disse que qualquer decisão final sobre o congelamento de capital teria que levar o status neutro da Suíça em consideração.
Cassis já havia citado a neutralidade suíça como motivo para não impor sanções, apesar da invasão russa da Ucrânia. A Suíça é um importante centro financeiro para os russos.
Deutsche Welle