A farmacêutica Pfizer, responsável pela fabricação de uma das vacinas contra a Covid-19, disse a senadores brasileiros que não aceita as exigências feitas pelo governo brasileiro para vender seu imunizante no país. A informação foi repassada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em reunião com executivos do alto escalão da empresa para buscar soluções legislativas que contornem os obstáculos impostos.
O problema é que a Pfizer quer que o governo brasileiro se responsabilize por eventuais demandas judiciais decorrentes de efeitos adversos da vacina, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceda o registro ou a autorização para uso emergencial, e o governo federal não aceita. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, a farmacêutica também quer que qualquer litígio com o governo brasileiro seja resolvido em uma Câmara Arbitral de Nova York e pede que o governo renuncie à soberania de seus ativos no exterior como garantia de pagamento, além de constituir um fundo garantidor com valores depositados em uma conta no exterior.
A Pfizer afirma que só Brasil, Venezuela e Argentina não aceitaram suas cláusulas, que seguem um padrão internacional. O Chile, outro país da América do Sul, assinou contrato e recebeu milhões de doses do imunizante em dezembro.
Em meio a esse impasse, o Ministério da Saúde incluiu a vacina da empresa em seu cronograma para entrega de imunizantes ao longo de 2021. Na previsão do governo federal, 8,7 milhões de doses dessa vacina são esperadas até julho, 32 milhões até outubro e 59,2 milhões até dezembro (saiba mais aqui).
Bahia Notícias