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quinta-feira, maio 06, 2021

Se não responder de forma convincente a Mandetta, Bolsonaro terá renunciado ao poder

Publicado em 6 de maio de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Amarildo (agazeta.com.br)

Pedro do Coutto

As acusações feitas pelo ex-ministro Henrique Mandetta a Jair Bolsonaro e ao seu governo são de tal formas graves que se o presidente da República não responder até o final do dia de hoje, quinta-feira, às denúncias formuladas, terá renunciado ao poder político, de fato, podendo até se manter à frente do governo, porém sem a liderança que o país exige de um presidente da República.

A acusação de que o Palácio do Planalto quis acrescentar recomendação médica na bula da cloroquina, estendendo falsamente a sua aplicação também para os casos da Covid-19, são de tal natureza grave que o presidente Bolsonaro está enfrentando um problema concreto e gigantesco: não pode aceitar ser incluído entre falsificadores de bula, isso é um absurdo. Talvez, sem precedentes. Falsificação de remédios ocorreram através da história, mas em tempos  remotos. Não há cabimento em que uma equipe de governo possa sequer pensar em tal prática.

INDÍCIOS – A reportagem de Natália Portinari, Julia Lindner e André de Souza, O Globo, edição de quarta-feira, destaca a existência de indícios que comprometem tanto o Planalto quanto o próprio Jair Bolsonaro. Não tem cabimento. Trata-se de um crime e não é possível que um governo possa adotar como instrumento de ação no enfrentamento à pandemia a abrangência de uma medicação, incluindo o coronavírus.

Para Igor Gielow, Folha de São Paulo, o governo encontra-se em pânico pois não esperava que tal episódio viesse à tona e alcançasse a repercussão que alcançou. Sabia-se, segundo Mandetta, que o governo estava minando o plano de ação do Ministério da Saúde. A começar pela recusa do próprio presidente em se vacinar. A vacinação, revela Diogo Junqueira, Folha de São Paulo, estava exigindo uma campanha publicitária honesta por parte da administração federal.

Em seu depoimento à CPI , Henrique Mandetta deu como exemplo a campanha contra a contaminação pelo HIV, decorrente do relacionamento sexual entre homens. Vale frisar que não há caso de contaminação pelo HIV no que se refere ao relacionamento homosexual de mulheres.

CAMPANHA CONTRA O FUMO –  Pessoalmente, acrescento uma campanha sanitária que obteve sucesso absoluto, a campanha contra o fumo, especialmente contra o cigarro, que, como se constata, reduziu em cerca de 80% o hábito de auto envenenamento pelo consumo de cigarros de várias marcas, inclusive no cenário mundial.

O cinema americano, por exemplo, diminuiu de forma bastante ampla o consumo do tabaco que só poderia prejudicar fortemente os seres humanos. Outro ponto que o presidente da República precisa dar resposta está no fato de se recusar a vacinar-se.

ROTEIRO –  Estava preparado um roteiro para televisão, no qual Bolsonaro apareceria sendo vacinado. Com a recusa, Bolsonaro anulou a divulgação de sua imagem recebendo a injeção que deve ser aplicada a toda população brasileira.

Além disso, como fator de omissão, ressalta André Shalders, Estado de São Paulo, o governo confirmou só ter comprado a metade das 560 milhões de doses de vacinas de várias procedências do volume anunciado. Inclusive deixou passar a oportunidade, logo após a pandemia se instalar e progredir, da aquisição de grande quantidade de vacinas que a Pfizer ofereceu.

Naquele momento, Jair Bolsonaro achava que os vendedores de vacinas deveriam articular melhor suas vendas ao governo brasileiro. Foi um desastre total. Uma parcela acentuada das 400 mil mortes teria sido imunizada e continuaria a viver.

GUEDES ELOGIA PT – Numa audiência pública na Câmara Federal sobre o auxílio de emergência instituído pelo governo Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes – reportagem de Thiago Resende, Folha de São Paulo, afirmou que o PT de Lula da Silva, ganhou merecidamente as eleições de 2002, 2006, 2010 e também 2014 com a criação do Bolsa Família.

A declaração soou de maneira forte nos meios políticos na medida em que Paulo Guedes referiu-se a duas vitórias de Lula para si próprio e outras duas vitórias de Lula transferindo votos para Dilma Rousseff.

Esta, digo eu, sofreu o impeachment por absoluta incompetência e sua total ausência de diálogo político , principalmente com o Congresso Nacional. Inflou no cargo e assim partiu para o seu próprio desastre. Mas em matéria de Lula, temos que reconhecer que ele é um caso isolado no mundo em matéria de disputas eleitorais. Ele se envolveu em sete eleições, sendo derrotado em três e vencendo em quatro. Não tenho na memória nenhum presidente que de forma direta e indireta participou de número igual.

ROOSEVELT – O exemplo mais próximo é o de Franklin Roosevelt nos Estados Unidos que venceu em 1932,1936,1940 e 1944, neste caso a sua última vitória na vida. Morreu em abril de 1945, um mês antes do final da Segunda Guerra.

A sucessão de suas vitórias levou com que o Congresso mudasse a legislação, o que perdura até hoje: um presidente da República só pode ser reeleito uma vez e deixando a Presidência não pode mais se candidatar a nada.

Roosevelt foi um fenômeno, e chegou até a participar em abril de 1945 do primeiro encontro entre os três grandes realizado em Yalta, na Crimeia. Sentou-se ao lado de Churchill e Stalin. Como se vê, a relatividade política é um fato.

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