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quinta-feira, maio 13, 2021

Executivo da Pfizer confirma que empresa fez três ofertas ao Brasil só em agosto

 

Executivo da Pfizer confirma que empresa fez três ofertas ao Brasil só em agosto
Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

Sexto a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou aos senadores que o governo brasileiro recusou três ofertas de compra da vacina contra a Covid-19 apenas em agosto. O depoimento dele teve início na manhã desta quinta-feira (13).

 

Até às 12h, quando respondia às perguntas feitas pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), Murillo apresentou um cronograma das negociações com o governo Jair Bolsonaro. Segundo ele, as primeiras reuniões, ainda em caráter "exploratório", ocorreram nos meses de maio e junho, quando esclareceram o status de desenvolvimento da vacina, produzida junto à empresa alemã BioNTech.

 

Na sequência, em 16 de julho, as empresas apresentaram uma "expressão de interesse", em que resumiram as condições para a compra do imunizante, que ele ressalta serem as mesmas para todos os países. "Como consequência, tivemos outras reuniões no mês de agosto, em que aprofundamos alguns detalhes. Em 6 de agosto, o ministério manifestou possível interesse em nossa vacina e fornecemos em 14 de agosto nossa primeira oferta, uma oferta vinculante", afirmou Murillo, segundo a CNN.

 

Como explicado por ele, essa oferta era dividida em duas partes: uma com 30 milhões de doses e outra com 70 milhões "e tinha o possível cronograma de entrega durante o final de 2020 e 2021".

 

Nesse ponto, o executivo contradiz a versão apresentada na sessão desta quarta (12) pelo ex-secretário especial do governo, Fábio Wajngarten.

 

O ex-titular da Secom confirmou à CPI que contactou a Pfizer e se reuniu com executivos da empresa em novembro após saber que o governo não tinha sequer respondido às ofertas feitas pela farmacêutica três meses antes. No entanto, ele disse que não havia menção a esse montante de doses, enquanto Murillo reforça que já falavam nessa quantidade desde a primeira oferta.

 

"Em 14 de agosto, voltamos a fazer a oferta por 30 e 70 milhões de doses, mas nessa tínhamos conseguido um quantitativo adicional para o Brasil para o final de 2020", acrescentou o executivo, pontuando ainda que a terceira oferta ocorreu no dia 26 daquele mês, também com a proposta de contratos de 30 e 70 milhões de doses. "Nesta terceira, tínhamos conseguido um pouco mais de quantidade para o primeiro trimestre de 2021".

 

Murillo revelou que, se o Brasil tivesse aceitado a oferta de agosto, 1,5 milhão de doses poderiam ter sido entregues ainda em 2020. Porém, com a negativa, a vacinação no país só começou na segunda quinzena de janeiro, com a Coronavac. A primeira remessa da Pfizer começou a ser distribuída em território nacional apenas em abril.

Bahia Notícias

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