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segunda-feira, maio 17, 2021

Agressividade e ausência de projeto de governo atingem a popularidade de Bolsonaro


Charge do Sinfrônio (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

Na minha opinião, a linguagem agressiva de Bolsonaro recorrendo às seguidas ofensas contra adversários e  jornalistas, somada a ausência absoluta de um projeto definido de governo, tanto na área econômica quanto na área social, são os fatores que causam o declínio da sua popularidade

Ontem, domingo, o Datafolha publicou duas pesquisas na Folha de São Paulo, focalizando resultados contrários ao projeto do presidente de se reeleger em 2022. No sábado, em um ato que ruralistas de Brasília realizaram em apoio a Bolsonaro, este atacou fortemente Lula da Silva, chamando-o de canalha e bandido em consequência da suspensão das condenações que pesavam sobre o petista.

ATAQUES – O presidente da República não percebeu que o eleitorado brasileiro não reage favoravelmente a esta linguagem. Ataques permanentes, palavrões e ameaças, como por exemplo fez em relação à hipótese de o Congresso não aprovar o projeto que substitui as urnas eletrônicas pelo voto impresso. As urnas são adotadas desde 1996 e o bloqueio que o sistema representa à possibilidade de fraude é, segundo o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, comprovado pela falta de reclamações consistentes.

Bolsonaro, montado a cavalo na Esplanada dos Ministérios, disse aos ruralistas que Lula da Silva só poderá vencer as eleições porque armou um esquema de fraude. De outro lado, reportagem de Joelmir Tavares, também na Folha de São Paulo, ressalta que o levantamento do Datafolha mostra que 50% do eleitorado nunca confiam nas falas de Bolsonaro e os que acreditam sempre são 14%. Muito pouco.

OSCILAÇÃO – A faixa de 34% afirma acreditar às vezes. Portanto não é um pensamento permanente, oscila de acordo com as situações. Os 14% que acreditam em Bolsonaro de qualquer forma representam uma posição extremada que não deseja analisar os fatos e é irredutível ao lado do chefe do Executivo.

A taxa de confiança plena é a menor desde o início desde que as pesquisas começaram a ser realizadas a partir de 2019. Um declínio cristalinamente posto que dá a oportunidade a Bolsonaro de, se puder ou desejar, assumir uma comunicação menos chocante, menos agressiva.

Além disso, Bolsonaro está há mais de um ano sem filiação partidária, o que representa uma vacilação no que se refere à ideia de um programa que se ajuste à legenda que venha a ser escolhida. Pela lei eleitoral ele tem prazo para decidir até outubro deste ano.

SEM PROJETO – O atual governo se ressente da ausência de qualquer projeto econômico e social. Não é possível apontar-se um que tenha sido objeto de definição clara. Nem na pandemia evidenciou-se uma ideia objetiva do combate ao coronavírus. O número de óbitos superou 420 mil. A contaminação diária supera 60 mil casos, mas o ministro Marcelo Queiroga não conseguiu ainda colocar o pé no freio.

O impulso que ele possa ter para agir de forma construtiva, que acho ser pouco, não conta sequer com o apoio declarado do presidente da República. O lado social do governo é um desastre completo. Não existe até o momento, portanto até este mês de maio, uma iniciativa sequer nesse sentido.

ALTA DOS PREÇOS – Os preços sobem sem parar, os jornais publicam diariamente a realidade, porém o Planalto aceita sem discutir uma taxa inflacionária que o IBGE encontrou de 0,3% para o mês de abril.

A pergunta que se faz, no fundo, e que está no consciente de todos os brasileiros, é como poderão pagar eles as suas contas mensais, porque a cada 30 dias o poder aquisitivo diminuiu. O impasse colocado à frente da população brasileira situa-se no mesmo nível e na mesma dimensão do impasse que Bolsonaro constrói para consigo mesmo. Tal realidade representa um fator de queda negativo para o Planalto.

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