Deu na Coluna do Estadão
Importante general da reserva resume o sentimento dos militares em relação ao destino de Eduardo Pazuello: teme que o ex-ministro da Saúde seja preso, como uma espécie de “prêmio” aos senadores da CPI da Covid.
Esse mesmo general, ouvido reservadamente pela Coluna, não acredita que o Exército fará qualquer tentativa institucional de defender Pazuello, por mais injusta que possa ser a avaliação dos parlamentares.
O MOTIVO? – O raciocínio é de que Pazuello entrou no ministério como escolha pessoal do presidente Jair Bolsonaro e deixou o cargo da mesma forma.
Porém, entre oficiais de alta patente, a avaliação é de que as Forças Armadas já foram tragadas para o redemoinho da CPI com a convocação de Pazuello. Resta saber até que ponto os senadores terão força e disposição de puxar os fardados para o epicentro da crise.
À frente de uma das mais importantes “instituições” da sociedade civil, o advogado Felipe Santa Cruz corrobora essa impressão: “Em nenhum outro momento, desde a redemocratização, dano tão grande foi causado à imagem das Forças”, diz o presidente da OAB.
BRIGA NA JUSTIÇA – O desembargados Cícero Martins de Machado Filho, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, acatou, parcialmente, pedido do senador Jean Paul Prates (PT-RN) e determinou a suspensão de item em nota técnica da prefeitura de Natal que sugere a ivermectina como tratamento para a covid-19.
Assim, o prefeito Álvaro Dias (MDB) poderá continuar se pronunciando a respeito do remédio, se assim o desejar. A proibição “representaria odiosa censura à liberdade de expressão”, escreveu o juiz.
Em Brasília, os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) não se desgrudam mais. Veteranos de outras CPIs observam que Aziz rapidinho pegou gosto pelas câmeras e holofotes na presidência da comissão, como temia Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É interessante notar que o tratamento da Covid-19 muda de um lugar para outro. A ivermectina, por exemplo, é prescrita em várias cidades do Rio de Janeiro, acompanhada de antibiótico azitromicina, de antialérgico e de antitérmico. Deveria haver um protocolo único a ser seguido pelos médicos na pandemia, mas ainda não existe isso. Dá para acreditar? (C.N.)