Publicado em 8 de maio de 2021 por Tribuna da Internet
Mônica Bergamo
Folha
O ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, deve relatar à CPI da Covid que insistiu para que o governo de Jair Bolsonaro comprasse também a vacina russa Sputnik V e a indiana Covaxin já em 2020 —além de defender a aquisição do imunizante desenvolvido pela norte-americana Pfizer em parceria com a alemã Biontech.
Wajngarten será sabatinado na próxima quarta-feira (dia12). Em uma entrevista à revista Veja, em abril, ele afirmou que houve incompetência e ineficiência do Ministério da Saúde, então comandado pelo general Eduardo Pazuello, na aquisição de vacinas.
TENTOU EM VÃO – De acordo com o relato de autoridades de Brasília, o ex-secretário procurou dezenas de pessoas na tentativa de convencer o governo a adquirir as três vacinas.
Entre as autoridades buscadas por ele estão o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), de oposição ao governo, e os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Mas Wajngarten isenta Bolsonaro de responsabilidade. À Veja, ele disse que o presidente era mal assessorado e coloca a culpa pelo fracasso no Ministério da Saúde.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O publicitário Fabio Wajngarten não é flor que se cheire, como se dizia antigamente. Ele jamais revelou quais eram os clientes de sua agência FW. Mas reportagem da Folha mostrou que a FW, fornecedora de pesquisas de mídia para o mercado, recebe dinheiro de agências e de TVs contratadas pela própria Secom, ministérios e estatais do governo Jair Bolsonaro, entre elas a Band e a Record, cujas participações na verba publicitária da Secom vêm aumentando. Wajngarten foi um assessor que se locupletou. (C.N.)